O inconsciente para a psicologia junguiana compreende inconsciente pessoal e inconsciente coletivo. São domínio do inconsciente , todos os conteúdos e processos psíquicos que não se relacionam com o ego. Para Jung o inconsciente “é a fonte das forças instintivas da psique e das formas ou categorias que as regulam, os arquétipos”. “Vasto e inexaurível” este campo da psique possui qualidades compensatórias, ou seja, eles compensam o ego consciente pois contém pois possuem elementos de auto-regulação da psique como um todo. Ao inconsciente Jung também designou uma função criativa, visto que é ele que apresenta à consciência conteúdos necessários à saúde psicológica.
O inconsciente pessoal é a camada pessoal do inconsciente. Nesta instância psíquica estão as “memórias perdias, idéias dolorosas que são reprimidas (isto é, esquecidas de propósito), percepções subliminares e conteúdos que ainda não estão maduros para a consciência”, trata-se daquela parte da psique que contém elementos que também poderiam aflorar na consciência. As fronteiras entre o inconsciente pessoal e a consciência são imprecisas e a qualquer momento estes conteúdos podem se tornar conscientes. Quanto aos conteúdos do inconsciente coletivo, segundo Jung (1983), “não se encontram sujeitos a nenhuma intenção arbitrária, nem são manejáveis pela vontade, na verdade agem como se não existissem na pessoa – conseguimos vê-lo em nosso próximo, mas não em nós mesmos”.
O inconsciente coletivo é a expressão psíquica da identidade cerebral independente de todas as diferenças raciais. Jung chegou a este território analisando os sonhos e fantasias de seus pacientes, ele concebeu o seu conteúdo como uma combinação de padrões e forças universalmente predominantes, os arquétipos e instintos . Em sua concepção, nada existe de individual ou único nos seres humanos nesse nível, todos temos os mesmos arquétipos e instintos, e a individualidade deve ser procurada noutras áreas da personalidade. Em Arquétipos do Inconsciente coletivo (2006) Jung esclarece:
A hipótese de um inconsciente coletivo pertence àquele tipo de conceito que a princípio o público estranha, mas logo dele se apropria, passando a usá-lo como uma representação corrente, tal como aconteceu com o conceito de Inconsciente em geral. [...] Uma camada mais ou menos superficial do inconsciente é pessoal. Nós a denominamos, inconsciente pessoal. Este porém repousa sobre uma camada mais profunda, que já não tem sua origem em experiências ou aquisições pessoais, sendo inata. Esta camada mais profunda é o que chamamos inconsciente coletivo. Eu optei pelo termo “coletivo” pelo fato de o inconsciente não ser de natureza individual, mas universal.
A teoria dos arquétipos é de grande importância para a concepção global da psique proposta por Jung. Dra Nise da Silveira em seu livro Jung: vida e obra, chama a atenção para a forma como este conceito junguiano tem sido objeto de confusão. Segundo ela: Há ainda quem continue repetindo que Jung admite a existência de idéias e de imagens inatas. É falso. Incansavelmente [Jung] repete que arquétipos são possibilidades herdadas para representar imagens similares, são formas instintivas de imaginar. São matrizes arcaicas onde configurações análogas ou semelhantes tomam forma. Jung compara os arquétipos ao sistema axial dos cristais, que determina a estrutura cristalina na solução saturada, sem possuir, contudo, existência própria. [...] Seja qual for a sua origem, o arquétipo funciona como um nódulo de concentração de energia psíquica. Quando essa energia em estado potencial, se atualiza, toma forma, então teremos a imagem arquetípica. Não podemos denominar essa imagem de arquétipo, pois o arquétipo é unicamente uma virtualidade. [...] A noção de arquétipo, postulando a existência de uma base psíquica comum a todos os seres humanos, permite compreender porque em lugares e épocas distantes aparecem temas idênticos nos contos de fadas, nos mitos, nos dogmas e ritos das religiões, nas artes, na filosofia, na produção do inconsciente de um modo geral- seja nos sonhos de pessoas normais, seja em delírios de loucos (SILVEIRA, 1997).
Para Jung os arquétipos se manifestam tanto no nível pessoal, através dos complexos, quanto no coletivo, através da cultura. Jung acreditava que era tarefa de cada geração o compreender de novo os conteúdos arquetípicos e seus efeitos ele dizia que “se não podemos negar os arquétipos, ou mesmo neutralizá-los, a cada novo estágio de diferenciação da consciência que a civilização atinge, confrontamo-nos com a tarefa de encontrar uma nova interpretação apropriada a esse estágio, a fim de conectar a vida do passado, que existe em nós, com a vida do presente, que ameaça dele se desvincular.
Os arquétipos estão relacionados aos instintos, assim como mente e corpo estão relacionados. Os instintos humanos têm sua origem no físico e ingressam na psique sob a forma de pulsão, pensamento, memória, fantasia e emoção. O ego é, em parte, motivado por instintos, e em parte por formas e imagens mentais. Os padrões arquetípicos e as pulsões instintivas estão tão intimamente ligados que se pode tentar reduzir uns a outros. O arquétipo tem caráter numinoso e, quando irrompem na consciência, é descrito como “espiritual”. As imagens derivadas dessa constelação arquetípica, têm extraordinário poder para influenciar a consciência de um modo tão evidente quanto os instintos identificáveis, especialmente o ego, podem ser possuídos e sobrepujados, mas mesmo rendendo-se tal experiência pode ser percebida como significativa. Segundo Stein (2006), mesmo “a vida pode ser sacrificada por imagens”, por exemplo a da cruz, a da bandeira, ou por idéias como o nacionalismo, patriotismo e lealdade para com a religião ou país. Assim, “o arquétipo representa o elemento autêntico do espírito, [...] mas de um espírito que não deve se identificar com o intelecto humano, o espírito que rege e orienta o ego e suas várias funções”. Jung falou sem rodeios que “o conteúdo essencial de todas as mitologias, de todas as religiões e de todos os ismos é arquetípico” Os arquétipos não são derivados da cultura, pelo contrário, para Jung as formas culturais é que derivam dos arquétipos.
O inconsciente pessoal é a camada pessoal do inconsciente. Nesta instância psíquica estão as “memórias perdias, idéias dolorosas que são reprimidas (isto é, esquecidas de propósito), percepções subliminares e conteúdos que ainda não estão maduros para a consciência”, trata-se daquela parte da psique que contém elementos que também poderiam aflorar na consciência. As fronteiras entre o inconsciente pessoal e a consciência são imprecisas e a qualquer momento estes conteúdos podem se tornar conscientes. Quanto aos conteúdos do inconsciente coletivo, segundo Jung (1983), “não se encontram sujeitos a nenhuma intenção arbitrária, nem são manejáveis pela vontade, na verdade agem como se não existissem na pessoa – conseguimos vê-lo em nosso próximo, mas não em nós mesmos”.
O inconsciente coletivo é a expressão psíquica da identidade cerebral independente de todas as diferenças raciais. Jung chegou a este território analisando os sonhos e fantasias de seus pacientes, ele concebeu o seu conteúdo como uma combinação de padrões e forças universalmente predominantes, os arquétipos e instintos . Em sua concepção, nada existe de individual ou único nos seres humanos nesse nível, todos temos os mesmos arquétipos e instintos, e a individualidade deve ser procurada noutras áreas da personalidade. Em Arquétipos do Inconsciente coletivo (2006) Jung esclarece:
A hipótese de um inconsciente coletivo pertence àquele tipo de conceito que a princípio o público estranha, mas logo dele se apropria, passando a usá-lo como uma representação corrente, tal como aconteceu com o conceito de Inconsciente em geral. [...] Uma camada mais ou menos superficial do inconsciente é pessoal. Nós a denominamos, inconsciente pessoal. Este porém repousa sobre uma camada mais profunda, que já não tem sua origem em experiências ou aquisições pessoais, sendo inata. Esta camada mais profunda é o que chamamos inconsciente coletivo. Eu optei pelo termo “coletivo” pelo fato de o inconsciente não ser de natureza individual, mas universal.
A teoria dos arquétipos é de grande importância para a concepção global da psique proposta por Jung. Dra Nise da Silveira em seu livro Jung: vida e obra, chama a atenção para a forma como este conceito junguiano tem sido objeto de confusão. Segundo ela: Há ainda quem continue repetindo que Jung admite a existência de idéias e de imagens inatas. É falso. Incansavelmente [Jung] repete que arquétipos são possibilidades herdadas para representar imagens similares, são formas instintivas de imaginar. São matrizes arcaicas onde configurações análogas ou semelhantes tomam forma. Jung compara os arquétipos ao sistema axial dos cristais, que determina a estrutura cristalina na solução saturada, sem possuir, contudo, existência própria. [...] Seja qual for a sua origem, o arquétipo funciona como um nódulo de concentração de energia psíquica. Quando essa energia em estado potencial, se atualiza, toma forma, então teremos a imagem arquetípica. Não podemos denominar essa imagem de arquétipo, pois o arquétipo é unicamente uma virtualidade. [...] A noção de arquétipo, postulando a existência de uma base psíquica comum a todos os seres humanos, permite compreender porque em lugares e épocas distantes aparecem temas idênticos nos contos de fadas, nos mitos, nos dogmas e ritos das religiões, nas artes, na filosofia, na produção do inconsciente de um modo geral- seja nos sonhos de pessoas normais, seja em delírios de loucos (SILVEIRA, 1997).
Para Jung os arquétipos se manifestam tanto no nível pessoal, através dos complexos, quanto no coletivo, através da cultura. Jung acreditava que era tarefa de cada geração o compreender de novo os conteúdos arquetípicos e seus efeitos ele dizia que “se não podemos negar os arquétipos, ou mesmo neutralizá-los, a cada novo estágio de diferenciação da consciência que a civilização atinge, confrontamo-nos com a tarefa de encontrar uma nova interpretação apropriada a esse estágio, a fim de conectar a vida do passado, que existe em nós, com a vida do presente, que ameaça dele se desvincular.
Os arquétipos estão relacionados aos instintos, assim como mente e corpo estão relacionados. Os instintos humanos têm sua origem no físico e ingressam na psique sob a forma de pulsão, pensamento, memória, fantasia e emoção. O ego é, em parte, motivado por instintos, e em parte por formas e imagens mentais. Os padrões arquetípicos e as pulsões instintivas estão tão intimamente ligados que se pode tentar reduzir uns a outros. O arquétipo tem caráter numinoso e, quando irrompem na consciência, é descrito como “espiritual”. As imagens derivadas dessa constelação arquetípica, têm extraordinário poder para influenciar a consciência de um modo tão evidente quanto os instintos identificáveis, especialmente o ego, podem ser possuídos e sobrepujados, mas mesmo rendendo-se tal experiência pode ser percebida como significativa. Segundo Stein (2006), mesmo “a vida pode ser sacrificada por imagens”, por exemplo a da cruz, a da bandeira, ou por idéias como o nacionalismo, patriotismo e lealdade para com a religião ou país. Assim, “o arquétipo representa o elemento autêntico do espírito, [...] mas de um espírito que não deve se identificar com o intelecto humano, o espírito que rege e orienta o ego e suas várias funções”. Jung falou sem rodeios que “o conteúdo essencial de todas as mitologias, de todas as religiões e de todos os ismos é arquetípico” Os arquétipos não são derivados da cultura, pelo contrário, para Jung as formas culturais é que derivam dos arquétipos.
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