25/10/2013

Revoada

Você já viu,
durante uma revoada,
algum pássaro
se chocar,
bicar um outro,
cair no chão?
Eu não!

Ah! como invejo
esta habilidade
nos voadores...

Por aqui vou
trombando,
caindo, levantando,
me sacudindo,
caindo de novo e,
a minha mente alada,
quase sempre se choca
com o pensamento
dos outros.

RB


Lançamento de Ara, novo romance de Ana Luisa Amaral

Olá amigos lisboetas,
A escritora Ana Luisa Amaral lançará no dia 04 de novembro o seu novo romance, Ara. O encontro com a escritora acontecerá na Livraria Barata,Lisboa, às 18:30h. 
A apresentação da obra será feita por Helena Buescu e Manuel Gusmão. Pedro Lamares e Ana Luisa lerão excertos do livro.
lançamento dia 04/11, Livraria Barata, Lisboa.

24/10/2013

Ensaio sobre a despedida

quando eu não mais estiver aqui,
amado, cuide das minhas roseiras,
alimente os gatos, os macacos,
conte histórias para os pinheiros 
e para as laranjeiras.

serão teus os meus poemas,
os livros, e as lembranças...
o resto não importa:
doa, joga fora...
o resto não importa.

a vida é esse sopro,
quando nos damos conta
é outono...o inverno chega
sorrateiro e leva tudo aquilo
que não realizamos.

enquanto estou aqui,
querido, me ame sem medida,
me faça rir, deixe marcas
pelo meu corpo, me sirva 
um petit gateau.

Em retribuição lhe oferto
essa coisa abstrata e confusa
que pulsa dentro do meu peito:
amor.

RB

23/10/2013

Finis Terrae, na Galicia...lugar onde o Sol se precipita no Oceano...

O finis terrae é umas muitas belezas da Galícia.
Amigos, posso dizer que nessas minhas andanças cheguei ao fim da terra. O Finis terra, como  é chamado pelos galegos foi, durante muitos séculos, considerado el fin de la Tierra Dizem que quando os romanos chegaram a Península, encontraram neste local um altar ao Sol. 
Bem, chego ao "fim do terra", juntamente com uma multidão de peregrinos que, depois de chegarem à Catedral de Santiago de Compostela, vão lá queimar os sapatos. Minha jornada é um pouco diferente da dos peregrinos, é uma jornada de pesquisa na qual busco penetrar os arcanos da poesia dos meus "santos", como costuma dizer Ana Luisa Vilela: Florbela Espanca e Rubén Darío. Não queimei os sapatinhos, mas, tenho queimado pestanas...
Abraços desta poeta
RB

Impermanence (Poema de Renata Bomfim traduzido para o inglês por Sonia Rita Sancio landrith)

Ah! Flower of my desire,
Bright will
Every night I weave a cloak star
While the world dreams.
The thirst and hunger make me
Seek new places.
My place is nowhere.
I have seen rosebuds in the garden, but
Not everyone will have the courage to open up.
I opened it, all!
I felt in the flesh the sun, rain:
I magnetized the subjectivity.
I held hands with the wind and
I rode as fast as I could.
From the top all the mountains are blue.
The sun will shine, always, and
The land will radiate liqueurs
Independent of you and me.
Do not want to be more than air
Briefly visiting your lungs and
Therefore, migrates to blood.
My heart is restless
Frantic swarms,
Waiting for the right time to become
Some other things
Strangely,
Full of life.

21/10/2013

Brasileiros, vamos apoiar os ativistas do Greenpeace que estão presos na Russia, assinem a petição e se alguém tiver condição de realizar alguma outra ação, essa é a hora...

Amigos, a situação de Ana Paula, ativista brasileira, é complicada. Ela precisa do nosso apoio, visto que a causa pela qual ela luta também é nossa. Não apenas ela, mas também os ativistas que resgataram os cães beagles que eram utilizados como cobaias no Instituto Royal, e muitos outros que colocam as próprias vidas em risco para defender os mais vulneráveis desse planeta, os animais não humanos. 
Vamos ajudar como for possível!

Abraços desta poeta

RB
A brasileira Ana Paula Maciel será mantida em prisão preventiva por 2 meses
após protesto pacífico. (Foto: © Dmitri Sharomov / Greenpeace)
Um grupo de 28 ativistas do Greenpeace Internacional e dois jornalistas estão presos na Rússia suspeitos de pirataria. Entre eles está a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, de 31 anos. O grupo foi preso no dia 19 após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico, em uma plataforma da Gazprom, no mar Pechora. Todos eles podem ser condenados a até 15 anos de prisão. Precisamos de sua ajuda para levar Ana Paula, os ativistas e jornalistas de volta para casa. 

Envie uma carta à presidente Dilma e ao embaixador da Rússia no Brasil Sergey Pogóssovitch pedindo a intervenção deles junto às autoridades russas. Você também pode ligar para a Embaixada ou para os Consulados do Rio de Janeiro e São Paulo para pedir a libertação da nossa ativista Ana Paula.

Embaixada da Rússia:  (61) 3223.3094/4094

Consulado Geral da Rússia em São Paulo: (11) 3814.4100

Consulado Geral da Rússia no Rio de Janeiro: (21) 2274.0097

VISITA AO MUDE: MUSEU DO DESIGN E DA MODA/ LISBOA


Olá amigos, estive no Mude, Museu do Design e da Moda, em Lisboa. O MUDE possui uma coleção que abarca cerca de dois séculos de artefatos de design e peças de vestuário. Para minha surpresa a primeira peça de design que eu vi, logo na entrada, foi uma cadeira vermelha e azul de 1918 (ela ganhou as cores apenas em 1923). A sua dimensão é 88x65x83com, é uma produção Cassino e o depósito foi feito pela fundação Calouste Gulbenkian. No ensaio fotográfico que fiz com a artista Dayse Resende ela teve a ideia de usar a cadeira, a "Lider interiores" loja de design e decoração (na minha cidade), tinha uma peça e nos cedeu.

Seguindo pelo acervo permanente nos deparamos com peças de vestuário da década de 30, 50, 80; com peças de meados do século XIX, quando a industrialização possibilitou que as peças passassem a ser produzidas em série e pôs em xeque, no campo das artes, a qualidade estética das produções. O clipes nasceu em 1849; o alfinete em 1849; a lâmina gilete em 1900; o fecho éclair em 1913, assim como o sutiã.
Entre as duas grandes guerras e mais adiante um pouquinho (1914- 1933) o movimento moderno demandou a criação de peças funcionais, e cada objeto passou a ser encarado como uma espécie de equipamento. 
Nos anos 20 a moda era dançar o charleston com vestidos curtos e leves que deixavam os braços e as pernas liberados para o movimento, os cabelos curtos  e lisos acolhiam chapéus criativos e os pescoços longos colares. 
No período entre guerras o estilo luxuoso da decoração persistiu com a Art Decó influenciado pelo Cubismo, pelo Construtivismo e pelo Futurismo.
O MUDE exibe uma garrafa de coca-cola de 1915; e tuppewares de 1945. A sociedade de consumo do pós-guerra levou os países industrializados a repensar o design a partir das novas demandas sociais e a madeira, as chapas de metal e com estruturas simplificadas se tornam uma forte tendência. Milão, na Itália, surgiu como um dos principais centros de design do mundo. As novas formas rejeitaram o Neoclassicismo fascista e emergiram orgânicas e sensuais.
Em 1950 nasceu a Bic Cristal, em 1946 o código de barras, entre 1954-58 os blocos Lego. No final da década de 60 optou-se por produzir objetos em um único material, tendência oposta à mistura de materiais da época anterior, o espírito Pop deu o tom nas artes plásticas e a diversão das formas e dos objetos seduziu mais que a sua funcionalidade. 
Em meados da década de 60 a moda de rua passou a influenciar os estilistas e a década de 70 despontou sob o signo da contestação e da experimentação. Multiculturalismo, ativismo, revolução sexual transpareceram nas produções da época marcadas pelo performático e pelo efêmero. As calças eram boca de sino, surgiram as maxi-saias, pondo em desuso a mini-saia, as estampas eram coloridas (hippie) e a maquiagem psicodélica, era momento da anti-moda. Em 1962 nasceu o vídeo-cassete, o disco compacto em 1970, o isqueiro Bic em 1972 (assim como eu), o Playmobil em 1974, e as latas de bebida em 1975. A partir da década de 80 emergiram formas ecléticas que abdicaram a rigidez, misturou-se padrões, cores, texturas, nasceu o ecletismo pós-moderno da geração yuppie, vestida por Giorgio Armani. Surgiram variadas tendências pessoais nascidas da investigação, tanto no design, quanto na moda e houve uma grande a variação de estilos. Novos matéria foram inventados como a micro-fibra, e o visual tornou-se leve e flexível. A contemporaneidade olha para o passado buscando, sem dogmatismos, aquilo que lhe apetece e inspira. Deparamo-nos com trabalhos de natureza hibrida, interdisciplinar, que escapam (e dispensam) classificação, o design desafia e instiga deixando espaços vazios para serem preenchidos pelo imaginário. Grupos se reúnem em coletivos, saberes ancestrais são recuperados e resignificados, há por parte de alguns artistas o compromisso social e ambiental. 

Bem, vale a pena visitar o Mude. os textos do catálogo são extensos, fiz esta compilação só para vocês terem uma ideia. Abraços desta amiga
Renata

20/10/2013

INAUGURADO EM VILA VIÇOSA O MEMORIAL FLORBELA ESPANCA, MARCO SIMBÓLICO DA CASA ONDE NASCEU A POETISA PORTUGUESA

Noite de inauguração do memorial
eu e a prof. Ana Luisa Vilela
Olá amigos,
No dia 24 de setembro de 2013 foi inaugurado, em Vila Viçosa, o Memorial Florbela Espanca. Este Memorial reconstitui o local onde estava situada a casa onde nasceu a poetisa calipolense, demolida devido a intervenção urbanística realizada na década de 40 pelo “Estado Novo”. 
antes da demolição
Casa original
(fotos cedidas pela câmara Municipal de Vila Viçosa)
A concepção deste projeto levou em conta a acessibilidade e a mobilidade das pessoas, enquadrando-se arquitetonicamente entre as edificações existentes.

Nos deparamos com o vão de uma porta em mármore que é idêntico em proporção ao original da casa, é um “marco simbólico da casa onde nasceu Florbela Espanca”. Uma placa oferece aos transeuntes informações sobre o Memorial: descreve o local da casa, fala sobre a poetisa homenageada e sobre a sua obra, e traz o poema intitulado Deixai entrar a morte, da obra Reliquiae.
Portal em mármore escuro ruivina
No ensaio A paixão transbordante de Florbela Espanca falei sobre a importância de ter uma casa para a poetisa. Durante a sua vida, depois de casada, Florbela morou de favor na casa do pai, do sogro e de amigos. A epistolografia da poeta revela o quanto, vivendo em casa alheia, Florbela ansiava viver felizes na sua casinha: “Não sei o que esperas para alugar casas, dizes que a questão é eu ir, pois eu digo que a questão é ter lá um buraco por modesto que seja. Palácio ou tenda na praia, o que eu preciso é casa minha”, noutra carta a poeta diz: “Muito depressa arranja a nossa casinha seja como for. Na Foz ou no Porto ou em casa do Diabo”. Esse desejo pode ser observado expresso no poema A nossa casa:


A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!
*
Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que nesse mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?
*
Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,
*
Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro − tão bom! − dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...

Foi emocionante participar desta homenagem a Florbela Espanca, especialmente neste período no qual me debruço sobre a sua vida e sobre a sua obra na pesquisa do doutorado. Este portal de mármore negro é simbólico para mim também, pois, a dedicação à obra florbeliana tem me aberto muitas portas. * Agradeço as instituições que vem apoiando as minhas pesquisas: CAPES, FAPES, CNPq, a Universidade de Évora que me acolheu em Portugal, a Minha Universidade, a Universidade Federal do Espírito Santo) UFES, a Ester Vieira Abreu de Oliveira, minha orientadora, a Ana Luisa Vilela, co-orientadora, a Maria Lúcia Dal Farra, amiga e incentivadora e coordenadora do Grupo de Pesquisa do CNPq, aos amigos do Grupo de Pesquisa do CNPq, enfim, são muitos os agradecimentos... * Espero que passando por Portugal visitem Vila Viçosa, terra de Florbela Espanca e de muitas outras artes e belezas.
Renata Bomfim

15/10/2013

Colóquio Internacional: A modernidade nas Literaturas Africanas em Língua Portuguesa: António Jacinto e a sua época (A memória viva na poesia de Ana Paula Tavares)

Olá amigos internautas,
é com alegria que compartilho com vocês a noticia do aceite da minha proposta de comunicação  no Colóquio Internacional: A modernidade nas Literaturas Africanas em Língua Portuguesa: António Jacinto e a sua épocaO Colóquio acontecerá nos dias 27 e 28 de novembro de 2013 na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. (site do evento). Segue o resumo da comunicação. Conto com a presença dos amigos de Lisboa. Abraços ***Renata Bomfim


A memória viva na poesia de Ana Paula Tavares

Renata Bomfim- UFES/ CAPES/ FAPES/ CNPq

A poeta e historiadora angolana Ana Paula Tavares possui uma escrita que traz no seu bojo variadas imagens da sua terra natal: costumes, sabores, cores, ritmos e sentimentos. Sua obra expõe, também, feridas provocadas por um processo histórico conturbado que fez com que, além dela, outros escritores angolanos empenhassem a pena em prol da construção de uma literatura não excludente e comprometida com a liberdade. Ana Paula Tavares cultiva a palavra, trabalha cuidadosamente a espacialização do poema, escolhe os vocábulos como quem separa sementes, desse processo criativo brotam poemas que cantam a vida, com cenas bucólicas onde encontramos o boi, o homem simples com sandálias de couro, o corpo lavrado. A poeta reflete sobre a condição feminina denunciando a escravidão cultural, a segregação étnica, seu canto também possui um erotismo premente. Mitos, ritos e valores que o mundo construído pela poesia evoca é a matéria prima que utiliza na construção de uma obra polifônica e de forte lirismo. Tomamos como suporte nesse estudo o mito, como propôs Mircea Eliade, como a “forma por excelência do pensamento e memória coletiva”; e a critica pós-colonial, que questiona a perspectiva colonialista da história, e valoriza vozes que foram durante muito tempo esquecidas. Como bem disse Frantz Fanon, o escritor que escreve para o seu povo deve utilizar o passado com o propósito de “abrir o futuro, convidar a ação, fundar a esperança”. Amparada nas palavras de Fanon, e a partir dos arcabouços apresentados, propomos a analisar a memória viva na poesia de Ana Paula Tavares.


Palavras-chave: Mito, Pós-colonialismo, Poesia, Ana Paula Tavares
Ana Paula Tavares e Renata Bomfim

Participação na mesa sobre a poesia de Ana Paula Tavares

Padrón, Padrón... A casa de Rosalía de Castro...

Olá amigos,
Em Padrón, na Galícia, fui á Casa/Museu de Rosalía de Castro, importante poetisa galega, infelizmente o museu está em obras e não foi possível visita-lo. Fica para a próxima...
Abraços ***Renata Bomfim


Segue um textinho que produzi: