23/03/2007

Desejo que consome!
A mulher
com a boca cheia
de mel.

Escorriam de sua boca, fluídicas,
Já alcançavam os seios
àquelas gotas douradas....
pareciam armadilhas
prontas para capiturar o Ávido

olhar
visgo
Uma doçura... melaço negro,
spectrum
Sabor de abismo
De morte

Ela estava predestinada.

Seu corpo exalava, agora
perfume de rosa
podre aroma de adeus
Belo e triste...


Ela, a noiva funesta,
fechara os olhos.

Seu amante estava lá.
Amou-a por toda vida,
A cada lágrima derramada
a lembrança
viagens gozozas e frustradas
Naquele corpo
Inerte e fúngico.

Desesperado
Lança-se sobre o corpus
Quer renovar seus votos

obsoletos
Do casamento inplicito

Noiva de Éter
Holometabólica
Bilateral
Quem sabe o seu destino?

Seu corpo
Doce...
Derrama-se,
Agora, Cada vez mais
Manacial.

E dizem que...
E choram e
HIPOCRISAM

Cheiro de crisântemos
A vida ex vai-se

O desejo não morre
Viaja com suas asas ferrugíneas
Mandaçaia
Para além de nossa compreensão.



Poesia funesta

Renata Bomfim







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