Quando cheguei aqui
faz um tempo
sem lembranças
tudo o que vi e ouvi
assim como, as verdades que me disseram,
se tornaram o meu mundo.
Paredes moles da minha casa
jardim com flores carnívoros-vegetarianas
pássaros escam0- douradas e,
aquele sentimento de vazio
que sempre me inquietou.
__as cores não podem ser só estas!
eu sempre pensei assim
de onde vinham os pensamentos- estranhos?
pareciam não serem meus
Meus, os clichês?
um dia acreditei serem meus
Meus, os clichês?
um dia acreditei serem meus
todos os clichês,
ferramenta obrigatória para atuar neste
mundo que me intriga e aborrece
odeio clichês,
mas odiar clichê é o maior dos clichês,
na árvore genealógica da saudade
uma tela em branco
espera angustiada e,
quanto mais brancas e puras,
mais dizem nada.
E esperam pelo artista -louco
anseia ser algo mais
dependência misteriosa esta.
A matéria (re)clama
A matéria geme e eu ouço
Ninguém ouve a terra-matéria gritar
eu ouço e
choro-criança
a tela muda
tela cor, tela corpo
lágrimas da terra
(es)correm nas minhas veias
meu sangue chora
meu sangue chora
ouçam a terra! clichê,
Clichê, clichê, clichê...
Odeio clichês!
O maior dos clichês,
ser eu mesma
Ser só eu, quando eu sou mais
Talvez a somatória- resultado de uma raça ruim,
de gente que pensa não/Ser- gente
Que pensa que
no seu sangue
corre um liquido outro,
não as lágrimas da terra
Já senti na boca o gosto
Já senti na boca o gosto
da saliva da terra- mulher
que beija cada homem que nasce
apaixonadamente,
mas o homem não sente,
Pequenas lembranças sensórias
de quando eu cheguei (aqui) sem lembranças
Lembrei
de quando eu cheguei (aqui) sem lembranças
Lembrei
o vento cura amnésia
Faz o corpo lembrar
lembrei de uma outra gente
lembrei de uma outra gente
de um mundo outro
gente outra que
mora num mundo de clichê
menos comprometido com a ignorância
menos comprometido com a ignorância
Sim, eu sei que
o mundo É o mundo e pronto
Nasço, vivo (como posso) e morte
E o mundo continua
Indiferente
Não importa
Contradição?
importa, sim
deixar a marca na pedra
Uma inscrição:
“eu ouço a terra, eu sinto o sabor do seu beijo ”
Só isso.
E viver (como se pode),
E morrer como se deve
E morrer como se deve
Feliz da vida
by renata bomfim
Nenhum comentário:
Postar um comentário