09/03/2008

misticismo pós-moderno

"SOMOS PARTE DO TODO!"
Foi o que disse o místico.
Vibrei e aceitei o dito
como verdade absoluta.
Tudo bem, desde que esse todo
ao qual eu pertença,
seja a parte
mais bonita, gostosa e opulenta.
Quanto ao todo que
corresponde à parte,
pobre e ignorante,
que pertença a outro!
Enquanto isso, vou acendendo incenso,
tomando banhos de ervas,
massagens com óleos essenciais.
Visto roupas brancas e puras
e ouço mantras trancendentais.
Se o sol nasceu para todos
a sombra nasceu apenas para alguns!
É a lei, a lenha, o fogo!
Sigo vencendo o medo da morte e
entoando doces melodias.
Que esse outro, sem sorte,
desconhecido e renegado,
se contente com a vida
que "terá" após a morte.
O céu, anjos, harpas, mas nada de
cervejinha e nem mulher.
E o meu todo regozija
ele é todo meu!
Nesse caminho que é a vida,
sou levado a buscar o nirvana
a estar com todos os chakras alinhados,
com a aura milticolorida,
purpurinada,
a Não cultivar a culpa ou o remorso.
Mas o místico só não me disse
o que há ao fim dessa jorNada.

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