11/03/2008

É Honoré

É Honoré,
Sou uma mulher de trinta!
Vêem em mim atrativos irresistíveis,
Esperam que eu satisfaça a tudo e a todos,
na comédia humana da vida.
Mas confesso que
as vezes me sinto feia,
presa a uma teia louca que
afirma que preciso de plástica,
de muito dinheiro, de posição.
É um vestibular diferente,
E me cobram: "escolha ou isso, ou aquilo",
?Ser a gostosona,
ou ser a mãe, se não isso, ser
uma profissional, macha e
mandona.
Sabe o que quero, Nô?
Julgue se é pedir demais,
Quero viver em paz!
Esquecer essa coisa de idade,
de cobrança, de "se enquadre",
quero me libertar dos estereótipos,
Já passei pela faculdade.
Chega de ter que sempre escolher,
Quero acolher!
Então, já digo na lata,
Que de mim, não esperem nada!
Peço que larguem do meu pé,
Deixem que eu oferte carinho,
amizade, lealdade, e me zangue também,
se tiver vontade. Que eu
trabalhe e que tenha filhos, ou não.
Não me cobrem nada!
Me deixem ser uma mulher de trinta
assim como sou hoje,
quase ajuizada.

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