Seja bem-vindo(a). Este é um espaço pessoal onde, desde 2007, reúno poemas, ensaios e artigos de minha autoria, compartilhando também um pouco da minha trajetória como terapeuta junguiana e ativista ambiental. É um espaço aberto, para escritores(as) de várias partes do mundo.

26/10/2009

Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias

se tem um cara que, na minha opinião, conseguiu descrever com precisão variados fenômenos contemporâneos,  foi o  Zigmunt Baumam. Já li alguns de seus livros, entre eles o Modernidade líquida, que considero, até agora, o melhor. No livro intitulado Vida para consumo, ele mostra as vicissitudes da nossa sociedade, cada vez mais "plugada", ou seja, "sem fio". esse joguinho de plugado e sem fio foi um achado do escritor que relata a loucura que pode se tornar o consumismo extremo que elimina os fios que ligam os seres humanos entre si alienando-o. Bauman destacou que as redes sociais deixaram de ser uma opção para se tornarem o endereço "default",  de um número crescente de pessoas, especialmente dos jovens. A "morte social" espreita aqueles que não cedem aos apelos do cibermercado e da cultura "mostre e diga". Se na primeira modernidade os lugares estavam pré-determinados, na contemporaneidade eles vão se dissolvendo, misturando e confundindo e as barreiras entre o público e o privado estão cada vez mais fracas.
as pessoas revelam o mais íntimo de suas vidas, seus desejos, taras,  e aqueles que zelam por sua invisibilidade, segundo o autor, "tendem a ser rejeitados", como se fossem "suspeitos de um crime".
A "liquidez", pilar da tessitura teórica baumiana pode  ser aplicada as empresas. Os empregadores optam por empregados "flutuantes", ou seja, "descomprometidos", "flexíveis", "generalistas", e em última instância "descartáveis". Estes empregados desobrigados de família e descomprometidos, são classificados, por exemplo, no Vale do Silício, como "empregados chateação zero", assim, o empregado ideal seria uma pessoa sem vínculos. Concordo com o Bauman quando diz que a sociedade de consumidores, ou seja, nós, nunca seremos sujeitos sem primeiro virarmos mercadorias. Sonhamos em ser mercadorias desejáveis, necessárias, estudamos muito para isso, nos deformamos muito para alcançar este objetivo, mas eu pergunto para quê? no que resultará tudo isso? Como é difícil nos desvencilharmos do apelo da mídia, acreditamos que não podemos passar sem o celular da hora, sem provar novos sabores, novas emoções, tudo novo, tudo novo... e é assim que vamos sendo consumidos...

2 comentários:

Josely Bittencourt disse...

Ei moça,

vc já viu o documentário Surplus? (pelo interesse ao tema creio q já) mas quando assisti achei super pertinente, joguei no oráculo alguns tópicos e cheguei aqui. Gostei da resenha.

*

Renata Bomfim disse...

Olá jô, que alegria receber a sua visita!!! olha, assisti ao vídeo, eu não conhecia, achei muito bom e verdadeiro!!!! Olha, fui na sua página e gostei muito, as poesias me recordaram a obra concreta, principalmente a de Haroldo de Campos que eu amo de paixão!!!
infelizmente não consegui postar um comentário...
Um abração
volte sempre
Renata