No paraíso da linguagem,
o poeta zeloso se inclina
para amar a letra.
Nesse momento ele é Adão
no topo da hierarquia,
exigindo que Ela se submeta.
A letra mulher primeva,
dissimula
dribla a lei,
se agita.
Vê homem, bicho, Deus,
quer comer tudo
quer conhecer tudo
provar de tudo muito
principalmente do fruto.
Cometidos todos os pecados,
Nua e ambigua
ouve do outro lado a pena:
"Ganharás o pão com o suor do teu corpo".
O homem, caído, se depara com o desconhecido,
A vida de agora é labor e sacrífício
Ela pari aos gritos
conhece a dor
Mas estava escrito, tinha que ser assim,
para puderem seguir nomeando as coisas e
enchendo a terra de Abéis e Cains.
bairenatabomfim
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