15/01/2011

Joana D'arc

Joana, precisas ser marginal,
Ser santa te fará igual
a tantas. És diferente, Joana!
O fato é que incomoda
O teu existir, a potência de tua fé.
És mulher, Joana, não esquece!
Tira essa armadura, essa calça feia,
Veste-te de luz e de prazer.
Talvez fosse isso o que as vozes
 queriam te dizer.
Liberta-nos, libertando a ti mesma.
Vejo que queimas, ainda, em agonia,
Sob a ira dos homens da igreja.
Pelejaste contra as injustiças,
Teu alimento: entradas e bandeiras,
Do povo, foste guia.
Em retribuição te prepararam
uma fogueira. E foste linda
morrer, de vestido branco e chapéu.
Teu corpo virgem foi macerado
como um lírio, um cardo,
O sol, envergonhado, se pôs ao meio dia.
E eu gritava:
─Pula daí, Joana. Cai fora!
Mas, minhas mãos estavam atadas
Não pude te ajudar.
Àqueles que amam a maldade,
O poder, e se alegram com a crueldade
Precisam saber:
Tudo perdeu a cor e ficou cinza
Quando você se foi, mas,
Puída, a tua bandeira tremula ainda.
Só não vê quem não quer!
renatabomfim

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