14/02/2011

Viúva negra

Eu vou te rogar uma praga
te envenenar
matar a sua samambaia.
Vou te ferrar! Aferroar
como fazem os escorpiões aos sapos
que querem atravessar
rios e lagos
sem pagar pedágio.
Quero ver o seu sangue correr e escorrer
vermelho como os prados
e os desertos mais secos
onde açoitam ventos amargos e
moram as feras que amo e desejo.
Assim será o nosso idílio
fadado à dor, à melancolia
e ao dissabor de um amanhã
que morre todo dia
antes mesmo de nascer.
Assim será, também,
que festejaremos
a ironia do tempo vivido e
a ânsia sei lá do que.
A morte será um beijo fresco
com o qual nos despediremos.

bairenatabomfim