01/04/2011

Esquisofrenia

Eu não sou daqui,
E nem de  lá
Quem sou eu?
Uma nuvem, uma flor,
veneno em um frasco colorido?
Vivo à caminho.
Eu sou o caminhar.
Desconheço as estradas
que sigo, ou persigo.
Os pés batizados pela poeira,
O solo, castigado, se rende
ao sol do meio dia.
Nada nasce
Nada muda
Nada em via.
Ouço o pio de um pássaro que,
logo parte, nômade,
busca lugar para fazer ninho,
assim como eu.
Às margens:
as árvores,
o mato verde,
o rio e seus córregos.
Há desvios,
atalhos
e são tantos...
Arrisco,
traço,
rabisco.
Imprimindo uma nova pisada
na terra magoada por pés
ingratos, grosseiros.
Piso leve, os pés são ariscos,
não querem apenas andar,
querem dançar,
querem agradar aos ouvidos,
para que logo,  mãos enfeitiçadas
lhe afaguem os dedos mouriscos.
As dores diminuirão!
Logo os lábios sorverão
o ar fresco do dia.
A noite  vai indo embora,
e eu, em partes, observo.
Deposito esperanças na aurora,
interstício que permitirá
(re)integração às minhas partes.

3 comentários:

Jaque disse...

Acompanho sempre o blog... Adoro teus poemas!
Postei um hj no meu blog - "Sedução"... Acho ele lindo e condiz com muito que sinto.

Abraços
Jaqueline

http://jaqueraupp.blogspot.com/2011/04/seducao.html

José Carlos Camapum Barroso disse...

Lindo, lindo! Gostei muito. Seus textos são sempre muito bons. Sou seu seguidor.

Renata Bomfim disse...

OLá jaque e JOca obrigada peloca carinho, é sempre uma alegria recebr a visita de vocês!
Abraços
renata