o meu sangue
A árvore sangra
o sangue do teu filho
A tua filha sangra
o sangue do bizão e do cavalo
O peixe sangra
o teu sangue e
o sangue dos nossos antepassados
Os nossos netos sangram
O Tempo e o espaço se dobram
A vida se esvai.
Seca o meu sangue
enxugo a tua lágrima
A árvore entoou um canto para o peixe que sangrava
o sanguamento dos antepassados, então, estancou
A terra sorriu e se abriu na alvorada!
O bizão e o cavalo correm livres
O teu filho tocou o tempo e o espaço e
dele saiu virtude!
— Pai não sabemos quase nada!
O aqui e o agora nos cega infinitamente
Precisamos descrer, deixar de ser
para sermos muitos e muitas
—Mãe Terra, recolheste os nossos fluidos
Não há mais dor e nem lágrimas
Não haverão sussurros
as palavras serão audíveis e
o corpo íntegro revelará, cicatrizada,
a ferida do ódio e do absurdo.
renatabomfim
renatabomfim
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