Dionisio Del Santo nasceu em Colatina/ ES, no dia 31 de janeiro de 1925. Filho de lavradores italianos, foi na biblioteca do Seminário Seráfico de São Francisco de Assis, em Santa Teresa, que o jovem aspirante a padre descobriu o amor pela arte. Interessou-se por Botticelli, Portinari, Van Gogh e reproduzia em papel quadriculado, ícones da pintura clásica e moderna. Estou geometria, perspectiva e realizou projetos arquitetônicos. Assim que foi convocado pelo serviço militar mudou-se para Vila velha, indo prestar serviços como cabo no Batalhão de Caçadores. Posteriormente, lecionou latim, língua portuguesa e matemática numa escola do Rio de Janeiro. Foi professor de Gravura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre outras atividades que desempenhou no campo das artes. Del Santo participou de inúmeros festivais de arte, inclusive em Nova Almeida/ES, recebeu vários prêmios e o seu nome figura entre as grandes personalidades do movimento modernista brasileiro. Eis algumas obras do artista plástico:
Dionisio Del Santo desenvolveu em mais de 50 anos de trabalho uma série de obras, dentre elas variadas xilogravuras, especialmente entre os períodos de 1953 e 1959. A critica descreveu este trabalho como sendo uma "faceta expressionista" dessa linguagem. O poeta desenvolveu uma intimidade com a linha, elemento basico do desenho, e com ele construiu uma obra elaborada e harmônica.
grupos de linhas paralelas produzem um efeito de vibração. Foi na década de 70, e inspirados na serigrafia, que Del Santo desenvolveu essas obras "de conotação cinética", ou seja, que se modificam na medida em que o observador se desloca.
Del Santo explorou o universo da serigrafia utilizando os elementos que tanto apreciava, as linhas, as cores, a estrura geométrica, aliados a composições com signos que revelam difrenetes fases de produção. As serigrafias foram desenvolvidas, especialmente, entre os anos de 1966 e 1997.
Entre 1992 e 1998 o artista produziu um conjunto de obras que denominou "fragmentos ritmicos". Mais uma ação com propósito de renovação da sua linguagem individual. Del Santo declarou: "considero que a preseverente elaboração da obra constitui-se na meta fundamental que o designio celeste me determinou na vida". Se tenho cumprido a contento essa meta, cabe aos apreciadores perceber intuitivamente ou julgar segundo os seus conhecimentos".
O crítico Carlos Chenier declarou que Del Santo "foi sempre um asceta. Mudou somente quando sentiu necessidade estética para adquirir sua própria dicção e vocabulário plástico".
O artista possui vários prêmios, entre eles o "Prêmio Itamarati de aquisição", 1967; "Salão Nacional de Arte Moderna. Prêmio isenção do juri", 1968; "V Salão de Arte de Belo Horizonte. Prêmio de aquisição", 1973.
Del Santo produziu um caderno de poesia intitulado "Flores murchas", com cerca de cem sonetos. nele há títulos como Inspiração, na floresta, Colatina, Amor, Serenata, Veneração, entre outros.
SONS NOTURNOS
Estala, canta a folha da palmeira,
Embalsamando os ares de harmonia,
Depois definido, tímida e macia,
Nesse drama da noite feiticeira.
Sorri, soluça e geme a capoeira...
E o vento, ouvindo a triste melodia,
Vai rindo, loucamente, de ironia
Nos ramos denegridos da mangueira.
Enfim, tudo emudece, de repente
Tristíssimo silêncio a noite abraça
Como pausa de etérea serenata...
É da coruja fúnebre somente
O gargalhar extridulo perpassa
O taciturno âmago da mata.
Catálogo do Museu de Artes do ES/ MAES
Foi por acaso que peguei o catálogo de Dionísio Del Santo na estante, já fazia um tempinho que queria postar algo sobre esse artista capixaba talentoso que tanto admiro. Foi uma surpresa observar que hoje é seu aniversário natalício de 87 anos, sendo assim, dedico este post à sua memória.
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