Não
matem os touros,
São
meus filhos,
Todos
eles, todos, todos...
Não
matem os meus filhos que
Também
morro!
Chorei
ao ver Guernica,
Lágrimas
que não eram
Apenas
minhas.
Senti
a dor e o desespero
Condensados,
feitos um.
Forma
terrível,
Monstro
tão humano,
Assassino
sanguinário,
Ser
que não morre,
Apenas
dormita de
Vez
em quando.
Guernica
se atualiza:
Espanha,
Portugal, Brasil,
Egito,
Palestina, Síria,
Marrocos,
França, Itália,
Argentina...
Vi
jovens desejando ressuscitar
O
fascismo, sob os aplausos
Dos
herdeiros de Hitler.
Oh!
Deus, o que é isso?
Onde
vamos parar?
Vamos
parar?
Seremos
capazes de recontar
(Os
dias)
Com
compaixão e esperança?
A
grande nave parece desgovernada,
Quebrou-se
o timão,
Até
aonde posso ir com as palavras?
Até
onde meus pés cansados
podem
me levar?
Eu
quis aninhar Madri
Nos
meus braços,
Alimentá-la
no meu seio e
Ornar
a minha cabeça
Com
as vieiras de Santiago
De
Compostela.
Sonho
tocar o coração
Desta
terra e extirpar
A
violência.
Não
matem os touros,
São
meus filhos,
Todos
eles, todos, todos...
Não
matem os meus filhos que
Também
morro!
Os
sinos das igrejas anunciam
A
emergência de um novo canto.
*RB, Madrid, 11-10-2013
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