10/04/2014

Tango (poema de Harold Alvarado Tenório, traduzido para o português por Renata Bomfim)

Valente e formoso
A morte não pôde te destruir.

Meus lábios
te fazem a imortal:
te amei muito.

Não esqueço
o fulgor dos teus olhos
a tua pele de Magnolia
teu sorriso malévolo
teu rítmico andar
e esse jeito de enganar 
que só em você perdoo.

Nunca voltarás,
Eu sei.
Nem eu sou o mesmo
Que amaste.
Os danos e as penas
me tornaram um despojo
e a minha alma
uma substância errante.

Então 
de repente
em um café
de Alvear com Uriburu
apareces.

Te vejo chegar,
me procuras
e como se nunca tivesse partido
me cumprimentas
e sorris desse tempo eterno
onde eu te amo.

Vã é a morte
para quem sobrevive
e continua amando.

Vã é, também, a vida.

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