02/04/2014

Vênus de Willendorf (Renata Bomfim)

Na volúpia
da noite ancestral
tua mão lavra
o meu corpo.
Duras, sulcam
sem piedade.
O instrumento perfura
a matéria bruta,
fende os seios, cava
ventre, coxas:
anseia modificar
a minha imagem.

Gestas as faces de Lucrécia, 
Teodora, Maria, Flora,Vera..., 
teus olhos brincam e gozam
na aspereza do momento.
Verdugo agressivo,
senhor de arroubos estupendos,
presta atenção:
Sou todas essas, 
outras ainda:
Vênus de Willendorf.


(RB)

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