O ambiente no qual vivemos impacta nossa saúde mental. A reportagem da revista Mente & cérebro (n° 225, ano XX), intitulada “Cidades enlouquecidas” chamou a minha atenção. Nesse texto o autor destaca pesquisas que indicam o quanto o ritmo de vida das grandes cidades influencia, geralmente de forma negativa, nos processos psíquicos e orgânicos (entre eles a memória e a capacidade de concentração), dos indivíduos; aumentando, consideravelmente, as possibilidades do desenvolvimento de depressão, de ansiedade e de esquizofrenia. Pesquisas em diferentes universidades, indicam a relação próxima entre os distúrbios mentais e as pressões sociais. Na Universidade de Cardiff, por exemplo, o psiquiatra Stanley Zamit descobriu, ao analisar cerca de 200 pacientes, que variados fatores urbanos, como a imigração, por exemplo, potencializam o isolamento das pessoas. Muito do estresse vivido pelos indivíduos que moram em cidades agitadas são confundidos com transtornos mentais. Nem todos os habitantes das cidades desenvolvem transtornos do humor, mas, algumas pessoas são afetadas de forma mais drástica pela superestimulação crônica do estresse.
Segundo o Dr. Zamit, “pessoas nascidas e criadas em grandes cidades estão expostas a maiores riscos de desenvolver esquizofrenia”. A comunidade científica demonstrou que “a carência de paisagens verdes, o excesso de ruídos, e outros aspectos ambientais” afetam as funções do córtex cerebral. A maioria de nós já nasce inserida na rotina da vida citadina, e logo cedo somos iniciados em variadas formas de pressão social. Então, devemos nos cuidar!
Podemos criar, dentro do caos urbano, ilhas de relaxamento e alívio do estresse e estratégias de bem viver. Por isso é importante cuidarmos dos ambientes, da casa, do trabalho, buscar a tranquilidade, cultivar a paz e o bem viver.
Devemos cuidar para que as nossas cidades sejam projetadas para propiciar a saúde e não a doença!
Exigir que a lei seja cumprida, e que sejam construídos parques coletivos, áreas de esporte e lazer com árvores. É muito importante que cuidemos das árvores que dividem moradia conosco nas cidades, pois, além de serem organismos vivos, elas nunca estão sozinhas, abrigam pássaros, refrescam e humanizam o ambiente. Eu amo as árvores, as considero um presente de Deus, é até difícil enumerar os benefícios que as árvores trazem para a vida humana, benefícios esses que transformam um rachadinho na calçada em absolutamente “nada”! Outras posturas são fundamentais para uma vida feliz nas grandes cidades, entre elas manter a proximidade com amigos, cultivar uma vida cultural, quem sabe instituir uma rotina que inclua ir ao teatro, a um show musical, fazer aula de dança, de pintura, caminhar na praia, enfim... essa felicidade se constrói e, associada à criatividade, ela pode tornar a nossa vida muito mais bonita!
Renata Bomfim
Nenhum comentário:
Postar um comentário