26/07/2014

A (re)criação do mundo poema

dedico esse poema às crianças mortas pela ignorância humana, em uma guerra global que finge ser ficção, novela. Que o poema se desconstrua e volte a ser menino, que se esvazie das verdades e possa, então, cantar de um jeito novo, as flores e as crianças.
O poema viu crianças mortas,
emudeceu.Seus olhos sangraram.
Ele então decretou que todas as rosas
dos poemários murchassem e morressem.

A impotência é um fantasma,
Não se deixa exorcizar,
Não compete com medo, antes,
alimenta-o  para que se fortaleça.

-A nauseada flor, pálida e feia,
resiste, não murcha, vive a trancos
em barracos de solidariedade
que podem ruir a um simples não.

O poema vai destruir as flores,
as barreiras, a feiura, a náusea, 
o barranco, o exorcismo, o medo,
os olhos de sangue, a si mesmo.

O vazio e o Nada irão (re)criar
o mundo poema, começando
pelas crianças...

*RB, 26-07-2014

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