Dedico esse poema a Leila Mícolis, poeta e gatófila
Desenhar gato.
É preciso estar chovendo,
É preciso o frio,
Muito vento,
ouvir o miado quase imperceptível.
Depois, levantar do sofá
(quentinho)
chegar a preguiça pra lá,
Descer as escadas com alimento,
procurar, procura...
Encontrar o bichano
(pequenino, molhado, assustado).
Para garantir o desenho
é preciso abrigá-lo.
O felino deve descansar,
faz parte do exercício artístico
conquistar a sua confiança.
Desenhar gato não é
do dia para a noite!
O humano precisa se habilitar
nas artes visuais, olfativas,
no t(r)ato leve e, nas palavras.
Sim! é preciso aprender
a língua dos gatos.
Um dia, sentado em frente a mesa
com lápis pasteis, de cor, tintas,
o desenho virá até você oferecido,
Vivo, pulsante, feliz:
arabescos livres, traços libertos,
tratado de delicadeza e amor.
O felino apoiará a cabeça
na sua mão, o desenho, então,
se completará no intervalo
entre o olhar do modelo
e de sua amiga fiel.
RB
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