O poema é livre
como jamais serei.
Poema refugiado,
Poema mulher negra,
mulher de sangue e carne
mulher de cais
de alamedas
de gritos, xingamentos,
de claustros e de ais.
Apesar de tudo, o poema é livre, mas,
nunca serei livre de mim mesma.
A tentativa de criar incriados fracassou,
O homem estranha o calor de minhas entranhas,
não sabe que as vísceras estão em chamas,
desconhece a origem das brasas e das cinzas que
fazem sair fuligem pela boca:
poema estranho!
vida estranha!
morte estranha!
No intervalo do poema-vida-morte
a respiração ofegante,
o sentido do inacabado,
o caos costumeiro.
As letras possuem asas coloridas,
são borboletas e voam como se
a eternidade fosse a regra.
Invejo e gozo Hamlet e sua casca de noz:
palavras, palavras, palavras.
Caim ainda vaga pelas grandes avenidas
de São Paulo, Nicarágua, Lisboa, Madri,
encontrei-o uma vez em uma ruela de Cariacica.
Caim toma um trago todas as quintas, sem falta,
no boteco da esquina.
Perdi toda a filosofia,
Pendurei diplomas, basta!
Serei professora das minhocas e jacupembas,
Pesquisarei a música das cigarras e o coachar
das rãs atrevidas.
Caim que seja feliz como poder!
O poema é livre,
Isso me basta!
RB, Vitória, ES, 01-10-2015.
como jamais serei.
Poema refugiado,
Poema mulher negra,
mulher de sangue e carne
mulher de cais
de alamedas
de gritos, xingamentos,
de claustros e de ais.
Apesar de tudo, o poema é livre, mas,
nunca serei livre de mim mesma.
A tentativa de criar incriados fracassou,
O homem estranha o calor de minhas entranhas,
não sabe que as vísceras estão em chamas,
desconhece a origem das brasas e das cinzas que
fazem sair fuligem pela boca:
poema estranho!
vida estranha!
morte estranha!
No intervalo do poema-vida-morte
a respiração ofegante,
o sentido do inacabado,
o caos costumeiro.
As letras possuem asas coloridas,
são borboletas e voam como se
a eternidade fosse a regra.
Invejo e gozo Hamlet e sua casca de noz:
palavras, palavras, palavras.
Caim ainda vaga pelas grandes avenidas
de São Paulo, Nicarágua, Lisboa, Madri,
encontrei-o uma vez em uma ruela de Cariacica.
Caim toma um trago todas as quintas, sem falta,
no boteco da esquina.
Perdi toda a filosofia,
Pendurei diplomas, basta!
Serei professora das minhocas e jacupembas,
Pesquisarei a música das cigarras e o coachar
das rãs atrevidas.
Caim que seja feliz como poder!
O poema é livre,
Isso me basta!
RB, Vitória, ES, 01-10-2015.
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