Senhor do Bonfim,
Meu pai,
Salve!
No terreiro-mundo
Negro ilumina:
acorda dormentes,
alegra,
cura doentes
com o som do tambor.
Os ventos da
África
são perfumados,
meu pai,
melodia inaudita ressoa
fazendo brotar as sementes.
fazendo brotar as sementes.
Um contador de
histórias
encanta a palavra, recordo
que a África é aqui,
que a África é aqui,
ela está dentro de
mim, inteira:
sou mãe e filha.
No terreiro
acontecem
milagres:
ferida é sarada,
feitiço é desfeito,
memória ancestral
restaurada.
restaurada.
Tambor-vida, vibração:
(pajelança popular
e erudita)
É fogo!
Tambor de Mina!
Tambor de Mina!
Glória a ti, meu
pai!
Rolam os búzios,
Saias
criam cirandas vivas,
brancas e
coloridas, são flores
no jardim de Oxum.
Silêncio
respeitoso:
Nanã descansa!
No
terreiro-mundo
negro é senhor, é
Rei!
No
terreiro-mundo
Sou filha de
Xangô.
É chegado o tempo
de
compartilhar o canto
da
diversidade. Faz justiça
com
amor, Senhor dos raios,
desperta o bicho
aprisionado
(no homem)
paralisado pelo
horror.
Salve!
Senhor do
Bonfim,
Meu pai!
*Renata Bomfim,
out, 2015.
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