11/05/2017

A Guerra entre os Lunares e os Terrenos (Oscar Gama)

Para Alex e Sil
É eterna e inadiável a guerra,
Nunca se encerra nem erra.

Os anos passam e nós aqui ainda,
Tentando encontrar o sentido da vida.
Pelejando para que o sopro da luta árida
forneça corpo e luz para o que se esvazia.

A dúvida de todo o tempo que passamos juntos
fará perguntas belicosas para a lua que a saúda.

Mas a lua navega, pela Proa cega,
Sem o piloto para mudar sua rota errante.
Mesmo errando todas as respostas, segue avante:
O exército astral, que a persegue, incansável,
Obriga-a a tocar sua vida para adiante.

A lua é a retífica
de sua própria vida,
E, cheia de si mesma, se motiva e brilha
em tom de batalha e de piada.


Se a lua também é a retífica
de nossa alma sofrida,
Como tocá-la sem olhá-la nem matá-la,
Tal como fazemos com a paixão consumida?

A lua brilha e sua paz nos retifica
para algo além da humana lida,
Aconselhando-nos a sobreviver e a manter o bom humor.

Respondem, assim, seus raios descendentes, a nós:
Sem o bom humor, não vale a pena viver.
Se não vivermos, como ter algum humor.
Casamar, 7 de maio de 2017


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