As leituras de poesias acontecem nos colégios, praças e em frente a igrejas centenárias lindamente iluminadas. Durante todos os dias os visitantes podem acompanhar leituras de poesia, mesas redondas, apresentação de livros e feira de livros e artesanatos.
Próximo ao término do evento acontece o esperado “Carnaval Poético”, promovido pelas comunidades, onde poetas convidados e turistas podem conferir a riqueza de cores e sons do folclore nicaraguense e no qual se realiza um ritual de exorcismo da dor, do medo, da violência e onde se canta em favor da vida, da esperança e da democracia. Estima-se que cerca de cinquenta mil pessoas, entre cidadãos nicaraguenses, poetas e turistas, assistam anualmente ao Festival, o que também promove a cultura nicaraguense e fomenta o comércio e o turismo local.
O Festival completa dezessete anos em 2021,
sendo que as suas três ultimas versões foram realizadas via internet, devido a
questões políticas e de saúde pública por conta da pandemia de Covid-19.
Todo ano o @FIPGNicaragua homenageia um escritor. Fazem parte desse conjunto de homenageados os poetas Joaquín Pasos, Ernesto Cardenal, José Coronel Urtecho, Pablo Antonio Cuadra e Fernando Silva; Salomón de la Selva, Alfonso Cortés Bendaña, Azarías H. Pallais, Claribel Alegría, Carlos Martínez Rivas, Rubén Darío, Enrique Fernández Morales, Ernesto Mejía Sánchez, Manolo Cuadra e Fernando Silva.
Em
2014 fui convidada pela primeira vez para representar o Brasil nesse
prestigioso evento, no X Festival Internacional
de Poesia de Granada. Nem preciso falar o quanto esse convite me alegrou,
especialmente porque tenho uma ligação especial com a Nicarágua, por ser a
terra natal de Rubén Darío, poeta que foi meu objeto de estudos no Doutorado de
Letras da UFES e do qual sou leitora há vários anos. Nessa edição do Festival
participaram 135 poetas de 60 países. Do
Brasil, participaram do FIPGNicaragua poetas que admiro grandemente como os amigos
queridos Maria Lúcia Dal Farra e Antônio Miranda e, na edição anterior, em 2013, o convidado foi o poeta Thiago de
Mello, muito amigo e tradutor de Ernesto Cardenal.
Bem, o carinho, o respeito e a identificação foram imensos, tanto que, decorrido um ano, voltei a ser convidada para participar do XII Festival Internacional de Granada, do XV Festival Internacional de Granada, que não pode acontecer presencialmente pelos motivos já explicados, mas que deu lugar a um recital virtual em homenagem à Rubén Darío. Posteriormente, participei do XVI Festival Internacional de Granada e, agora, no dia 14 de fevereiro de 2021, participarei da mais recente edição, o XVII Festival Internacional de Granada, evento que é um sopro de vida e de liberdade propiciados pela poesia, em um momento calamitoso em todo o mundo. Lerei um poema do meu mais recente poemário, O Coração da Medusa, que foi contemplado no Edital da SECULT e está em vias de ser publicado. O poema chama-se “La prometida de Nicanor Parra”, a tradução do mesmo ao castelhano foi feita pelo amigo, poeta e tradutor espanhol Pedro Sevylla de Juana.
Renata Bomfim (Vitória, 09/02/2021).
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