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Sail on by
Your time has come to shine
All your dreams are on their way
See how they shine
Oh if you need a friend
I'm sailing right behind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind.
By Paul Simon
Não PRETENDO
aqui realizar uma RESENHA em termos clássicos, isto é, CANÔNICOS, deixo esta
TAREFA clínica aos especialistas, que possuem a HABILIDADE de manipularem os
instrumentos do DISCURSO literário de maneira ANALÍTICA, eficiente, profunda;
faço aqui apenas um RELATO de IMPRESSÂO de leitura, bastante impreciso e
divagante certamente, é mais um REGISTRO do impacto que a OBRA deste artista
multimídia TONINHO ÁVILA exerceu em meu espírito, as imagens e as referências
que seus versos invocaram em mim, quando eu NADAVA nas águas do seu RIO
cósmico.
O livro O RIO
QUE CORRE EM MIM, é a décima primeira empreitada lírica de Toninho Ávila e a
quinta obra publicada por esta DESTEMIDA editora paulista: PATUÁ, onde os
livros são sempre um amuleto contra a ignorância e o negacionismo. O volume
possui 20 poemas, diagramados de forma inusitada [versos fragmentados, alinhamento
centralizado, palavras-chaves em CAIXA ALTA], distribuídos em 256 páginas e
acrescida com 23 fotos, pinturas e ilustrações do autor, além de uma
apresentação de Maya FALKS e um prefácio de DOMINGOS Sávio Dias FERREIRA.
Pouco sei do seu autor, apenas que somos colegas PUBLICADOS na mesma editora e frequentadores do mesmo GRUPO que a editora congrega numa certa REDE social. Mas ESPIANDO seu álbum de fotografias, ilustrações, pinturas nesta rede, é ADMIRÁVEL constatar a riqueza que foi e tem sido a VIDA desta artista mineiro, já septuagenário. Foi EXPRESSANDO esta tímida admiração que o AUTOR me ofereceu um EXEMPLAR de sua obra e deu no que deu: a presente, e sem defesa, PSEUDO-RESENHA.
O livro em
sua totalidade, me PARECE um único poema escrito na intensidade do DELÍRIO
poético, um delírio, afirme-se, CONSCIENTE, não febril, mas AFETADO pelas
impressões sensíveis que geram REFLEXÕES contínuas e atravessadas de MEMÓRIA,
saudades, referências musicais, ideias, desejos, SONHOS, pesadelos, realidades
assustadoras; onde cada poema ULTRAPASSA a linha do PENSAMENTO, criando
dissonâncias SILENCIOSAS, pluralidades de SENTIDOS, impactos EMOCIONAIS, verdades
EXPLOSIVAS, lirismos INGÊNUOS, crônicas do INCOSNCIENTE no fluxo da INSANIDADE,
tudo articulado numa BRUXARIA inquietante, formando um MOSAICO CALEIDOSCÓPICO
DELIRANTE e LÚDICO ao gosto de WOODSTOCK. Aqui o EU LÍRICO “é um RUÍDO do
PASSADO”, uma TRAVESSIA onde o poeta “TRANSGRIDE o TEMA, o cânone, o silêncio”,
o POETA Toninho Ávila “encarna em sua POESIA seu ETERNO MANTRA que não quer
CALAR”, tal como a IMAGINAÇÃO exaltada de uma criança experimentando o INSÓLITO
mundo dos adultos, sonhando realidades do PASSADO urdidas no ESPAÇO-TEMPO do
presente, uma viagem CÓSMICA de quem viveu tudo e intensamente sem PERDER o
MENINO que fundou o ESPÍRITO arrebatado do POETA mineiro.
O livro deste
LOBO BRUXO é uma obra que deseja se comunicar com o leitor não exatamente pelas
palavras, mas através de uma série de CORES, sensações, AFECÇÕES, instantes únicos
e irrepetíveis, na arquitetura de um MOSAICO caleidoscópico intenso, o livro é
um convite a visitação do ESPÌRITO do POETA, e não um PASSEIO por suas
palavras, pois quando DITO o vivido, torna-se BANAL e SUPÉRFLUO. Nos tempos do
AGORA não é o DOMÍNIO da palavra e da linguagem que fazem do POETA o SER que
ele É, mas o domínio da IMAGINAÇÃO, a regência do SONHO, o QUESTIONAMENTO incessante,
MONÓLOGO interior abissal, a posse do DELÍRIO, o ENTUSIASMO vital e orgânico da
EXISTÊNCIA, tal como já nos alertou Fernando PESSOA.
O RIO QUE CORRE EM MIM é um rio sem NOME, este RIO não é o deus cansado e poluído GANGES da Índia, não é o MITO grego LETES, tão pouco o afeto poético e português do TEJO; o RIO que corre em mim é a própria VIDA em sua expressão mais lúdica, mais lúcida, mais úmida possível; e o poeta Toninho Ávila - um velho lobo BRUXO solitário - é este heraclitiano observador mirando com seu terceiro olho as margens do seu RIO interior, EXPERIMENTANDO em sua mente as dicotomias, a DIALÉTICA, os paradoxos, da existência; REVISITANDO o céu & o inferno de sua própria PERCEPÇÃO da realidade e de sua MEMÓRIA, pois a POESIA é a pureza de seu rio interior, o CRISOL que depura o coração pela linguagem e pela palavra poética. O RIO QUE CORRE EM MIM é um livro onde o valor POÉTICO não está nos versos, na linguagem e nem nas METÁFORAS, mas no invisível campo do coração daqueles que se permitem empreender a JORNADA existencial com coragem, tal como o poeta da contracultura Toninho ÀVILA tem realizado.
segue
O POETA
No delírio SOLITÁRIO
E em sua
Militância SILENCIOSA
Com a sua
POESIA MALDITA
Tentando alertar
A ILUSÃO
E no
Caminho sem VOLTA
Seus VERSOS
Lúdicos
Abraçam
Os filhos do VENTO
No eixo
Do risco e do TRAÇO
No CHEIRO da TINTA
A COR
Se faz VIDA.
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FRANCIS KURKIEVICZ é poeta, publicou pela Editora Patuá o livro de poemas B869.1 K96, vez ou outra se aventura na tradução, entrevista poetas como se estivesse sonhando consigo mesmo, outra vezes arisca uma resenha nada canônica.
2 comentários:
Valeu poeta, bela e densa RESENHA, seu olhar apurado captou a ESSÊNCIA BRUXA do velho LOBO BRUXO em SEU longo POEMA; O RIO QUE CORRE EM MIM----LOBO BRUXO. .Grande abraço FILOSÓFICO -POÉTICO
Estou a conhecer esse genial artista, polimorfo, multifacetado, que conecta o traço ao poético e ao poético acrecenta o hélios de nossas asas.
Parabéns pelo belo trabalho. Ainda estou a ler com calma vou me abastecimento dessa arte. Francisco Cavalcante
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