EN EL PRINCIPIO era el símbolo, y el símbolo era
energía. El símbolo grande, enorme, universal, estaba formado por símbolos más
pequeños; y estos, por símbolos individuales. El conjunto era un mosaico de
símbolos de una belleza sublime.
En el principio, el Demiurgo se complacía en la visión del mosaico de símbolos. En su complacencia lo imaginó real y quiso que así fuera. Al símbolo del sol le dio masa y lo llamó Sol. Así hizo con la tierra y todos los planetas; también con la luna y todo lo demás. Los llamó Tierra y Luna, y Cielo y Suelo, y Día y Noche, y Mar y Río y Peces, y Aire y Águila, y Caballo y Árbol y Roca, y Mujer y Hombre. Cuando el mosaico universal y los símbolos individuales que lo formaban tuvieron masa y fueron reales, el Demiurgo les dio unas normas destinadas a mantener el Equilibrio y la Armonía. A esas normas les llamó Leyes Naturales, y se sintió satisfecho. El paso del Tiempo con su roce constante, el Devenir dinámico estableció holguras entre los pedacitos que formaban el Mosaico, y ya nada fue como al principio.
Renata Bomfim, retrato activo
Se miraba Renata Bomfim, joven poetisa capixaba, en
el agua del manantial donde lava su cara; y el agua se movía mostrando un
rostro móvil, un retrato activo. Supo, la joven artista brasileira el origen
del mosaico universal y, en busca de la belleza primigenia de los símbolos, se
dirigió al principio. Del símbolo hizo pieza de su mosaico poético, de su
mosaico artístico, y poetizando su mundo camina: Transitei por mundos
ignorados. /Abracei, com amor, os corpos celestes,/ Reencenei a criação do
mundo,….Vi uma imagem refletida/ Na superficie dolente de um lago,/ (Era a
minha).
Buscadora de oro en los cauces auríferos, sabe
Renata Bomfim que no es oro todo lo que reluce. Encantadora de serpientes, se siente
fascinada por la cobra altiva. Le pregunto el proceso artístico y poético
seguido y me dice: “Estou muito encantada e feliz em ter o teu olhar
sobre a minha arte. Geralmente as pessoas esquecem que também sou
artista plástica. Embora neste momento me dedique apenas a poesía, entre os
anos de 1995 e 2000 eu trabalhei como mosaicista e design de jóias. O mosaico
"alegria" é feito com cristais e ágatas brasileiras, ele é uma ode ao
momento, um altar para Chronos, deus do tempo. As joias mosaico são uma tentativa
de colocar o cosmo no colo das mulheres, uma evocação ás formas e a energia da
natureza… Eu sofri um acidente automobilistico (um big bang que sobrevivi), e
fiquei impossibilitada por 2 anos de fazer mosaicos, Então, passei a estudar
teorias que não exigissem tanto do meu corpo, estudei arteterapia, psicologia
junguiana, psicossomática; e todos os caminos que arrisquei seguir me levaram a
poesia. Hoje estou completamente recuperada. Bem, eu pinto por prazer mas me
sinto mosaicista, e fui aluna e amiga de uma grande mestre, que é
considerada a mãe do mosaico brasileiro, o nome dela é Freda Cavalcanti
Jardim, ela morreu em 2000. Me dediquei ao mosaico, e dentro do mosaico, ao
vitral e a joalheria, te encaminho um link com alguns trabalhos, uma parte muito
pesquena do que produzi. Tenho joias espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Mas,
isso tudo me parece tão distante, não sei te dizer o por quê... Tudo
o que faço é mosaico, até mesmo os poemas são poemas-mosaico. Boa
caminhada sobre as águas”.
La poesía es para Renata Bomfim el estaño que une
las piezas en el colorido vitral de su vida: avanzar, abarcar, ir, dejar
huella, mejorar lo existente, trasformar, crear, amar y ser amada: Poesia
é / a palavra / dando cria,/ germinando,/brotando… Sou um soneto/que aquela
poeta cantou/ fazendo vibrar a alma…. Vem buscar a palavra./ As
letras estão espalhadas/ pelo meu ventre… Busco alento na
poesía… Transita no ritmo/ Explode e goza num grito:Poesia!…Ser poeta é
cantar alto/mesmo com a voz embargada/... A carência do conto de amor e de dor/
e do romance que ainda não foi escrito/ me fazem ser assim,/ fazem a minha alma
ansear pelo mundo/ e me resigna a cumprir a pena de ser poetisa…El poeta,
ser plural, asume su propio papel y lo desarrolla con todo su saber y entender: É
um mago condenado./ É tantos e todos que é ninguém. Por
eso necesita: Banhar-se na chuva mansa, regozijar na tempestade/ e
dormir ao relento, onde o frio adensa;buscar veios de ouro e água doce no
deserto.
Renata Bomfim parte de la consciencia de Ser, de
Existir; punto de apoyo de su palanca. Es y existe integrada en el Universo en
expansión, piedrecita del mosaico universal, mas piedra viva y pensante: Eu
sou pedra bruta/ girando na ciranda viva/ao som do vento/ e das águas…Sou toda
bruma/ rio a deslizar pelos penhascos…,Amo cada centímetro desse chão,/cada
fungo, cada inseto… raízes brotam do meu peito e/ saem pela minha
boca…Ó felicidade de entender, maior que a de imaginar ou a de sentir! Se
esfuerza a diario para ser esa piedra diferenciada que encaje a la perfección
en el lugar previsto del mosaico; diseño predefinido entre la naturaleza y
ella. Para la poetisa y artista diversa, primero fue el mapa, y con él se
trazaron los caminos entre montañas, bordeando ríos: Sigo, amor, numa
luta ferrenha/ para ser eu mesma. Encaixando os meus fragmentos/ nas partes do
mundo que cabem… Posso dizer que estou / possuída por mim…. Sou
eu buscando ar, espaço, acolhida,/ tentando ser gente, precisando de amor… Sou
toda dissonância/ Mas busco harmonia/ equilíbrio,/ beleza, cor…Do verde brotam/
movimentos sinuosos,/ sussurros, risos...
Es río Renata Bomfim, río que discurre hasta el
mar. Un mar que puede no ser el fin sino el principio de lo nuevo que
busca: As ondas me constituem…Elevada das ondas,…/ Bebi sonhos,/Me alimentei
de ternura,/ O Sol se curvou por um momento/ O tempo sorriu para mim…Fustigada,
ela quer mais... A minha alma anseia,/ ao som do mar, e a luz do
céu profundo, ver brotar de ti poesía…Estive olhando o mar/ no horizonte./ Uma
linha perfeita/ como jamais serei. Camina, navega, explora y, en las
bifurcaciones, quisiera abrir un atajo nuevo en medio de las sendas
existentes: mas logo me interroga/a bifurcação…Voo inaugural para uma
nova existência. Rehacerse, reinventarse, aunque sin dejar de ser
ella, sumando a lo ya conseguido: Adquiri habilidades:/Me disfarço,/ Me
misturo,/Posso até desaparecer...
Es consciente la poetisa, artista global, de
existir siendo mujer, persona en el camino. Más aún, siendo hembra, pieza
esencial de lo creado y de la continuidad humana, esencia receptiva y creadora,
recreadora: Sou mulher, portanto,/ a minha alma cintila/, comunga e
dialoga / com todas as estrelas ….Nem esposa nem amante,/Namorada!/ É o quero
ser/Sonho com o estado de graça/ da mulher que não tem dono,/ que tem asas/ que
deliciosamente ameaça voar. Cumplidos en ella los designios de quien todo
lo propicia, descansará: até que a noite a cubra /com seu manto de
prata. Se une a las iguales por pura hermandad. E eu amo a
todas elas!...Nos unem os ciclos da lua,/ a terra do corpo que vibra… Mãe
e amante de tudo que vive e respira...
El hombre, fecundador imprescindible, con
frecuencia se erige en dueño y señor. Mas o homem não entendeu…Finjo
ser…Aquela que precisa ser protegida…Me deixem ser uma mulher de trinta/ assim
como sou hoje… Pero ella le quiere amante, compañero, colaborador,
amigo: Quero abraçar teu desamparo./Ser tua gêmea, invertida… Arrancas
de mim a máscara / sem que eu tenha medo…Companheiro,/ Vamos conjugar
verbos…Subverter o alfabeto…Gozar nas texturas plurais.
Canta a la sensualidad y al milagro
repetido de la maternidad; y su canto es apremiante. Cava o meu chão e/
planta a tua semente…Habitei o templo da luxúria...O tátil se apoderou de
mim!...Te submeto aos meus desejos mais indecentes…,/Sou terra
úmida/ à espera da tua semente, como se fosse a última….lascivos e exaltados,/
nos devoramos até não sobrar nada…Eu quero rebentar!... ele nasce/ brota
do meu ventre acetinado:/ um filho com olhos de luz…Mulher, fêmea, / meu nome/
é prazer…A carne apodrece de tanta doçura,/ as palavras, torrões, desenham
cadeias de montes,/ cujos picos, cobertos de açúcar, convidam.
La soledad y la búsqueda en la poetisa y artista
capixaba se hacen cuestión vital. Busca fuera lo que tiene dentro; y lo busca
para llenarse de lo que ya está llena: Estou morta, mas/ pensem que fui
viajar….Sinto fome de infinito…O vazio me invade:/ Resto plena de tudo o que
não sou eu…Ser poeta…É buscar o outro/ e encontrar a si mesmo. Foi em busca do
seu sol/ e do sentido que o fará um dia/ emergir deus. /A solidão é um abismo/
e guarda uma paz preciosa!... Falta de algo ou de alguém... Busco
Ítaca!/ Busco a minha alma/ na alma daquela que tece à espera…En ocasiones
alcanza conciencia de su propia diversidad y, aunque en broma, se siente llena
de ella misma: Confeccionei bibelôs em gesso,/ elaborei mosaicos dos
infernos,/ tão belos que Gaudí invejaria./ Criei joias, contei histórias,
pintei, / bordei, toquei violão, fiz mandingas,/ macumbas. Aprendi dança de
salão, /dança do ventre, escrevi versos.
Renata Bomfim ama lo lejano y ama lo próximo; ama
al otro, al congénere, al amigo fraterno, al desconocido sospechado,
intuido. onde o amor impera, o/ sacrifício é sacro, é santo,/ ofício de
doação per se./ Que surja uma nova era,/a era das rosas, era de ouro, /era
de mim e do outro, era de nós…. Despertar os sentidos/ adormecidos/
ser um deles…ser um com ele/ um com ela…Somos um todo!... Quero
abraçar teu desamparo, sim! / Acolher a dor que mora dentro,/ curar as chagas,
deixar ir. Sufre con él oprimido, con él se resiste; y pide a quien
corresponda el cese del dolor inútil: Tememos!/ Trememos!...Alivia-me
dessa dor!/ Seca o sangue que escorre e corre…Alivia-me do grito que está preso
nas entranhas! Liberta-o!... Prefiro a morte à sujeição.
Ve la existencia humana, eterna y hecha de
existencias temporales. Está dispuesta a creer, necesitada de creer en algo que
sirva de sostén y agarradero. Ve un Dios inconcreto, que a veces es plural, con
su obra como testimonio y el respeto generalizado como moral única. Respeitosamente
espero a chuva cair…Tenho uma sede insaciável/ De Deus.../Por isso bebo a flor
e o orvalho…Preces e rogos e oferendas / Para um deus pagão…Mulher peca nua,/
santamente./ Seu gozo resgata do purgatório…Visto roupas brancas e puras/ e
ouço mantras transcendentais…Neste caminho que é a vida/ sou levado a buscar o
nirvana,/ a estar com todos os chakras alinhados…Vou mandar rezar uma missa/
Para que me deixes descansar/ e para que também descanses…Dios está onde
se tangenciam natureza e poesía.
El paso del tiempo huero, la temida rutina la
llevan a hacer, a transformar: Assim o cotidiano invade a carne,/ um
dia após o outro: mata as células, esmaga os
sonhos. Mas dos dedos brotam letras/ que não se repetem
jamais! Las manos, al servicio de la mente, sirven para dar vida a
mosaicos y vitrales, diseñar joyas, unir pedazos de espacio, de vida: Rompeu-se
o que era de ouro e fino e delicado./ Brocado de oníricas texturas.., Catedral
envidraçada,/ Templo óptico… ouro e mercúrio/ Amalgamado no espelho
cruel de Narciso… ser fragmento/ no mosaico cósmico…
Lugar de acogida su espacio para los seres vivos. Piedras,
árboles, animales; y todos con sus derechos. Algunos, como los gatos, alcanzan
el honor de tener poemas escritos o dedicados. A Lili, Verinha, Elvira,
Elvis,/Elvis Júnior e Dedo… Busco o natural/ nos escombros e resquicios/
do animal que sou… Acredito que você é um anjo/ uma
gatinha-querubim./Eu a quero pra sempre perto de mim... Amigo macio
e misterioso,/ o que anima a tua essência?/ Qual motivação divina te fez
assim:/ Astúcia, graça e beleza? Se considera Renata Bonfim parte de
un todo universal, sufre en lo profundo el daño que la naturaleza recibe del
hombre y sabe que herir a una parte es herir el todo, el hombre incluido: É
obsceno produzir lixo em profusão,/ degradando a natureza. Letargia/
Consumo/ A terra agoniza,/ o gemido é visceral… De tanto
arranhar a Terra e violar os Rios/ ofendendo o grande Nada.
Renata Bomfim se ríe con las cosas más serias; y
con las menos. Uno de los poemas que la muestran humorada se llama Juramento
de Hipócritas; y jura abrir uma clínica na Enseada do Suá,…para
atender senhoras e senhores/ da alta sociedade…Juega con las palabras,
sonidos y significados. Mote/ o trote/ o xote/ vou seguindo/ sou essa
alma que grita/ Inspirada!/ cobra pronta a dar o bote
Humana hasta la médula y persona social, se mueve
entre el temor y la esperanza, entre la aceptación de la realidad y el deseo de
cambiarla: Dores e lágrimas, / medos inexplicáveis/até mesmo da
plenitude e/ da felicidade…. O homem se pega em desatino,/ a sua vida será
labor e sacrificio… Sigo vencendo o medo da morte…¡Oh, Dios!
¿Qué dolor es ése que/ parte de lugar que desconozco/ y viene a alojarse aquí
dentro,/ haciendo de mi pecho cuna, celda, cementerio?... Experimentei
da dor, da violencia/ da solidão... da amizade e de incontáveis
alegrias….E amei, amei...
Creativa inteligente, encuentra un bello modo de
contarnos que hasta en sus preferencias hay grados: Com Freud e Lacan,
muito sexo./ Flerte com Foucault. /Com Bakhtin, pura amizade./ Mas com Jung,
amor./ Com Deleuze, um chá a tarde, /Com Baudelaire, cigarro, rapé, campari./
Conselhos, tomo com o Jameson, /Mas sigo sempre as dicas do Paz./ Sedutores
pirados, visionários, poetas, / Combinam bizarrices e genialidade, / Roubam meu
tempo, minhas letras e /Partem falando de mim. Fica a saudade.
De cuando en cuando, en su poesía
da pinceladas de su poética: Sonhei escrever um poema/ impossível,
marcante e forte/ cujas letras estivessem prenhes de espírito/ a musicalidade
fizesse vibrar a carne e, o metro,/ reproduzisse a perfeição do infinito…./ Mas
como cantar a beleza bruta,/ que se revela apenas em lampejos?.....A natureza
escreveu o meu poema:/ Traçou nas linhas da roseira/ metrificou o caminho da
formiga/ e às rosas perfumadas/ foram embaladas pelo ritmo do vento…
Hay una ventana abierta en su vida que ella llama
Letraefel. Renata Bomfim abre ese blog de par en par para ver el mundo
cuando el mundo entra. Letraefel es un diario que ella escribe para que lo lean
quienes tengan la suerte de llegar. En esas páginas virtuales deja, junto a las
entregas de otros, retazos de sí: piel, carne y hueso arrancados de su ser más
íntimo. Con ellos y sus libros de poemas he podido esbozar el retrato de
la poetisa, artista diversa y creadora global. Pero siendo un retrato activo,
vivo; es preciso situarlo en el entorno en que nace, crece y se reproduce su
poesía.
La poesía en portugués, en
opinión tan autorizada y experta como la del poeta, traductor, ensayista,
crítico y periodista carioca y universal Ivan Junqueira, es superior a la que
se escribe en otras lenguas. No es sólo cuestión de lengua, aunque la lengua
portuguesa, por su estructura y morfología, da facilidades a la lírica. También
influye la oportunidad histórica y la trayectoria seguida por los poetas
anteriores. La pedagogía será otro elemento favorable; y el número de
practicantes.
En cuanto al número de poetas podemos decir que es
muy abundante en Brasil. Mujeres y varones por igual; baste mirar la extensa
nómina de poetas capixabas. El fenómeno internet y la consiguiente facilidad de
publicación hace que el concepto de poesía se amplíe y quepan en él poemas que
antes no tenían hueco. De la cantidad también proviene la calidad. Las revistas
de poesía y los blog personales, están siendo promovidos por poetas que gozan
de pasión poética y generosidad para con los afines.
Todos los estilos, todas las tendencias y
corrientes conviven. Puede apreciarse la lucha intemporal entre renovación y
permanencia. La traducción a otras lenguas nunca ha sido tan dinámica: a las
romances en primer lugar, pero también a otros grupos lingüísticos. Es un
fenómeno que está siendo positivo para la divulgación. Caso excepcional es la
simbiosis entre la poesía en español y la poesía en portugués. Lenguas
hermanas, permiten una convivencia y un trasvase inimaginable hace décadas.
Renata Bomfim es poeta de su tiempo, agitada por su
tiempo, mecida por su tiempo. Y todo lo que ocurre la afecta. Se exige porque
la exigen lectores y críticos; no escribe poemas porque los puede publicar; los
poemas la escriben a ella, la saltan al regazo y se abrazan al cuello, le
obligan a crearlos, la fuerzan a escribirlos, y siente un desgarro al separarse
de ellos, al cortar el hilo umbilical que los alimenta. Cuánta sabiduría,
cuanto conocimiento, cuánta belleza hay en la poesía de Renata Bomfim, cuánto
sentimiento, cuánta universalidad. Piedra, agua, viento, fuego. Los cuatro
elementos en danza. A la poetisa brasileña le mueve, así lo tengo constatado,
ese deseo enérgico de alcanzar las estrellas desde las raíces de sus pies.
La poesía de Renata Bomfim, además de en los
grandes autores de la cultura en portugués, bebe en El Cantar de los
Cantares, en Virgilio, Horacio, Fray Luis de León, Bodelaire, Verlain y fuentes
muy diversas. Por eso busca el paraíso y vive en él: Letra e Fel, montañas
capixabas, Ilha de Vitória, continente Brasil. Sus pensamientos, sus
intuiciones, ese deseo irrefrenable de ir hacia lo desconocido, se expresa
mejor en lo simbólico, mosaicos circulares que tienden a la elipse sin ella
saberlo, joyas que adornan mujeres de cualquier país.
Puede pensarse que las coincidencias con Florbela
Espanca son influencias recibidas de la portuguesa en los largos años de
admiración. En mi opinión, ambas mujeres coinciden en la manera de abrir camino
a la feminidad. Admiración es lo que siente Renata Bomfim por el gran Rubén
Darío: agudeza, brío, arrebato, osadía y rebelión. Tras sus pasos y su esencia
fue a Nicaragua; regresando cargada de belleza y energía. Admiración por la
valerosa, crecida y capaz Rosalía de Castro y sus coincidentes miradas sobre lo
propio. Ahí se encuentra con la inmediatez de Juan Ramón, la oscura acuarela de
Bécquer y las soledades inconclusas de Góngora. Se encuentra a gusto charlando
con Octavio Paz. Lorca es enlace con otras poesías. Los místicos la llaman:
Teresa de Ávila y Juan de la Cruz.
Lo ibérico, hispano y luso tan iguales y tan
distintos, resulta esencial para la poetisa capixaba. Ella lo amalgama y lo
funde con lo recibido, sentido y amado de los poetas brasileños. Castro Alves,
Manuel Bandeira, Cecília Mireles, Drummond de Andrade, Dos Anjos, Raul Bopp,
Guimarães, Coralina, Guilherme de Almeida y tantos otros reciben su mirada
indagadora. Aunque, es preciso destacar, que bebiendo en fuentes de cualquier
lugar y época, no sigue corrientes establecidas ni modas temporales. Los ríos
poético y artístico de la volitiva Renata Bomfim, labran su propio cauce de
manera espontánea: hace ella lo que desea hacer, y va adonde, en cada momento,
quiere ir.
En el principio era el símbolo, y el símbolo era energía en estado puro. Supo Renata Bomfim, joven artista brasileira, el origen del mosaico universal y, en busca de la belleza primigenia de los símbolos, fue al arranque de todo. Del símbolo hizo pieza de su mosaico poético, de su mosaico artístico y vital; y poetizando el mundo de búsqueda, camina en pos de su exuberante y multifacética identidad.
***
Pedro Sevylla de Juana. Académico Correspondiente de la Academia de Letras del Estado de Espírito Santo en Brasil, Pedro Sevylla de Juana desciende de agricultores y artesanos de la forja. Nació en Valdepero, provincia de Palencia, el día 16 de marzo de 1946. Terminado el bachillerato superior en el colegio de La Salle de la capital palentina, se hizo publicitario en la Escuela Oficial de Publicidad de Madrid. Cursando, luego, en ICADE, los estudios de Dirección de Márketing; que pudo compaginar con los de sicología, fotografía y diseño gráfico. Perteneció a varias empresas multinacionales de primer rango, hasta que, antes de cumplir los cincuenta, dejó el último trabajo, Jefe del Departamento de Publicidad de un fabricante de coches, para dedicarse a escribir a tiempo completo. Aficionado a la lectura, y deseoso de fijar al papel sus hallazgos y contrariedades, escribe desde muy temprano. Se rindió a la poesía sin condiciones, y la prosa poética fue el resquicio por donde le llegaron los relatos breves. Ellos, y las sorprendentes facilidades del procesador de textos, le acercaron, ya asentado en la madurez, a la novela. El interés por la lengua y la cultura portuguesas, posibilitó su actividad de traductor y el regreso a la poesía. El descubrimiento de Brasil, la desbordante vitalidad de ese país enorme: geografía, historia, miscigenação y cultura; supuso un impulso para su trayectoria literaria. Colabora en diversas revistas digitales de Europa y América, tanto en lengua castellana como portuguesa. Tras dejar su pueblo y Palencia, residió en Valladolid, Barcelona y Madrid; pasando temporadas en Cornualles, Ginebra, Estoril, Tánger, París, Ámsterdam, Villeneuve sur Lot (Aquitaine) y Vitória ES (Brasil). Viajero intermitente, pasa la mayor parte del tiempo en El Escorial, dedicado por entero a sus tres pasiones más arraigadas: vivir, leer y escribir. Frutos de esa ocupación son los veinticuatro libros publicados. Escritos suyos figuran en seis antologías internacionales. Su último trabajo publicado se titula BRASIL Sístoles y Diástoles. Es un libro de relatos y poemas bilingüe en castellano y portugués. La cubierta tiene dos entradas, una por cada idioma, y las ilustraciones son dos cuadros representativos de ese país enorme: de su historia, de su geografía y de su cultura; pintados por Tarsila do Amaral: Morro da favela y Abaporu.
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