Seja bem-vindo(a). Este é um espaço pessoal onde, desde 2007, reúno poemas, ensaios e artigos de minha autoria, compartilhando também um pouco da minha trajetória como terapeuta junguiana e ativista ambiental. É um espaço aberto, para escritores(as) de várias partes do mundo.

02/04/2023

Renata Bomfim, retrato activo (Pedro Sevylla de Juana)

 

EN EL PRINCIPIO era el símbolo, y el símbolo era energía. El símbolo grande, enorme, universal, estaba formado por símbolos más pequeños; y estos, por símbolos individuales. El conjunto era un mosaico de símbolos de una belleza sublime.

En el principio, el Demiurgo se complacía en la visión del mosaico de símbolos. En su complacencia lo imaginó real y quiso que así fuera. Al símbolo del sol le dio masa y lo llamó Sol. Así hizo con la tierra y todos los planetas; también con la luna y todo lo demás. Los llamó Tierra y Luna, y Cielo y Suelo, y Día y Noche, y Mar y Río y Peces, y Aire y Águila, y Caballo y Árbol y Roca, y Mujer y Hombre. Cuando el mosaico universal y los símbolos individuales que lo formaban tuvieron masa y fueron reales, el Demiurgo les dio unas normas destinadas a mantener el Equilibrio y la Armonía. A esas normas les llamó Leyes Naturales, y se sintió satisfecho. El paso del Tiempo con su roce constante, el Devenir dinámico estableció holguras entre los pedacitos que formaban el Mosaico, y ya nada fue como al principio.

Renata Bomfim, retrato activo

Se miraba Renata Bomfim, joven poetisa capixaba, en el agua del manantial donde lava su cara; y el agua se movía mostrando un rostro móvil, un retrato activo. Supo, la joven artista brasileira el origen del mosaico universal y, en busca de la belleza primigenia de los símbolos, se dirigió al principio. Del símbolo hizo pieza de su mosaico poético, de su mosaico artístico, y poetizando su mundo camina: Transitei por mundos ignorados. /Abracei, com amor, os corpos celestes,/ Reencenei a criação do mundo,….Vi uma imagem refletida/ Na superficie dolente de um lago,/ (Era a minha).

Buscadora de oro en los cauces auríferos, sabe Renata Bomfim que no es oro todo lo que reluce. Encantadora de serpientes, se siente fascinada por la cobra altiva. Le pregunto el proceso artístico y poético seguido y me dice: “Estou muito encantada e feliz em ter o teu olhar sobre a minha arteGeralmente as pessoas esquecem que também sou artista plástica. Embora neste momento me dedique apenas a poesía, entre os anos de 1995 e 2000 eu trabalhei como mosaicista e design de jóias. O mosaico "alegria" é feito com cristais e ágatas brasileiras, ele é uma ode ao momento, um altar para Chronos, deus do tempo. As joias mosaico são uma tentativa de colocar o cosmo no colo das mulheres, uma evocação ás formas e a energia da natureza… Eu sofri um acidente automobilistico (um big bang que sobrevivi), e fiquei impossibilitada por 2 anos de fazer mosaicos, Então, passei a estudar teorias que não exigissem tanto do meu corpo, estudei arteterapia, psicologia junguiana, psicossomática; e todos os caminos que arrisquei seguir me levaram a poesia. Hoje estou completamente recuperada. Bem, eu pinto por prazer mas me sinto mosaicista, e fui aluna e amiga de uma grande mestre, que é considerada a mãe do mosaico brasileiro, o nome dela é Freda Cavalcanti Jardim, ela morreu em 2000. Me dediquei ao mosaico, e dentro do mosaico, ao vitral e a joalheria, te encaminho um link com alguns trabalhos, uma parte muito pesquena do que produzi. Tenho joias espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Mas, isso tudo me parece tão distante, não sei te dizer o por quê... Tudo o que faço é mosaico, até mesmo os poemas são poemas-mosaico. Boa caminhada sobre as águas”.

La poesía es para Renata Bomfim el estaño que une las piezas en el colorido vitral de su vida: avanzar, abarcar, ir, dejar huella, mejorar lo existente, trasformar, crear, amar y ser amada: Poesia é / a palavra / dando cria,/ germinando,/brotando… Sou um soneto/que aquela poeta cantou/ fazendo vibrar a alma…. Vem buscar a palavra./ As letras estão espalhadas/ pelo meu ventre… Busco alento na poesía… Transita no ritmo/ Explode e goza num grito:Poesia!…Ser poeta é cantar alto/mesmo com a voz embargada/... A carência do conto de amor e de dor/ e do romance que ainda não foi escrito/ me fazem ser assim,/ fazem a minha alma ansear pelo mundo/ e me resigna a cumprir a pena de ser poetisa…El poeta, ser plural, asume su propio papel y lo desarrolla con todo su saber y entender: É um mago condenado./ É tantos e todos que é ninguém. Por eso necesita: Banhar-se na chuva mansa, regozijar na tempestade/ e dormir ao relento, onde o frio adensa;buscar veios de ouro e água doce no deserto.

Renata Bomfim parte de la consciencia de Ser, de Existir; punto de apoyo de su palanca. Es y existe integrada en el Universo en expansión, piedrecita del mosaico universal, mas piedra viva y pensante: Eu sou pedra bruta/ girando na ciranda viva/ao som do vento/ e das águas…Sou toda bruma/ rio a deslizar pelos penhascos…,Amo cada centímetro desse chão,/cada fungo, cada inseto… raízes brotam do meu peito e/ saem pela minha boca…Ó felicidade de entender, maior que a de imaginar ou a de sentir! Se esfuerza a diario para ser esa piedra diferenciada que encaje a la perfección en el lugar previsto del mosaico; diseño predefinido entre la naturaleza y ella. Para la poetisa y artista diversa, primero fue el mapa, y con él se trazaron los caminos entre montañas, bordeando ríos: Sigo, amor, numa luta ferrenha/ para ser eu mesma. Encaixando os meus fragmentos/ nas partes do mundo que cabem… Posso dizer que estou / possuída por mim…. Sou eu buscando ar, espaço, acolhida,/ tentando ser gente, precisando de amor… Sou toda dissonância/ Mas busco harmonia/ equilíbrio,/ beleza, cor…Do verde brotam/ movimentos sinuosos,/ sussurros, risos...

Es río Renata Bomfim, río que discurre hasta el mar. Un mar que puede no ser el fin sino el principio de lo nuevo que busca: As ondas me constituem…Elevada das ondas,…/ Bebi sonhos,/Me alimentei de ternura,/ O Sol se curvou por um momento/ O tempo sorriu para mim…Fustigada, ela quer mais... A minha alma anseia,/ ao som do mar, e a luz do céu profundo, ver brotar de ti poesía…Estive olhando o mar/ no horizonte./ Uma linha perfeita/ como jamais serei. Camina, navega, explora y, en las bifurcaciones, quisiera abrir un atajo nuevo en medio de las sendas existentes: mas logo me interroga/a bifurcação…Voo inaugural para uma nova existência. Rehacerse, reinventarse, aunque sin dejar de ser ella, sumando a lo ya conseguido: Adquiri habilidades:/Me disfarço,/ Me misturo,/Posso até desaparecer...

Es consciente la poetisa, artista global, de existir siendo mujer, persona en el camino. Más aún, siendo hembra, pieza esencial de lo creado y de la continuidad humana, esencia receptiva y creadora, recreadora: Sou mulher, portanto,/ a minha alma cintila/, comunga e dialoga / com todas as estrelas ….Nem esposa nem amante,/Namorada!/ É o quero ser/Sonho com o estado de graça/ da mulher que não tem dono,/ que tem asas/ que deliciosamente ameaça voar. Cumplidos en ella los designios de quien todo lo propicia, descansará: até que a noite a cubra /com seu manto de prata. Se une a las iguales por pura hermandad. E eu amo a todas elas!...Nos unem os ciclos da lua,/ a terra do corpo que vibra… Mãe e amante de tudo que vive e respira...

El hombre, fecundador imprescindible, con frecuencia se erige en dueño y señor. Mas o homem não entendeu…Finjo ser…Aquela que precisa ser protegida…Me deixem ser uma mulher de trinta/ assim como sou hoje… Pero ella le quiere amante, compañero, colaborador, amigo: Quero abraçar teu desamparo./Ser tua gêmea, invertida… Arrancas de mim a máscara / sem que eu tenha medo…Companheiro,/ Vamos conjugar verbos…Subverter o alfabeto…Gozar nas texturas plurais.

Canta a la sensualidad y al milagro repetido de la maternidad; y su canto es apremiante. Cava o meu chão e/ planta a tua semente…Habitei o templo da luxúria...O tátil se apoderou de mim!...Te submeto aos meus desejos mais indecentes…,/Sou terra úmida/ à espera da tua semente, como se fosse a última….lascivos e exaltados,/ nos devoramos até não sobrar nada…Eu quero rebentar!... ele nasce/ brota do meu ventre acetinado:/ um filho com olhos de luz…Mulher, fêmea, / meu nome/ é prazer…A carne apodrece de tanta doçura,/ as palavras, torrões, desenham cadeias de montes,/ cujos picos, cobertos de açúcar, convidam.

La soledad y la búsqueda en la poetisa y artista capixaba se hacen cuestión vital. Busca fuera lo que tiene dentro; y lo busca para llenarse de lo que ya está llena: Estou morta, mas/ pensem que fui viajar….Sinto fome de infinito…O vazio me invade:/ Resto plena de tudo o que não sou eu…Ser poeta…É buscar o outro/ e encontrar a si mesmo. Foi em busca do seu sol/ e do sentido que o fará um dia/ emergir deus. /A solidão é um abismo/ e guarda uma paz preciosa!... Falta de algo ou de alguém... Busco Ítaca!/ Busco a minha alma/ na alma daquela que tece à espera…En ocasiones alcanza conciencia de su propia diversidad y, aunque en broma, se siente llena de ella misma: Confeccionei bibelôs em gesso,/ elaborei mosaicos dos infernos,/ tão belos que Gaudí invejaria./ Criei joias, contei histórias, pintei, / bordei, toquei violão, fiz mandingas,/ macumbas. Aprendi dança de salão, /dança do ventre, escrevi versos.

Renata Bomfim ama lo lejano y ama lo próximo; ama al otro, al congénere, al amigo fraterno, al desconocido sospechado, intuido. onde o amor impera, o/ sacrifício é sacro, é santo,/ ofício de doação per se./ Que surja uma nova era,/a era das rosas, era de ouro, /era de mim e do outro, era de nós…. Despertar os sentidos/ adormecidos/ ser um deles…ser um com ele/ um com ela…Somos um todo!... Quero abraçar teu desamparo, sim! / Acolher a dor que mora dentro,/ curar as chagas, deixar ir. Sufre con él oprimido, con él se resiste; y pide a quien corresponda el cese del dolor inútil: Tememos!/ Trememos!...Alivia-me dessa dor!/ Seca o sangue que escorre e corre…Alivia-me do grito que está preso nas entranhas! Liberta-o!... Prefiro a morte à sujeição.

Ve la existencia humana, eterna y hecha de existencias temporales. Está dispuesta a creer, necesitada de creer en algo que sirva de sostén y agarradero. Ve un Dios inconcreto, que a veces es plural, con su obra como testimonio y el respeto generalizado como moral única. Respeitosamente espero a chuva cair…Tenho uma sede insaciável/ De Deus.../Por isso bebo a flor e o orvalho…Preces e rogos e oferendas / Para um deus pagão…Mulher peca nua,/ santamente./ Seu gozo resgata do purgatório…Visto roupas brancas e puras/ e ouço mantras transcendentais…Neste caminho que é a vida/ sou levado a buscar o nirvana,/ a estar com todos os chakras alinhados…Vou mandar rezar uma missa/ Para que me deixes descansar/ e para que também descanses…Dios está onde se tangenciam natureza e poesía.

El paso del tiempo huero, la temida rutina la llevan a hacer, a transformar: Assim o cotidiano invade a carne,/ um dia após o outro: mata as células, esmaga os sonhos.   Mas dos dedos brotam letras/ que não se repetem jamais! Las manos, al servicio de la mente, sirven para dar vida a mosaicos y vitrales, diseñar joyas, unir pedazos de espacio, de vida: Rompeu-se o que era de ouro e fino e delicado./ Brocado de oníricas texturas.., Catedral envidraçada,/ Templo óptico… ouro e mercúrio/ Amalgamado no espelho cruel de Narciso… ser fragmento/ no mosaico cósmico…

Lugar de acogida su espacio para los seres vivos. Piedras, árboles, animales; y todos con sus derechos. Algunos, como los gatos, alcanzan el honor de tener poemas escritos o dedicados. A Lili, Verinha, Elvira, Elvis,/Elvis Júnior e Dedo… Busco o natural/ nos escombros e resquicios/ do animal que sou… Acredito que você é um anjo/ uma gatinha-querubim./Eu a quero pra sempre perto de mim... Amigo macio e misterioso,/ o que anima a tua essência?/ Qual motivação divina te fez assim:/ Astúcia, graça e beleza? Se considera Renata Bonfim parte de un todo universal, sufre en lo profundo el daño que la naturaleza recibe del hombre y sabe que herir a una parte es herir el todo, el hombre incluido: É obsceno produzir lixo em profusão,/ degradando a natureza. Letargia/ Consumo/ A terra agoniza,/ o gemido é visceral… De tanto arranhar a Terra e violar os Rios/ ofendendo o grande Nada.

Renata Bomfim se ríe con las cosas más serias; y con las menos. Uno de los poemas que la muestran humorada se llama Juramento de Hipócritas; y jura abrir uma clínica na Enseada do Suá,…para atender senhoras e senhores/ da alta sociedade…Juega con las palabras, sonidos y significados. Mote/ o trote/ o xote/ vou seguindo/ sou essa alma que grita/ Inspirada!/ cobra pronta a dar o bote

Humana hasta la médula y persona social, se mueve entre el temor y la esperanza, entre la aceptación de la realidad y el deseo de cambiarla: Dores e lágrimas, / medos inexplicáveis/até mesmo da plenitude e/ da felicidade…. O homem se pega em desatino,/ a sua vida será labor e sacrificio… Sigo vencendo o medo da morte…¡Oh, Dios! ¿Qué dolor es ése que/ parte de lugar que desconozco/ y viene a alojarse aquí dentro,/ haciendo de mi pecho cuna, celda, cementerio?... Experimentei da dor, da violencia/ da solidão... da amizade e de incontáveis alegrias….E amei, amei...

Creativa inteligente, encuentra un bello modo de contarnos que hasta en sus preferencias hay grados: Com Freud e Lacan, muito sexo./ Flerte com Foucault. /Com Bakhtin, pura amizade./ Mas com Jung, amor./ Com Deleuze, um chá a tarde, /Com Baudelaire, cigarro, rapé, campari./ Conselhos, tomo com o Jameson, /Mas sigo sempre as dicas do Paz./ Sedutores pirados, visionários, poetas, / Combinam bizarrices e genialidade, / Roubam meu tempo, minhas letras e /Partem falando de mim. Fica a saudade.

De cuando en cuando, en su poesía da pinceladas de su poética: Sonhei escrever um poema/ impossível, marcante e forte/ cujas letras estivessem prenhes de espírito/ a musicalidade fizesse vibrar a carne e, o metro,/ reproduzisse a perfeição do infinito…./ Mas como cantar a beleza bruta,/ que se revela apenas em lampejos?.....A natureza escreveu o meu poema:/ Traçou nas linhas da roseira/ metrificou o caminho da formiga/ e às rosas perfumadas/ foram embaladas pelo ritmo do vento…

Hay una ventana abierta en su vida que ella llama Letraefel. Renata Bomfim abre ese blog de par en par para ver el mundo cuando el mundo entra. Letraefel es un diario que ella escribe para que lo lean quienes tengan la suerte de llegar. En esas páginas virtuales deja, junto a las entregas de otros, retazos de sí: piel, carne y hueso arrancados de su ser más íntimo. Con ellos y sus libros de poemas he podido esbozar el retrato de la poetisa, artista diversa y creadora global. Pero siendo un retrato activo, vivo; es preciso situarlo en el entorno en que nace, crece y se reproduce su poesía.

La poesía en portugués, en opinión tan autorizada y experta como la del poeta, traductor, ensayista, crítico y periodista carioca y universal Ivan Junqueira, es superior a la que se escribe en otras lenguas. No es sólo cuestión de lengua, aunque la lengua portuguesa, por su estructura y morfología, da facilidades a la lírica. También influye la oportunidad histórica y la trayectoria seguida por los poetas anteriores. La pedagogía será otro elemento favorable; y el número de practicantes.

En cuanto al número de poetas podemos decir que es muy abundante en Brasil. Mujeres y varones por igual; baste mirar la extensa nómina de poetas capixabas. El fenómeno internet y la consiguiente facilidad de publicación hace que el concepto de poesía se amplíe y quepan en él poemas que antes no tenían hueco. De la cantidad también proviene la calidad. Las revistas de poesía y los blog personales, están siendo promovidos por poetas que gozan de pasión poética y generosidad para con los afines.

Todos los estilos, todas las tendencias y corrientes conviven. Puede apreciarse la lucha intemporal entre renovación y permanencia. La traducción a otras lenguas nunca ha sido tan dinámica: a las romances en primer lugar, pero también a otros grupos lingüísticos. Es un fenómeno que está siendo positivo para la divulgación. Caso excepcional es la simbiosis entre la poesía en español y la poesía en portugués. Lenguas hermanas, permiten una convivencia y un trasvase inimaginable hace décadas.

Renata Bomfim es poeta de su tiempo, agitada por su tiempo, mecida por su tiempo. Y todo lo que ocurre la afecta. Se exige porque la exigen lectores y críticos; no escribe poemas porque los puede publicar; los poemas la escriben a ella, la saltan al regazo y se abrazan al cuello, le obligan a crearlos, la fuerzan a escribirlos, y siente un desgarro al separarse de ellos, al cortar el hilo umbilical que los alimenta. Cuánta sabiduría, cuanto conocimiento, cuánta belleza hay en la poesía de Renata Bomfim, cuánto sentimiento, cuánta universalidad. Piedra, agua, viento, fuego. Los cuatro elementos en danza. A la poetisa brasileña le mueve, así lo tengo constatado, ese deseo enérgico de alcanzar las estrellas desde las raíces de sus pies.

La poesía de Renata Bomfim, además de en los grandes autores de la cultura en portugués,  bebe en El Cantar de los Cantares, en Virgilio, Horacio, Fray Luis de León, Bodelaire, Verlain y fuentes muy diversas. Por eso busca el paraíso y vive en él: Letra e Fel, montañas capixabas, Ilha de Vitória, continente Brasil. Sus pensamientos, sus intuiciones, ese deseo irrefrenable de ir hacia lo desconocido, se expresa mejor en lo simbólico, mosaicos circulares que tienden a la elipse sin ella saberlo, joyas que adornan mujeres de cualquier país.

Puede pensarse que las coincidencias con Florbela Espanca son influencias recibidas de la portuguesa en los largos años de admiración. En mi opinión, ambas mujeres coinciden en la manera de abrir camino a la feminidad. Admiración es lo que siente Renata Bomfim por el gran Rubén Darío: agudeza, brío, arrebato, osadía y rebelión. Tras sus pasos y su esencia fue a Nicaragua; regresando cargada de belleza y energía. Admiración por la valerosa, crecida y capaz Rosalía de Castro y sus coincidentes miradas sobre lo propio. Ahí se encuentra con la inmediatez de Juan Ramón, la oscura acuarela de Bécquer y las soledades inconclusas de Góngora. Se encuentra a gusto charlando con Octavio Paz. Lorca es enlace con otras poesías. Los místicos la llaman: Teresa de Ávila y Juan de la Cruz.

Lo ibérico, hispano y luso tan iguales y tan distintos, resulta esencial para la poetisa capixaba. Ella lo amalgama y lo funde con lo recibido, sentido y amado de los poetas brasileños. Castro Alves, Manuel Bandeira, Cecília Mireles, Drummond de Andrade, Dos Anjos, Raul Bopp, Guimarães, Coralina, Guilherme de Almeida y tantos otros reciben su mirada indagadora. Aunque, es preciso destacar, que bebiendo en fuentes de cualquier lugar y época, no sigue corrientes establecidas ni modas temporales. Los ríos poético y artístico de la volitiva Renata Bomfim, labran su propio cauce de manera espontánea: hace ella lo que desea hacer, y va adonde, en cada momento, quiere ir.

En el principio era el símbolo, y el símbolo era energía en estado puro. Supo Renata Bomfim, joven artista brasileira, el origen del mosaico universal y, en busca de la belleza primigenia de los símbolos, fue al arranque de todo. Del símbolo hizo pieza de su mosaico poético, de su mosaico artístico y vital; y poetizando el mundo de búsqueda, camina en pos de su exuberante y multifacética identidad.

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Pedro Sevylla de JuanaAcadémico Correspondiente de la Academia de Letras del Estado de Espírito Santo en Brasil, Pedro Sevylla de Juana desciende de agricultores y artesanos de la forja. Nació en Valdepero, provincia de Palencia, el día 16 de marzo de 1946. Terminado el bachillerato superior en el colegio de La Salle de la capital palentina, se hizo publicitario en la Escuela Oficial de Publicidad de Madrid. Cursando, luego, en ICADE, los estudios de Dirección de Márketing; que pudo compaginar con los de sicología, fotografía y diseño gráfico. Perteneció a varias empresas multinacionales de primer rango, hasta que, antes de cumplir los cincuenta, dejó el último trabajo, Jefe del Departamento de Publicidad de un fabricante de coches, para dedicarse a escribir a tiempo completo. Aficionado a la lectura, y deseoso de fijar al papel sus hallazgos y contrariedades, escribe desde muy temprano. Se rindió a la poesía sin condiciones, y la prosa poética fue el resquicio por donde le llegaron los relatos breves. Ellos, y las sorprendentes facilidades del procesador de textos, le acercaron, ya asentado en la madurez, a la novela. El interés por la lengua y la cultura portuguesas, posibilitó su actividad de traductor y el regreso a la poesía. El descubrimiento de Brasil, la desbordante vitalidad de ese país enorme: geografía, historia, miscigenação y cultura; supuso un impulso para su trayectoria literaria. Colabora en diversas revistas digitales de Europa y América, tanto en lengua castellana como portuguesa. Tras dejar su pueblo y Palencia, residió en Valladolid, Barcelona y Madrid; pasando temporadas en Cornualles, Ginebra, Estoril, Tánger, París, Ámsterdam, Villeneuve sur Lot (Aquitaine) y Vitória ES (Brasil). Viajero intermitente, pasa la mayor parte del tiempo en El Escorial, dedicado por entero a sus tres pasiones más arraigadas: vivir, leer y escribir. Frutos de esa ocupación son los veinticuatro libros publicados. Escritos suyos figuran en seis antologías internacionales. Su último trabajo publicado se titula BRASIL Sístoles y Diástoles. Es un libro de relatos y poemas bilingüe en castellano y portugués. La cubierta tiene dos entradas, una por cada idioma, y las ilustraciones son dos cuadros representativos de ese país enorme: de su historia, de su geografía y de su cultura; pintados por Tarsila do Amaral: Morro da favela y Abaporu.

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