12/11/2024

LUZES PARA FREDA JARDIM, MÃE DO MOSAICO BRASILEIRO (POR RENATA BOMFIM)


Freda Cavalcanti Jardim.

 

“Quaisquer que fossem as coisas que pudessem aparecer e desaparecer, o que aqui se encontra é bem sólido. Aqui, podia-se dizer àquelas luzes deslizantes, àqueles ares tateantes que respiram e se curvam sobre o próprio leito, aqui vocês nada podem tocar e nada podem destruir." (Virginia Woolf- Viagem ao Farol).

O ser humano experimenta variados nascimentos. Nascemos no desejo, — mesmo que inconsciente — dos pais, e nos tornamos carne. Depois deste, outros nascimentos se seguem em um processo de humanização permanente da pessoa. Seguindo essa ideia, morremos também simbolicamente e variadas vezes , até que um dia os olhos se fecham de vez, acompanhados pela última respiração, mas, esse ainda não precisa ser o fim, pois, podemos ser revividos pela ação salvadora da memória. A morte verdadeira e definitiva, acredito eu, chama-se ESQUECIMENTO. 

O filósofo Henri Bergson, ao refletir sobre o tema, descreveu a memória como um fenômeno capaz de prolongar o passado no presente. Tentarei fazer como Ariadne, personagem mitológica, e seguir um fio da minha história que me trouxe até onde estou hoje. Bordadeira e mosaicista que sou, não posso deixar de pensar que existe uma certa proximidade entre a arte têxtil e o seu mundo de linhas, cordas, tramas e nós com a arte do mosaico. Ambas são técnicas afeitas ao agrupamento e apontam caminhos estéticos para a fragmentação e o estilhaçamento das estruturas. O poeta Haroldo de Campos dedicou uma poesia a esse processo arquetípico que (re)une as duas pontas do fio da existência: Se/ Nasce/ Morre nasce/ Morre nasce morre/ Renasce remorre renasce”. Embalada pela cadência desses versos, lembro que experimentei um nascimento significativo em um dia ensolarado, quando era estudante de artes plásticas na UFES. Antes desse dia, recordo ter olhado várias para o teto da sala de aula e me perguntado: o que estou fazendo aqui? Mas, nesse dia, o sol brilhou diferente. Ao vaguear pelo IC-3, no Centro de Artes, encontrei uma senhora falando sobre a sua obra, era a Freda Cavalcanti Jardim (1926-2000). Sentei-me para escutar e fui capturada pelo brilho translúcido das ágatas, citrinos, cristais brancos e amarelos, — joias-mosaico —,  e por aquela mulher que fez da sua vida uma obra arte. Saí dali certa do caminho que gostaria de percorrer como artista e que eu gostaria de me tornar uma MOSAICISTA, assim como ela. 

Renata Bomfim criando um mosaico luminoso.

           Foi a partir desse encontro que nasci para uma existência que me acompanha como devir. Além de estudar artes, passei a participar de exposições e depois, novas experiências me levaram para o campo da saúde mental, literatura, meio ambiente, e a identidade foi fluindo com o passar dos anos. Antes de tudo, sinto que me tornei alguém de quem eu gosto, aprendi a cuidar dessa que sou com respeito e tudo o que se formou ao meu redor passou a ser uma construção nova, uma vida imaginada que foi se tornando realidade. Não que eu fosse nada, mas, antes desse nascimento social e espiritual, era assim que eu me sentia nos círculos fechados e oprimidos da minha vida. Esse processo de humanização permite que enxerguemos o valor de cada etapa da vida-morte-vida, mesmo aquela que consideramos dolorosa e sem sentido. Enfim, (re)nasci nesse dia ensolarado de palestra musiva e serei eternamente grata à mestra e amiga Freda Cavalcante Jardim por isso. Depois desse primeiro contato com universo do mosaico, eu busquei me aproximar da professora. Comecei pegando todas as matérias que ela ofereceu no semestre. Certo dia, vasculhando uma pilha de azulejos, refugos de uma obra na UFES, Freda me viu e reconheceu como sua nova aluna. O que você está fazendo aí? Ela perguntou. Respondi que estava “catando uns cacos” para fazer um mosaico. Lembro que a professora sorriu e disse: “vem comigo, vamos fazer esse mosaico na minha casa”. Chegando lá, ela me deu todas as condições para criar a primeira obra arte, o Sol de Gaudí. Aos poucos passei a frequentar semanalmente a residência e foi se construindo uma amizade que se desdobrou em compartilhamento de experiências, histórias, exposições e muita criação.

O Sol de Gaudí (Renata Bomfim)

       Freda foi muito antenada com a crítica de arte e tinha obras de variados escritores. Se não me engano, era o Ernst Gombrich que ela queria desafiar para um debate, pois, divergia de alguns pontos da sua obra. Que privilégio ter convivido com uma artista inspiradora como Freda. Tanto eu, quanto as minhas colegas do mosaico, sempre saíamos de sua casa com planos para novos projetos. Era comum Freda convidar os alunos para estar com ela em momentos de sua criação, lembro de ter quebrado muito mármore e granito, de misturar cimento para as bases do mosaico, enfim, oportunidades de aprendizado que extrapolavam os limites da universidade.

    No ano de 1995, Freda doou à UFES o COMETA ESPERANÇA, um mural luminoso que foi instalado no prédio da Reitoria. Tenho a felicidade de ter participado da instalação dessa obra, juntamente com o  Bené, querido e saudoso amigo Benedito Simões, que era o braço direito dos alunos no Centro de Artes e quem fazia toda a parte estrutural e de instalação dos mosaicos para Freda. Tinha também o Tuca, que ajudava bastante a Freda com a instalação dos mosaicos. Participaram da execução do Cometa da Esperança, sob a orientação de Freda, as colegas de classe: Cláudia Felix, Heloisa Galvão, Renata Carminati, Roszi Graci Simões, Joelma Celin, Áurea Carvalho, Valentina e Mírian. Cada aula era uma descoberta, esse foi um tempo de variadas experimentações para todas nós.

Montagem do Mosaico “Cometa da Esperança”, na Reitoria da UFES.

A minha graduação aconteceu em torno do mosaico e, quando estava chegando o final do curso, realizei o TCC sobre as Joias-mosaico. Além de Freda, que foi minha orientadora, estiveram na banca o professor e mosaicista Jeveaux e a professora e ceramista Marlene Tejada. Nunca me esqueci de Freda. O silêncio em torno do seu nome sempre me incomodou e, no ano de 2022, quando fui convidada para integrar a Academia de Letras e Artes de Marechal Floriano (AFHAL), indiquei-a como Patrona da cadeira que ocuparia, de número 30. Outra homenagem foi a criação de um jardim com cristais cor de rosa, batizado como "Jardim de Freda", na RPPN Reserva Natural Reluz, Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (UNESCO), da qual sou criadora e gestora. 

"Jardim de Freda", na RPPN Reserva Natural Reluz, Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica/UNESCO.

UM SOPRO, UMA SAUDADE...

Perder Freda tirou o nosso chão, pois, além desse desaparecimento inesperado da nossa mestra e referência, estava em andamento a organização do primeiro Congresso Internacional de Mosaico na América Latina. Esse evento era capitaneado pela Associação Internacional do Mosaico Contemporâneo (AIMC), do qual Freda foi uma das fundadoras e, recentemente, havia sido eleita presidenta. Na sua última viagem à Itália, Freda voltou com a saúde fragilizada e, infelizmente não resistiu. Dessa forma, o evento acabou sendo levado adiante pelos mosaicistas que ela formou e pela UFES, entre eles artistas mais experientes como Rosana Paste e Celso Adolfo. Tenho a alegria de ter integrado esse grupo e vivido esse momento único para o mosaico Latino-americano. O evento foi emocionante e todo dedicado à Freda. O Congresso aconteceu em 2002, no Teatro da UFES e no Museu de Artes do Espírito Santo (MAES).

No dia do passamento de Freda eu ia visitá-la depois da aula, cheguei a ficar parada na portaria da universidade decidido se ia ou não, mas lembrei que tinha umas pendências para resolver em casa e deixei para visitá-la no dia seguinte. Fiquei triste com a minha decisão, mas, depois compreendi que algo se processava naquele momento e que não era para eu estar ali. Chegando à noite eu não conseguia dormir e passei a madrugada fazendo várias coisas, — lendo, escrevendo, lavando louça — e, num determinado momento, uma rajada de vento entrou pela janela, um sopro forte que me atingiu de forma diferente. Na época eu ainda não era espírita, depois eu compreenderia melhor o fenômeno. Por volta das cinco da manhã recebi um telefonema com a notícia do falecimento e soube que aquele vento era um “adeus”. A mãe de Freda, Dona Isis, ser humano lindo que acolhia as visitas com longas conversas, bem idosa, viu a filha ser enterrada. O cortejo foi ao som da cantiga “se essa rua fosse minha, eu mandava ladrilhar com pedrinhas de brilhante, para o meu amor passar”, respeitosamente cantada baixinho pelos presentes.

Antes de falecer, Freda me contou que estava conversando com um advogado para criar uma fundação e transformar a casa em um museu do mosaico. Ela havia comprado o terreno ao lado do imóvel e construído um galpão que seria a escola e residência artística. Ela desejava que ali acontecessem oficinas para a comunidade e que fosse um espaço de criação para os artistas.  A educação pela arte sempre foi algo valorizado por Freda. Recordo que ela pretendia deixar esse patrimônio para a humanidade, mas gostaria que ele ficasse aos cuidados de suas alunas, entre elas eu e Mírian Pestana, que também foi muito presente na vida de Freda. 

Para quem não sabe ou não ouviu falar sobre Freda, ela é considerada a "MÃE DO MOSAICO BRASILEIRO". Artista contemporânea que fez formação na Itália, mais especificamente em Ravena. Além do mosaico, Freda dominava outras artes como a tecelagem, o vitral, a cerâmica, enfim, era uma artista plural. Ela contava que adorava dançar e falava também sobre o tempo em que foi casada com um italiano que, se não me engano, também era artista. Um acontecimento que marcou a vida de Freda foi um acidente que ela sofreu, se não me falha a memória, em frente à UFES: foi atropelada. O ocorrido a debilitou bastante, tornando difícil a locomoção e causando muitas dores. Desde então, a artista precisou usar moletas. O sentar e o levantar já não era algo fácil por conta das sequelas do acidente e, assim, eu buscava ajudar como podia, com coisas simples como pegar um copo d’água, um livro, ou o que ela precisasse. Para a minha surpresa, Freda me convidou para organizar a sua biblioteca. E que ciúmes ela tinha dos livros. Graças a esse serviço tenho a dimensão do seu acervo  livros sobre o mosaico, História da Arte, técnicas artísticas variadas, alguns volumes bastante raros.

Freda foi uma mulher de grande força espiritual e o acidente não a impediu de continuar trabalhando e realizando outras atividades, ela viajava, visitava exposições, fazia palestras, enfim, não se deixou limitar. Vale destacar que, mesmo aposentada, Freda continuou dando aulas. Foi uma professora muito respeitada e, de certa forma, ‘temida’, pois, defendia com garra seus ideais e lutava pelo fortalecimento do departamento, especialmente quando sentia que tentavam reduzir a oferta de modalidades artísticas para os estudantes. NATURAL DE FORTALEZA, NO CEARÁ, FREDA ESCOLHEU O ESPÍRITO SANTO COMO LAR E SEU PLANO ERA FORTALECER E DIFUNDIR A ARTE PRODUZIDA EM TERRAS CAPIXABAS.

O mosaico, que por vezes foi, de forma preconceituosa, descrito como uma arte menor, ganhou  grande projeção com a artista, e eu acredito que Freda está para o mosaico, assim como Rubem Braga está para a crônica. Nasceram da imaginação e das mãos da mosaicista importantes murais, esculturas, joalheria e mosaicos luminosos. Há um mural de Freda na ONU, outro na entrada do Itamaraty, em Brasília, em vários prédios da nossa capital e espalhados pelo mundo.

Painel de Freda jardim intitulado “A Terra é Azul”, de 1967, localizado no Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

FREDA CRIOU UMA LINGUAGEM ÚNICA NO ÂMBITO DO MOSAICO CONTEMPORÂNEO

Quando concluiu os estudos na Itália e voltou para o Brasil,  a artista  que havia estudado com mestres do mosaico bizantino —, não encontrou por aqui pastilhas e materiais tradicionais para a produção dos mosaicos, ademais, a importação era cara e demorada. Sendo assim, ela passou fazer experimentações tanto com suportes, quanto com materiais como cristais, granitos, mármores, vidros, conferindo a sua obra uma organicidade bem brasileira.

Poucos sabem, mas Freda também era poeta, muitas vezes ela leu para mim textos que nasciam, tanto do processo de feitura das obras, quanto do impacto de vê-las concluídas. Os versos eram escritos no papel, mas também pintados atrás de algumas obras. Embora trabalhasse com a matéria bruta,  a pedra , e se inspirasse na diversidade da natureza, a artista possuía uma visão estética ligada ao Cosmo.  Animais de hábitos noturnos, exerciam sobre ela um grande fascínio, tanto que na parte frontal de sua residência, há um mosaico enorme, translúcido, intitulado “Bichos da noite”.

Freda Jardim elaborando o mosaico “Bichos da noite”.

A CASA DE FREDA

 A casa de Freda era um mundo e abrigada coleções de livros e obras de arte. A artista contava que seu pai tinha sido diplomata e que ela viajou por vários países em sua companhia. As marcas dessas vivências e viagens ela imprimiu no seu lar, a residência parecia uma galeria viva e pulsante. A arte têxtil também recebia grande atenção por parte de Freda, ela estava presente nas jóias, mas também em grandes paineis que ela tecia com linhas coloridas. Freda costurava as próprias roupas à mão, o que fazia com que  seu guarda-roupas também fosse bastante incomum. Na época que estudava estamparia, pintei vários tecidos em aquarela que ela transformou em saias e blusas. Costumávamos ficar longo tempo ‘mosaicando’ na grande sala que tinha no centro uma escada, cujo corrimão era de madeira retorcida, uma obra de arte encomendada especialmente para o local. Essa escada era a menina dos olhos da mosaicista. Entre as paixões da artista também estava a culinária. Freda amava cozinhar pratos de diferentes países e tinha uma estante imensa só sobre o assunto. Eu almoçava vários dias da semana na sua casa e lembro que uma de suas sobremesas preferidas era banana da terra cozida e gelada, com açúcar e canela. Em torno da arte e da comida, Freda reunia os amigos para longas conversas.

A mosaicista não teve filhos biológicos e, assim que faleceu, os seus bens foram transmitidos para os familiares. Desde então, eu e outros amigos mosaicistas não tivemos mais acesso a casa e nem as obras da artista. O luto foi difícil para o nosso grupo e, aos poucos, cada um foi tomando o seu caminho profissional e acabamos nos afastando. Como moro no bairro vizinho à Pedra da Cebola, passei os anos vendo a casa pelo lado de fora, sempre fechada, nunca observei ali nenhuma movimentação. Percebo agora que se passaram quase vinte e cinco anos.

O CAOS

No dia 08 de novembro recebi uma mensagem via whatsapp avisando que a casa de Freda havia sido invadida e depredada. Chamei a polícia e corri para ver o que estava acontecendo. Quando cheguei já era tarde, quase a totalidade do que havia dentro da casa havia sido roubada e tudo estava revirado. Começamos a buscar o responsáveis legais pelo patrimônio, ligando para amigos, ex-professores da UFES, mas sem sucesso. Quando cheguei na casa de Freda, ainda havia algumas pessoas em situação de rua na área do galpão e, depois, veríamos, colchões espalhados indicando que a casa esteve sendo usada a mais tempo. Não tive alternativa senão entrar na casa para ver a situação, até para poder, na primeira oportunidade, relatar para as autoridades e familiares sobre o ocorrido e ver se algo da memória de Freda poderia ser resgatado. 

O cenário era DESOLADOR. Ficamos um tempo em frente à casa, evitando que outros bens fossem levados, dois moradores da Pedra da Cebola, integrante da Associação do Bairro também estavam lá tentando resolver a situação.

                                         Imagem da frente da casa, tirada do local onde havia o portão.

Chorei muito enquanto um filme se passava na minha cabeça. O portão não estava mais lá, fora roubado na noite anterior, juntamente com tudo de metal da casa: lustres, tampa de cisterna, panelas, — Freda tinha panelas do mundo inteiro, inclusive woks originais—, objetos de decoração, pias, esquadrias, armários e todas as estantes, o que fez com que os livros ficassem jogados de uma maneira inacreditável. A biblioteca maior, que fica nos fundos da casa, foi invadida também pelo telhado, o que abriu um espaço considerável entre as telhas, deixando as obras expostas às intempéries. Acredito que ainda seja possível, garimpando, salvar documentos e outros itens de valor cultural e histórico na casa.

No Galpão, tudo estava revirado, as pedras jogadas, slides, cartazes, documentos etc. Na parte superior da casa havia dois quartos, um deles tinha objetos de uso pessoal de Freda como roupas, sapatos e coisas de uso da casa. O que restou, estava jogado pisado, entulhado. Tudo o que pudesse ser vendido foi levado. Era difícil até caminhar, porque as gavetas foram jogadas no chão umas por cima das outras, de forma que nem tivemos a oportunidade de saber o que se acumulava pelo chão criando barreiras que impediam a passagem. Na parte de baixo da casa, ao lado de onde ficava a biblioteca de culinária, ficava o quarto de Dona Isis, havia lá um banheiro e duas saletas, foram todas incendiadas e tudo o que havia dentro delas virou cinza.

Fechei os olhos e falei ao espírito da amiga que ficasse em paz, pois, ela fez a sua parte. Mas, e nós, fizemos a nossa? Confesso que senti uma dor no peito pensando que ESSE PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL PODERIA TER TIDO UM DESTINO DIFERENTE: sido doado para a Universidade, vendido, emprestado, ou dividido entre as pessoas que gostavam de Freda.

A vida e a obra de Freda atravessam a minha vida, e sei que esse não é um privilégio só meu, pois, a professora tocou muitas subjetividades com o seu devotamento à arte e conquistou muitos e bons amigos.  É certo que, uma hora, a indesejada das gentes bate à porta, mas ela nunca será capaz de cortar esses laços de irmandade. Freda imprimiu amor em tudo o que fez e é por isso que sua lembrança continua viva entre nós e o seu legado permanece. 

Nesse momento, a área do portão foi fechada, impedindo novos saques, e se abre um novo capítulo para essa história. Na medida do possível, contactei artistas e avisei a representantes do poder público sobe o ocorrido. Há um verso de Fernando Pessoa que diz: “morrer é só não ser visto”, então, que os olhos se abram e que estejamos atentos para não sermos mortos pela indiferença e nem esquecido. Luzes para nós!


 

Renata Bomfim - Artista Plástica, mestre e doutora em Letras pela UFES, membro da Academia Espírito-santense de Letras e presidente do Instituto Ambiental Reluz. 

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