Florbela nasceu no dia 8 de dezembro de 1894 em Vila Viçosa, distrito de Évora, região do Alentejo, Portugal. Foi batizada como Florbela Lobo, sobrenome de sua mãe (Antônia Lobo), seu pai, João Maria Espanca, não a perfilhou, na sua certidão consta: "filha de pai icógnito".
Aos 8 anos de idade Florbela escreveu seu primeiro soneto, intitulado A vida e a morte.
Florbela Não teve reconhecimento na sua época, publicou seu primeiro livro de poemas em 1919, as próprias custas, numa tiragem de 200 exemplares, o segundo veio em 1923. No início do século houve um verdadeiro surto de poetisa de salão, cuja produção era considerada "um mimo", e este foi um fator que também influenciou que a obra de Florbela se sobressaísse.
Sabemos que uma poetisa, Virgínia Victorino chegou a publicar 12 edições de sua obra, e teve aclamação do público da imprensa, e outras poetisas também se destacaram naquela época, mas hoje caíram no esquecimento e o nome de Florbela ganha cada vez maior reconhecimento. É considerada hoje, pela força de sua poesia, a maior poeta feminina de Portugal.
Vou apresentar para vocês algumas fotos e um poema, espero que gostem:
“Viver não é parar: é continuamente renascer. As cinzas não aquecem; as águas estagnadas cheiram mal. Bela! Bela! Bela! Não vale recordar o passado! O que tu foste, só tu o sabes: uma corajosa rapariga, sempre sincera para consigo mesma” (ESPANCA, diário 12/01/ 1930).
Ser poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendos
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
(Charneca em Flor- 1930)
Festa da Flor- reunião de amigas para ajudar a Cruz vermelha
"Endiabrada Bela! Estranaha abelha que dos mais doces cálices só sabe extrair fel!
Para que quer essa criatura a inteligência, se não há meios de ser feliz?, dizia dantes meu pai indignado".