03/11/2021

Arcano dezenove: Uma leitura poética do Tarô por Renata Bomfim (ensaio critico de Maria Lúcia Dal Farra)


O tratamento literário do Tarot, pelo menos a partir do século XIX, passa pelo seu próprio renovador: Eliphas Lévi. Contemporâneo de Baudelaire, o ex-Abade Constant é o autor de “Les correspondances”. Publicado em Les trois harmonies (1845), o poema entremostra similaridades de composição com o “Correspondances” de Baudelaire. O tipo de analogias praticadas em ambos é uma manifestação da tradição hermética e esotérica que, na altura, comparece, para os horizontes da literatura, como uma via alternativa de afronta e resistência aos discursos dominantes e às leis de consumo decorrentes do nascente capitalismo.

Composto mais ou menos na época que o de Constant, entre 1845 e 1846 (embora só publicado em 1857, no Les fleurs du mal), o poema de Baudelaire expõe, como o do Abade, a crença num simbolismo universal, em que tudo participa de tudo. Em ambos, a busca da unidade primordial é, portanto, notável¹ . Mas é em Dogme et Rituel de la Haute Magie (1855) que, pelas mãos de Lévi, o Tarot se atualiza inaugurando-se na chamada escola moderna. O (agora) Mago acrescenta, pois, à interpretação dos Arcanos (dos segredos e dos mistérios), a Cabala Hermética e certa contribuição da Alquimia: a simbologia dos quatro elementos.

No mesmo ano de publicação dessa obra, Gérard de Nerval, extraordinário e contumaz leitor do Ocultismo, e, por isso mesmo, decisivo escritor francês (divisor de águas entre o Romantismo e a Modernidade) se suicida. No ano anterior ele havia publicado o volume de sonetos Les chimères, que estampava “El desdichado”, poema nascido da leitura de uma carta do Tarot, a do Arcano 16, carta determinantemente premonitória do seu fim² . O Tarot mostrava, assim, a sua face divinatória à literatura. Mas o compêndio simbólico-oracular, em que o Tarot também fora se transformado ao longo do tempo, exporá, depois, o seu sortilégio, na promessa que Nerval firmara ainda naquela obra: malgrado a morte, ele retornaria.

Se a “torre derrubada” e a “destruição”, contidas no dito Arcano, esculpiram, para o escritor francês, o seu destino pessoal, André Breton tomará para si, quase cem anos mais tarde (entre 1944 e 1947), a missão de rediviver o estimado escritor e comparsa esotérico. Em Arcano 17, Breton elege tal carta como objeto da última de suas obras em prosa - justo o Arcano que promete o prodígio do renascimento. A tetralogia em prosa de Breton tivera início em 1928, com Nadja, seguida de Les vases communicants (em 1932), de L´amour fou (em 1937), culminando, dez anos depois, com o Arcane 17. Desde Nadja, entretanto, Nerval pulsa na obra de Breton, e agora, em 1947, ele toma definitivamente lugar nela.

Lançando como seu guia a “Estrela da Manhã”, Breton conserva a perspectiva hermética da tradição literária incrementada pelo compatriota, simbolicamente explicitada na tomada do Arcano seguinte ao manipulado por Nerval; Breton trata, pois, da carta redentora. É dessa maneira que o surrealista ritualiza o regresso de Nerval – o seu retorno prometido. A “Estrela” é indício de nascimento, de esperança no futuro, de conhecimento e gnose, de luz; luz que se exerce por meio de três vias: a poesia, a liberdade e o amor, apanágios dessa marcante obra de 1947³ .

Creio que é nessa linhagem que cabe inserir o presente livro de poemas de Renata Bonfim, Arcano Dezenove 4 , visto que, além do mais, ele é todo armado sobre o tripé das mesmas palavras de ordem de Breton: poesia, liberdade, amor. Se, da sua parte, se trata ou não de determinação consciente, sequer importa; o célebre “acaso objetivo” surrealista é para mim suficiente para justificar tais curto-circuitos da analogia, essa rede de ecos que, sob a descontinuidade, é capaz de descortinar uma outra ordem que, ocultamente, lhe dá sentido e seguimento. E esse me parece ser deveras o caso.

Se o livro de Renata tem por título o Arcano 19, a primeira ansiedade (na sequência da minha cogitação) seria a de tentar entender o salto do dezessete bretoniano para o dezenove bomfiniano. Por que Renata, para chegar ao dezenove, não passa pelo Arcano intermediário?

Pra já, se nos ocupamos do Tarot, temos de tomar como ponto de partida a Lâmina do baralho, de suma importância para a decodificação simbólica - primeira riqueza especulativa para o ingresso no jogo que é, como se sabe, nem um pouco linear. Cada carta só adquire real valor na disposição em que se encontra no contexto de outras tantas: como as palavras, como a língua (também objeto do livro de Renata), seu significado é absolutamente relativo, ganhando força e convicção na medida em que entretém, com as outras cartas, laços de atração e repulsa que formulam a sua própria linguagem, o discurso da vez - o que enuncia a jogada atual, a tiragem do acaso.

Pois não é que o volume de Renata, que tem por título o arcano seguinte, ostenta, como sua apresentação e cobertura, o arcano anterior? Melhor dizendo: não é que o volume de Renata, que anuncia o Arcano 19, se expõe como uma decisão interpretativa do Arcano 18?

A capa de Arcano Dezenove estampa, como constato, a Lâmina que resulta da leitura que a consulente (diante de um cenário eventual de cartas ligadas por tais parentescos conflituosos e harmônicos) elaborou do Arcano anterior. É ao desvendamento pessoal do Arcano 18 que a capa do presente Arcano Dezenove faz alusão - ou melhor dizendo: é essa chave, essa decifração, que o invólucro do livro definitivamente espelha. O que faz com que, ali mesmo (e por antecipação, já que a posição da Lâmina nos é frontal), o 18 conviva com o 19 - como pressuposto para a leitura do volume que o receptor desvelará ao virar a primeira página: como condição mesma para a travessia dele.

É como se, para entrarmos no domínio do que a cobertura do livro anuncia ao cimo, ou seja, para conhecermos esse território do Arcano 19, tivéssemos necessariamente de entender as circunstâncias impostas, pela sua autora, à carta anterior. De maneira que a capa se exibe enquanto pórtico, enquanto senha - como um código para o compartilhamento daquilo que o livro de poemas enfeixa.

Tento ler, portanto, o recorte que essa ilustração de entrada faz sobre a Lâmina 18. A “Lua”, indecisa entre a face máscula e a fêmea, põe a tônica sobre a mulher, sem desvencilhá-la do seu lado noturno, presente nas suas vestes mas quebrado pelo aspecto positivo indicado no arminho que desliza da consulente (e da Figura) para o chão, para a terra - para o ouro alquímico 5 . Os dois cães, ou o cão e o lobo da lâmina original estão confluídos e catalisados no cachorro de duas cores que essa mulher dubiamente domina e acaricia, posse sua e agente ou guia seus. Na capa, a única torre erguida no cenário é a da vegetação, coluna de rosas, uma vertical corbeille vermelha (versão das várias plantas que compõem a carta referencial), que faz pendant com a cortina de veludo, de igual tonalidade e quentura erótica, e que salpica (ampliando os matizes) o cabelo da Figura. O escorpião não está à mostra, mas sabê-lo imerso no vaso hermético (no Vaso de Hermes) da poetisa: é o seu signo astrológico.

A Lâmina que a capa compõe é toda luz e sombra, magia branca e negra, incerteza melíflua: basta reparar no sorriso ambíguo da Figura (ou da consulente – a luz da “Lua” é reflexiva, e, portanto, as duas mulheres refletem a mesma: a poetisa) que, dessa forma, disfarça a luta que se trava entre as forças tenebrosas, entre a porta do Inferno e a do Céu (conforme o solstício seja do inverno ou do verão), entre a Lua e o Sol – “Sol” que anuncia o Arcano que nomeia o livro.

A Lâmina explicita, portanto, essa caçadora celeste, essa divindade lunar (Artemisa, Diana, Hécate) – imagem que se aglutinará durante a leitura do livro, graças mesmo a esse simbolismo de trânsito, de passagem, de viagem heróica que o Arcano 18 encerra. Do plano iniciático da via úmida lunar nascerá a Feiticeira, a Maga e a Poetisa que, viajando em corpo etéreo (o “corpo cósmico” tão referido no volume) da Noite para o Dia, da Luz Noturna para a Luz Solar que o Arcano 19 encerra, buscará despertar, com suas palavras, aquilo que dorme. Aliando-se ao Sol, ao Fogo Criador e à Pedra Filosofal próprias do Arcano 19, a Poetisa procurará representar o Centro da Consciência capaz de abranger e dar voz ao Universo.

É sob o sortilégio dessa Lâmina que passo a ler os poemas de Renata Bomfim, que se dividem em sessenta e um organizados em torno de cinco seções: “Arcano Dezenove”, “Memória”, “Quintessência”, “Onde os tempos se encontram” e “Rituais”.

No primeiro, a predominância da metalinguagem é palpável: interessa especular sobre o papel do poeta, da letra, da poesia, da escrita e da sua missão, enfim, sobre os milagres da palavra. O mundo é visto como manifestação lingüística e permanente festa (“Dionísio”) e a poesia, “palavra/dando cria” (“Poesia I”), compreende milhares de existências simultâneas, aquilo que é comum e é diverso, lugar onde triunfa a palavra insurrecta, espaço oculto, messiânico, árvore que deve brotar por todo o canto.

Acerca da poesia, portanto, o processo de mutação do estranho e distante em componente familiar e doméstico (a poesia se encontra, afinal, em sua Casa) é obtido por um regime de deglutição, exposto com muita graça e ironia neste pequeno poema intitulado “Poesia II”:

O grego e o latim

encharcam a minha língua

com veneno,

produzindo a poesia

que desce redondilha

garganta abaixo. (p.30)

Veja-se que o nobre e o alto (o “grego” e o “latim”), pressentidos enquanto “veneno” para a “língua” (esse órgão de degustação), uma vez assimilados pela “garganta” que os vai emitir a fim de transformá-los em “poesia” - resultam em “redondilha”, ou seja, na justa medida do... feminino. Assim, é de se convir, que a poética daí criada (e derivada das línguas primordiais do português) é popular, buscando apresentar uma outra versão das formas ilustres (certamente pertenças do mundo masculino). Estas, uma vez ingeridas forçadamente (visto que descem redondas garganta abaixo – e esse é o trocadilho com o qual o poema brinca), acabam alterando por inteiro a forma com que foram impostas à garganta. A “redondilha” torna-se, portanto, uma conquista particular da Poetisa.

Todavia, homem ou mulher (Ruben Dario e Florbela são o casal guardião dessa poesia), o poeta está sempre à mercê de tudo. É muitos e ninguém, é tudo e nada, é um paradoxo; alimenta-se de si e dos outros, é um ser que se perpetua através dos tempos, que se encarna em alheios, em busca do mistério da outridade. Assim, a letra é concebida como a Eva primordial, cuja pena é, na verdade, a palavra escrita, em seu trabalho de nomeação e perpetuação do mundo. Eis como o “Poeta Adâmico” cogita tal origem:

No paraíso da linguagem,

O poeta, com desvelo,

Inclina-se para amar a letra.

Nesse momento, ele é Adão,

Ansiando companhia, à espera

De que a fêmea se submeta.

Cometidos os pecados,

Do outro lado, a pena:

“Ganharás o pão com trabalho,

Com o suor de tuas mãos,

E também, com teus pulmões,

Rins, fígado e coração”.

O homem se pega em desatino,

A sua vida será labor e sacrifício,

Mas estava escrito:

Havia de ser assim

Para que pudesse seguir nomeando

As coisas e povoando a terra

Com Abéis e Cains. (p.20)

Na segunda parte de Arcano Dezenove, é a condição feminina e a biografia literária que assumem o primeiro plano. A tonalidade mística, que já se manifestara em “Nossa Senhora dos Raios Multicoloridos”, da primeira seção, reaparece aqui em “Saturnais: mito de origem”, e depois retornará abertamente em “Gente da Era da Luz”, poemas em que o Sol é reverenciado, como cabe ao Arcano que nomeia o livro e que, aliás, já havia transmutado a Poetisa no seu “cálice”, tornando-a depositária de todas as coisas diante de “um sol de sétima grandeza” (“Arcano Dezenove”). Tais poemas tendem a explicitar, assim, o ponto-de-vista do qual emana a crítica (a dita Consciência concernente ao referido Arcano) aos destemperos da atualidade, à destruição do planeta, que peças como “Guernica Hoje”, “Tara moderna”, “Humanóide”, “Eu Canto a Pátria-Planeta”, “Terra Santa”, etc, exercem.

É deste naipe a bandeira ecológica da Poetisa, batalha socioambiental que ganha fortes raízes do misticismo oriental, que transparecerão, em seguida, em poemas como “Cristo Cósmico”, “Terra Santa”, “Prece”, “Terra”, “Semear”, etc. Veremos, em seguida, de que maneira esta temática se entrelaça com o feminino para adensar a imagem de mulher, a que a Lâmina faz referência.

A condição feminina, que se ampara em Florbela Espanca (em poemas diretamente afeitos à portuguesa ou que implicitamente passam por sua obra), é identificada como “Cicatriz” – nome da peça que inaugura essa “Memória“. Mas esse gênero também fica apontado na imagem daquela que se faz acompanhar do gato, animal que é perfeição, que é a letra chet (“Gato”), letra cujo desenho encerra a Casa cerrada (aberta somente por baixo), felino cuja falta, no momento da partida, torna os “poemas encharcados” (“Despedida”) e faz da Poetisa apenas a sua “humana de estimação” (“Gato Rei”).

Feiticeira, essa mulher é também telúrica, é vegetal (“Orgânica”), é natureza: pedra, água, planta, paz, solidariedade, novo tempo – lugar onde o saber, ao contrário do Éden, jamais será proibido (“Não Materialidade”). Por tudo isso, a poesia de Renata se apresenta como uma das maneiras de resgatar aquelas mulheres que foram silenciadas pelo tempo (é o que nos assegura o poema “Brutal Singeleza”, de “Quintessência”), procedendo, assim, a uma espécie de justiça poética. De maneira que também as prostitutas têm aqui voz (“Há Vagas”). Em “Humanidade Nata” (de “Onde os tempos se encontram”, a quarta parte do livro), o buraco aberto no tempo e no espaço, pela flauta que soa, permite que a Poetisa viaje nas asas do vento, numa espécie de transmigração, e se torne muitos, “Ulisses nos braços de Circe”,

Eva cantando triste

(desejosa) pela fruta de que tanto gosta.

Ah! Se eu pudesse beber do Letes

e ser inaugural como a alvorada,

ser Divina,

e não essa fêmea bruta,

mulher em construção,

alterada

e mesquinha

trazendo a humanidade nata. (p.77)

O desejo de conter em si essa “humanidade”, ato simbólico do Arcano 19, lhe dá a sensação e a certeza de que “somos flechas,/mirando o infinito.” (p.78). Mas, para tal, será preciso “libertar a borboleta aprisionada”, buscar a luz que ainda não se conheceu – muito embora tais anseios não sejam senão sonhos (“Efeito Borboleta”).

De resto, a mulher é ao mesmo tempo aquela que, morta, retorna ao lugar de onde veio (“Post Mortem I”), que prefere o inferno à sujeição, e que não abdica da irreverência: a Poetisa importa-se apenas com o risco de não arriscar (“Poema Inacabado”). Fala-se então daquela cujos pés e mãos constroem o seu próprio buraco (“Versos de Orgulho e Solidão”), irreverência e marotice ainda ilustradas pela imagem da não-convencional, daquela que confessa abertamente o quanto aprecia fazer “uma cena” (Post mortem II)...

A sublinhada erótica, já entrevista na Figura da Lâmina da capa deste livro de poemas, está em tudo e mais acintosamente em “A Fúria de Eros” e em “Antes do Éden”, respectivamente de “Quintessência” e de “Onde os tempos se encontram”, terceira e quarta partes da obra. Em “Carnaval” (de “Quintessência”), o corpo fica autorizado e a mulher se entrega à orgia, sendo quem não é; e a carne é santa e “vibra e goza até o pranto”. O Carnaval se revela, então, uma forma coletiva de existir. Por fim, é na derradeira secção, em “Rituais”, que a Maga, a Feiticeira e a Poetisa se mostram contraditoriamente una e plural. É ali também que a defensora do planeta, a erótica e a mística se consubstanciam num “Transluzir” – numa “aquarela”:

O que fui, sou e serei

Aquarela! (p. 61)

É nos rituais que as mensagens poéticas se tornam mais palpáveis – e mais úteis! – e é neles que, por meio do preceito, são transferidas aos leitores. As infusões, os encantamentos, os patuás, os filtros para o amor e para a liberdade universal, salvaguardando sempre o respeito à natureza (sequer a erva daninha pode ser arrancada; a poesia é vegetal), misturam curiosidades, em torno de plantas, com receitas certeiras para curar dores, acordar espíritos, lançar bênçãos e... “olhares de secar pimenteira” (“Desejos de Feiticeira”). Eis onde a vegetação do Arcano 18 encontra a sua síntese e desemboca na peleja ecológica. “É preciso coragem para abraçar/o inesperado”, para pluralizar - é o que nos ensina, por exemplo, a “Cerimônia do Chá”. Dúbia, hesitante entre a treva e a luz, entre o Arcano 18 e o 19, entre a “afasia” e o “estro”, entre espalhar imprecações ou bênçãos, a Poetisa descobre – e nos ensina! - que há “uma fissura” por onde o tempo espia. Afinal, a “alma”, essa dádiva de Luz do Arcano 19, só na arte se encontra (“Entre a Luz e a Escuridão”)!

Notas:

1 A propósito, remeto o leitor a dois textos meus que apreciam essa questão: “Anotações de uma bibliógrafa: Baudelaire e o esoterismo” (Remate de Males. Campinas: Unicamp/IEL, 1984), e “Surrealismo e esoterismo: a alquimia da poesia”. (O Surrealismo (org. Jacob Guinsburg e Sheila Leirner). São Paulo: Perspectiva, 2008).

2 Não esquecer que Julia Kristeva consagra um capítulo a Nerval em sua obra Sol negro – depressão e melancolia (Rio de Janeiro: Rocco, 1989, trad. Carlota Gomes), título que, aliás, toma emprestado ao poema em questão.

3 Claudio Willer refere esta retomada esotérico-literária da parte de Breton, num texto publicado no número 59 de Agulha. Revista de Cultura, de setembro/outubro de 2007, intitulado “André Breton, Nadja e Gérard de Nerval: estranhas relações”. A propósito, leia-se também sua elucidativa e extraordinária obra Um obscuro encanto. Gnose, gnosticismo e poesia moderna (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010)

4 BOMFIM, Renata - Arcano Dezenove .Vitória: Flor&Cultura Editora, 2011, 100 páginas.

5 Não esquecer que o modelo que compõe a referida Lâmina congrega, numa só, a consulente e a Figura do Arcano, ou seja: aquela que consulta e a que é consultada que, por fim, são a mesma, visto que é a imagem da poetisa a que a capa ostenta.

 


Maria Lúcia Dal Farra é poeta, critica literária e professora de Literatura da UFSE. Autora da obra o narrador ensimesmado e Ganhadora do Jabuti de Poesia 2013. 

“Como cartas escritas” un poemario que le canta al alma (Por Iván Escobar )

La escritora, poeta y pintora costarricense Ligia Calderón Valerín, presentó el pasado 18 de octubre su poemario: “Como cartas escritas”, un canto al alma. El libro cuenta con un diseño propio y tiene plasmada una de sus obras pictóricas, el mismo fue bien calificado por un selecto grupo de escritores, poetas y periodistas de 18 naciones del mundo que participaron en la presentación virtual.

Ligia Calderón nació en 1955 en Cartago, Costa Rica, sus estudios en arte los realizó en La Casa del Artista, en San José. Escritora, poeta y pintora de mucha trayectoria. Sus inicios en las artes plásticas están presentes desde muy pequeña, y la escritura la comenzó a cultivar desde los 17 años.

Entre sus publicaciones destacan: “Un Grito del Alma”, en 2014; libro de Motivación-Autoayuda; “La Percepción del Amor”, que es una obra inédita; y con Editorial Kuélap, de Lima, Perú, publicado en 2021, “Como cartas escritas”, un poemario cuya temática central “es la motivación…el conocerse uno mismo”, destacó la autora durante la presentación virtual. La publicación se dio gracias al apoyo del director general de Ediciones Kuélap, Elías Mondragón Herrera, quien destacó la importancia que en América Latina se publiquen nuevas letras. Comparto el víde de la presentación de este libro: 


Calderón dijo que cuando hay bloqueo en la escritura, la pintura le ayuda a encontrar inspiración, igualmente le sucede en la pintura. Ambas habilidades artísticas le han permitido desarrollar una sensibilidad por la vida, por los demás, y ser un ejemplo para sus hijas, su esposo, y sus amistades. Además una inspiración para otros artistas, a quienes motiva a conocerse, a explorarse como personas y desde ahí consolidar sus obras. Es así, que su trabajo plástico también está incluido en la sección de Costa Rica, de la Antología del Bicentenario de Centroamérica, (Ayame Editorial, México 2021).

“Representa el mayor regalo que el ser humano puede recibir, porque con cada verso, el escritor desnuda su alma y envuelve con sus brazos al lector para elevarlo y llevarlo lejos de la realidad. Para cuando el lector ha finalizado su viaje y cerrado la última página del poemario, siente que el mundo, a veces, regala esperanzas de la forma más inesperada”, destacó María Beatriz Muñoz Ruiz, desde España.

Por su parte, la poeta y locutora italiana, Elisa Mascia, afirmó que “cada uno de nosotros, que se ocupa de sus necesidades internas y del crecimiento personal que representa la verdadera esencia de la vida, ciertamente también tiene la necesidad de sentirse en sintonía con los demás, de relacionarse con el prójimo y es fundamental para quienes tienen una sensibilidad. Alma no para hablar con el ego sino para ampliar el diálogo con las almas. El arte, la poesía son los pilares para encontrarnos y compartir con las almas del universo. En este caso concreto, una colección de poemas tiene el efecto de un verdadero milagro para hacer nuevas experiencias, nuevos conocidos, confrontar y crecer juntos”.

El escritor nicaragüense radicado en Costa Rica, Carlos Javier Jarquín, coordinador de la presentación y prologuista de la obra, resaltó la importancia de presentar la obra, que reúne escritos que motivan a la vida, a la esperanza y sobre todo a que el mundo sea más sensible.

“En mi sentir, cualquier manifestación del arte, más, todavía, la literaria y en particular la plasmada en versos, es la sublime expresión del sentimiento humano: tristeza o alegría, que solo se mitiga o ahínca al compartirlo, al dejarlo salir y fluir. De lo contrario, tal pasión se represa y el deslave, inexorable, suele ser, casi siempre, una tragedia que pudo ser evitada. Ahí la importancia de publicaciones 'Como cartas escritas' que, en efecto, lo que busca es satisfacer y aclimatar las necesidades internas del que llegue a 'beber' de sus páginas, cual vaso de agua que se topa el sediento a mitad del desierto de la vida, sobre todo, cuando, como la mayoría, viaja solo y cargado de melancolía”, expresó el escritor colombiano Wilson Rogelio Enciso.

En la presentación virtual participaron invitados especiales de Costa Rica, Nicaragua, Honduras, El Salvador, Panamá, Colombia, República Dominicana, Puerto Rico, Perú, Ecuador, Venezuela, Paraguay, Uruguay, Argentina, México; así como de Italia, España, Rumania, quienes coincidieron en la importancia de contar con una nueva obra literaria, y sobre todo ser parte del lanzamiento de la misma.

La moderadora del evento fue la escritora, cantautora y poeta mexicana Yared Ayala. El toque artístico y musical lo pusieron, Madeline Ramírez Méndez, Bayardo Quinto Núñez y Zayda Quinto Calderón quienes interpretaron bellas melodías.

Jarquín destacó que esta presentación representa la calidad de las y los escritores centroamericanos, y resaltó el apoyo de la editorial peruana, que creen en las propuestas artísticas que están emergiendo y poniendo en alto la región centroamericana.  Vídeo en el cual la poeta Ligia, menciona el nombre de todos los que la acompañaron en la presentación de su poemario: 

La obra ya está disponible en Perú, Costa Rica, y en Amazon.

 Sobre el autor de este artículo:

·      Iván Escobar es periodista, escritor, poeta, fotógrafo, gestor y promotor cultural salvadoreño. Miembro fundador de la Asociación de Arte y Cultura para el Desarrollo Social El Salvador Internacional (As-ARTE), y fundador del colectivo literario Cuicatcalli «Casa de los Cantos». Ha trabajado en prensa escrita por más de 20 años, colaborador en distintos medios digitales. Especialista en temas culturales. Fundador del blog: Puntos de encuentro.

23/10/2021

Misíon cumplida (por Mario Hernãn Ramirez)


Misión cumplida: evidentemente nos encontramos frente a un compromiso sumamente delicado, por cuanto este Bicentenario de la Emancipación Política de Centroamérica, no es más que una nueva alborada en el alma y el pensamiento de más de cincuenta millones de personas que habitamos este hermoso girón de tierra, que alcanza una extensión de más de quinientos veintidós mil kilómetros cuadrados, desde el istmo de Tehuantepec hasta la joven república de Panamá, incluyendo Belice.

El trabajo que ofrecemos, a nuestro juicio y de acuerdo con el contenido del pensamiento alto, sentimiento profundo y claridad del lenguaje, de quienes han tenido la enorme responsabilidad, como coordinadores de cada uno de los países representados, es muy significativo, pero la responsabilidad es mucho más grande para el coordinador general, que como un iluminado del Altísimo, logró germinar en la lucidez de su joven pensamiento, la hermosa idea de crear este portentoso libro que, discúlpennos el atrevimiento, desde ya podemos advertir que su presencia en el parnaso de las letras, es una de las obras que andando el tiempo, su prestigio y consecuente divulgación va creciendo, digamos por ejemplo, la Santa BibliaEl CoránLa Ilíada y la Odisea de Homero; El Quijote de la Mancha, de Cervantes y el Libro Rojo de Mao Tse Tung, lo que según datos fidedignos son los que mayor circulación voluminosamente hablando han tenido a través de la historia. Éste, con el sonoro nombre de Antología del Bicentenario de Centroamérica, será sin duda alguna, durante los próximos quinientos años y mucho más, al igual que los anteriores libros, el que tendrá mayores lectores, universalmente hablando; por eso e infinidad de razones más es que nuestro compromiso resulta sumamente delicado y, en consecuencia, habrá que escribirlo con pasión, abnegación y entrega total.

Como el espacio es corto, es preciso de entrada mencionar el nombre de este joven intelectual, de origen nicaragüense, residente en Costa Rica, periodista, escritor, poeta y columnista internacional, Carlos Javier  Jarquín, padre legítimo de esta monumental obra que para su edición contó definitivamente, con el apoyo inconmensurable de su leal amiga la ilustre dama, poeta, escritora y editora mexicana Ana María Ayala, directora general de Ayame Editorial, a quien habrá que rendirle las más expresivas gracias a perpetuidad.

Independientemente de lo anterior, permítanme el atrevimiento de mencionar a dos hondureños ilustres que con su participación intelectual y política en mucho han contribuido al desarrollo de este hermoso cinturón que sirve como eslabón para la unidad de los dos subcontinentes, América del Norte y la del Sur, me refiero al ínclito y egregio doctor José Cecilio del Valle, redactor del Acta de Independencia, quien en uno de sus momentos más solemnes concibió el pensamiento “en la escala de los seres el hombre es el más grande y en la escala de los hombres, el sabio es el primero”, mientras, más acá en el tiempo aparece la figura de un Álvaro Contreras, dicho sea de paso, suegro del bardo inmortal Rubén Darío, quien aparece como el tribuno de más altos quilates en la región, ya que su talento demoledor recorrió los cinco países que originalmente formaron la federación ístmica.

Esta obra, definitivamente genial, es portadora de un mensaje a la humanidad, de parte de una Centroamérica que abre sus ojos al mundo para presentarse tal cual es en su dilatada presencia desde su descubrimiento hace más de quinientos años, hasta la fecha en la que con los altos y bajos propios del desarrollo y la civilización humana, ahora y para siempre pasa a ocupar un sitio de mucha mayor atracción para los ojos de Europa, África, Asia, Oceanía y demás rincones del planeta, porque, su configuración geográfica, relativamente pequeña, a partir de ahora se transforma paradójicamente en un pequeño gran gigante que abre sus alas para expandirse por todo el globo, merced a la presencia de este libro que sin duda alguna marca un hito en la bibliografía universal.

Desde esta óptica veo mi participación con la honrosa designación de ser yo, quien rubrique con mi nombre este epílogo al cual he bautizado como “Misión cumplida”, porque creo categóricamente, que sí, sin ningún apoyo gubernamental y haciendo uso únicamente del genial pensamiento de su director o coordinador general, el joven intelectual Carlos Jarquín y demás participantes, se culminó exitosamente esta jornada histórica que no solo honra y enorgullece a quienes han hecho posible su edición, sino que se convierte en el mejor legado que no puede negarse, queda para la posteridad durante esta efeméride tan especial, de dos siglos, dos centurias, doscientos años, un bicentenario, 15 de septiembre de 1821-15 de septiembre de 2021.

Tegucigalpa, M.D.C., Honduras, C.A. Agosto, 2021

Mario Hernán Ramírez (n. 1934) es escritor, poeta, periodista, locutor e historiador hondureño. Presidente vitalicio “Consejo Hondureño de la Cultura Juan Ramón Molina”. Es miembro fundador del Colegio de Periodistas de Honduras (CPH); Pertenece a la Asociación de Prensa Hondureña (APH) desde hace más de 60 años; Academia Hondureña de Geografía e Historia, Unión Hondureña de Locutores (UHL);  Instituto Morazánico, Instituto Hondureño de Cultura Hispánica,  Asociación Nacional de Escritores de Honduras; Sociedad Literaria de Honduras (Soliho). Premio Álvaro Contreras, 2021. Premio a la trayectoria periodística otorgado por el Congreso Nacional, 2019. Premio Nacional de Literatura Ramón Rosa, 2017.

 


Visita ao Ateneo de Madrid, em busca de Rúben Darío.

 

Renata Bomfim em visita ao Ateneo de Madrid

Um #TBT cheio de saudade. Em 2013 estive em Madrid, na Espanha, e visitei o Ateneo, local onde o poeta Rubén Darío leu, pela primeira vez, o poema Salutación del optimistaEsse poema é um marco na história da literatura hispano-americana e do movimento modernista hispano-americano. Nessa visita estiveram comigo a amiga escritora e pesquisadora Karina Foringher e o amigo escritor e tradutor Pedro Sevilla de Juana.

Em 2014 finalizei a tese de doutorado intitulada "A Flor e o Cisne: diálogos poéticos entre Florbela Espanca e Rubén Darío", na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), analisando o poema acima citado e outros escritos de Rubén Darío e de Florbela Espanca. 

Esse percurso de pesquisa foi marcado por descobertas e desafios, acredito que amadureci como pessoa,  poeta e pesquisadora. É uma satisfação colher os frutos de um trabalho plantado com amor e dedicação. 

Em agosto de 2021 lancei o livro de poemas O Coração da Medusa, dedicado à Nicarágua. Essa obra é uma forma de agradecer tudo o que Darío e o povo nica fez e faz por mim, agradecer pelo carinho, pela atenção e parceria que, cada vez mais, aproxima mais poetas de língua hispânica do Brasil e poetas brasileiros da poesia hispano-americana. 

06/10/2021

Conexão América Latina: POEMAS DE CONSUELO HERNÁNDEZ

 

 CONSUELO HERNÁNDEZ


Surpassing Limits

 

I decided to surpass my own limits

live beyond the barriers of my skin

facing this catastrophic time.

...

Important was not arriving

but to keep traveling.

 

I was trapped by darkness and tedium

by the desert’s lonely dryness

and built another tunnel to the world.

 

I wished to be a sister to dawn’s light

sense what the penniless endure

and that 16-hour-a-day laborer

searching for the promised land.

 

I was given perfect solitude

I tried to erase steps and traces

my desires were purged in the fire

I cleared myself of the superfluous

 

and perceived the same universal pulse

in the grain of sand, in animals and things

even in people we hardly ever notice

for the essence is not the differences.

 

Thinking of the creator more often than I breathe

I proceeded as an expert in the desert…

and far away from words’ avenues

I recast them into a warm smile and courage…



Saltar los límites

 

Me propuse saltar mis propios límites

vivir más allá de las barreras de mi piel

confrontando este tiempo catastrófico.

 

...

No era el destino,

sino el desplazarme lo importante.

 

Fui presa del tedio y de la noche

de la aridez solitaria del desierto

y construí otro túnel hacia el mundo.

 

Yo quise ser hermana de la aurora

pulsar lo que siente un indigente

y el que labora dieciséis horas al día

en busca de la tierra prometida.

 

La soledad perfecta me fue dada

quise borrar los pasos y las huellas

mis deseos fueron purgados en el fuego

me desprendí de todo lo superfluo

 

y sentí la misma pulsación del universo

en el grano de arena, en los animales y en las cosas

incluso en personas en las que casi nunca reparamos

porque lo esencial no es la diferencia.

 

Pensando en el creador con la frecuencia que respiro

proseguí como experta del desierto...

y alejada de las palabras y sus sendas

las transmuté en sonrisa cálida y aliento...


 ***

Reflection

 

Lord of change,

silence this noisy cascade of gramophones

erase the passing of time

transfigure me…

Lead me to the promising night

                    to the secret pantry stash of candies

give me the key to locked rooms

and grant me the placid calm of the orchard

                      of orange trees

of pineapples before possums bite them.

I am so alone,

I open windows to hear street noise

the night looks thicker than ever

no stars to gloss the moon

no goal do I reach

I must light all my lamps.



Reflexión

 

Señor del cambio,

silencia esta ruidosa catarata de gramófonos

borra el paso del tiempo

transfigúrame...

Condúceme a la noche promisoria

                      a la secreta repostería de las golosinas

dame la clave de los cuartos cerrados

y concédeme la placidez del huerto

                    de los naranjos

de las piñas antes que las muerdan las zarigüeyas.

Estoy tan sola,

abro las ventanas para escuchar el ruido de la calle

la noche luce espesa como nunca

no hay estrellas para glosar la luna

a ninguna meta llego

preciso encender todos los faroles.


 ***

Rescue

 

Your knot of reminiscences unravels

you are alive in this radiant summer

a glorious sun shines on your spaces

lover of the tropics to promenade your song.

 

Rescued from the hell in which you’re stuck

you preserve your avian mission

and the wings grown on you

in days exposed to the elements.

 

Return and start flying again

and from this compressor of fury and memories

that gnawed the hidden corners of your soul

arises the rope that saves you

and you let yourself be inhabited by hope.



Rescate

 

Se desata tu nudo de nostalgias

estás viva en este resplandor de verano

un sol brilla entero en tus espacios

dueña del trópico para pasear tu canto.

 

Rescatada del infierno en que te atascas

salvas tu vocación de ave

y las alas que te crecieron

en los días a la intemperie.

 

Vuelves a ejercitar el vuelo

y de este compresor de rabias y recuerdos

que mordía los resquicios de tu alma

nace la cuerda que te salva

y te dejas poblar por la esperanza.

 

 

Poemas tomados del poemario Wake of Chance / Estela del azar (2021)

Poems taken from Wake of Chance / Estela del azar (2021)

   


 ***

ABOUT CONSUELO HERNÁNDEZ. She is a Colombian American poet, literary critic, and worldwide traveler. Her more recent bilingual poetry book entitle Estela del azar / Wake of Chance just came out in United States, May 2021.  She has also published: Mi reino sin orillas (2016), Poems from Debris and Ashes / Poemas de escombros y cenizas (2006), Manual de peregrina (2003), Solo de violín. Poemario para músicos y pintores (1997), Voces de la soledad (1982), El tren de la muerte (Chapbook, 2018), and the short collection Polifonía sobre rieles (2011). Consuelo Hernández is also the autor of numerous articles on Latin American literature and two scholarly books: Voces y perspectivas en la poesía latinoamericana del siglo XX (2009), and Álvaro Mutis: Una estética del deterioro (1996).

Her distinctions include the Antonio Machado Poetry  Prize, Spain; Finalist in the “Ciudad Melilla” International Poetry Contest, Spain, and in the “Letras de Oro” Poetry Contest, University of Miami. In 2005, Manual de peregrina was included in the Library’s Special Collection at American University. Her poetry appears in numerous anthologies around the world, and she has been invited for poetry readings in Latin America, the United States, Canada, and Europe in places such as: the New York Public Library, Haskell Center of Folger Shakespeare Library, Pablo Neruda Foundation in Chile, Agencia Española de Cooperación Internacional in Madrid and in Barcelona, KJCC New York University, University of Kentucky, University of Pécs Hungary, the International Poetry Festival of Medellín, and many other venues. Her poems have been translated into English, Arabic, Italian, and Portuguese. She is Associate Professor Emerita at American University, and recently an hour on the trajectory of her poetic journey was recorded and published by the Library of Congress in Washington, DC. 

 ***

ACERCA DE CONSUELO HERNÁNDEZ. Es una poeta colombo-estadounidense, crítica literaria y peregrina del mundo. Su más reciente publicación es su libro bilingüe de poesía titulado, Estela del azar / Wake of Chance, acaba de salir en Estados Unidos, Mayo 2021. Es autora de Mi reino sin orillas (2016), Poems from Debris and Ashes / Poemas de escombros y cenizas (2006), Manual de peregrina (2003), Solo de violín. Poemario para músicos y pintores (1997), Voces de la soledad (1982), El tren de la muerte (opúsculo, 2018), y una colección corta Polifonía sobre rieles (2011). También ha escrito numerosos artículos sobre literatura latinoamericana y dos libros académicos: Voces y perspectivas en la poesía latinoamericana del siglo XX (2009) y Álvaro Mutis: Una estética del deterioro (1996).

Sus distinciones incluyen: Premio Antonio Machado de poesía, España, finalista del concurso Internacional de Poesía “Ciudad Melilla”, España y del concurso “Letras de Oro” de la Universidad de Miami. En 2005, Manual de peregrina fue incluido en la colección especial de la Biblioteca de American University. Su poesía aparece en numerosas antologías alrededor del mundo y ha sido poeta invitada en Latinoamérica, Estados Unidos, Canadá y en Europa en lugares como: New York Public Library, Haskell Center, Folger Shakespeare Library, La Fundación Pablo Neruda en Chile, Agencia Española de Cooperación Internacional en Madrid y Barcelona, KJCC New York University, University of Kentucky, la Universidad de Pécs en Hungría, el Festival Internacional de Poesía de Medellín, entre otros. Sus poemas han sido publicados en árabe, inglés, italiano y portugués. Es profesora emérita de American University y recientemente una hora con la trayectoria de su viaje poético ha sido grabada y publicada por la Biblioteca del Congreso en Washington, DC.