Espaço literário e de defesa da arte, do meio ambiente e da democracia, compartilhado pela escritora e ativista ambiental Renata Bomfim.

30/10/2009

O drama da (in)sustentabilidade

As cidades ocupam apenas 2% da superfície da terra mas consomem 75% dos seus recursos. Esta estatística me deixou estarrecida, eu a li no Pegada Ecológica, de Genebaldo Freire Dias. Este livro é esclarecedor pois apresenta artigos com estatísticas atualizadas que mostram como o modelo de  desenvolvimento que construímos é suicida e replica-se, infelizmente, por quase todo o mundo.
As cidades possuem um megametabolismo energético e material que demanda, cada vez mais, grandes quantidades de matéria, ao passo que produz uma grande quantidade de lixo, além da emissão de gazes causadores do efeito estufa. Segundo Dias, "estamos destramando os fios de uma complexa rede de segurança ecológica", e a maioria dos seres humanos, ainda desconhece a importancia vital dessa rede. O escritor é claro quando afirma que, ou assumimos uma economia que respeite os limites da terra, ou continuamos como estamos, postura que indica que nos envolveremos numa grande tragédia evolutiva.
Bem, as cidades são hoje responsáveis pela emissão de 3|4 do gás carbônico mundial e elas continuam crescendo em todo o mundo, a população urbana mundial cresce em média 70 milhões de habitantes ao ano, e para sustentar esse crescimento, a cada dia, os sistemas naturais são mais sacrificados, e a sede de consumo contemporânea apresenta-se insaciável. Casais apaixonados não iamginam que, para produzir duas alianças de ouro, gera-se em torno de duas toneladas de resíduos, um exemplo simples que nos faz refletir como deve ser devastador o impacto do crescimento material da sociedade.
O pensador Miller Jr. afirma que as cidades representam o maior impacto do ser huamno sobre a natureza, ela depende de áreas fora de suas fronteiras para manter seu metabolismo, dispensando assim, suas influências por todo o globo, ou seja, "ela importa tudo, e exporta calor e resíduos".
Resolver estes problemas e muitos outros referentes às cidades requer muito esforço, cooperação e visão siatêmica, que dêem conta de seus variados aspectos: população, organização, meio ambiente e tecnologia, não podemos esquecer do aspecto cultural, que também possui metabilismo próprio e peculiar. A cidade moderna é um parasita do ambiente rural, ela produz pouco ou nenhum alimento, polui o ar, recicla pouco a água e os materiais inorgânicos, a terra possui limites para acomodar a tecnologia humana, por exemplo, a Gran Bretanha explora no mundo uma área três vezes maior que a sua para a extração de madeira, 75% dessa madeira vem de países subdesenvolvidos, já na Amazônia, cerca de treze mil hectares de floresta são destruídas anualmente para sustentar o consumo de madeira, inclusive para a produção de papel.
Bem, amigos, o resultado é que 1,1 bilhão de pessoas dos países ricos da terra, consomem 3/4 de seus recursos naturais, enquanto os 4,8 bilhões restantes, que corresponde a 80% da população, sobrevive com 1/4.

5 comentários:

Andressa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Renata Bomfim disse...

OLá Dressa, sempre bom ter você por perto!!! Olha, a minha rua encheu quase meio metro! Menina que chuva é essa???? se eu não morasse em apto, a essa hora estaria embaixo d'agua... pensa em quanto gente nessa situação numa hora dessas??? misericórdia Jesus!!!beijos
saudades
nos vemos no congresso!!!

Andressa disse...

Snif...
Aqui alagou!
A geladeira pifou!
Falta ter de comprar um bote!!!
Affff!
Aqui, vc nunca mais foi no Letras ao Piano!
Agora que eu consegui botar um fundo bacana e tô tentando escrever diferente...ahahahah minha única leitora foi embora!
Sacanagem, viu?!!!
:P

Andressa disse...

ah, esqueci de dizer que adorei o Van Gogh aí em cima!!!
:)
beijosss

Renata Bomfim disse...

Ei amiga, adorei a repaginada no Letras ao Piano... Olha, essa chuva não foi moleza, a águia na minha rua subiu meio metro ...
fico pensando no prejú das pessaos que moram casas baixas, perto de rio, etc... Rezo pra que tudo termine bem, o sol volte a raiar!!!
saudades
beijos