Povo, segue um artigo que escrevi para a escelsanet em maio de 2002.
QUAL O SENTIDO DOS SONHOS?
Fonte: www.escelsanet.com.br
Por Dra Renata Bomfim
Escutar o que dizem os nossos sonhos é escutar a própria Alma. Uma noite sonhei que recebia uma chave das mãos de uma pessoa desconhecida, e esta pessoa me dizia: -Vê esta chave?- Com ela você pode abrir qualquer porta. Acordei, senti um misto de felicidade e de inquietação, era como se eu tivesse ganho um talismã.
Agora, só dependia de mim, eu podia abrir todas as portas, afinal, tinha a chave. Este sonho serviu como um impulso para que eu pusesse em prática alguns projetos, que a algum tempo estavam engavetados.
Em muitas civilizações e religiões, os sonhos são considerados via de ligação entre o mundo cotidiano e um outro mundo, ao qual nossa consciência não tem acesso. Tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, os sonhos desempenham funções muito importantes. No antigo Egito os intérpretes de sonhos ocupavam posições de destaque na corte e eram solicitados para interpretar os sonhos do Faraó; São José recebeu através de um sonho, a mensagem de que deveria fugir para o Egito com a virgem Maria e o menino Jesus, afim de que não fossem mortos pelo Rei Herodes; a Mãe de Buda teve um sonho que anunciava seu nascimento, e muitos outros registros de sonhos nos foram deixados, provando a importância do mesmo para o homem e a para sociedade.
Por que será que a sociedade moderna negligencia e até mesmo banaliza os sonhos? Na concepção Junguiana, os sonhos são uma representação simbólica do estado da Psique, e pensando a humanidade como um indivíduo, vemos como esta sociedade capitalista e de consumo, valoriza mais o ter que o ser, e negligencia os anseios da alma.
Muitas vezes a expressão de sentimentos como amor, solidariedade e afeto são confundidos como demonstração de fraqueza. C. G. Jung, pensador contemporâneo que desenvolveu uma teoria psicológica voltada para a busca da realização do indivíduo (individuação) foi vítima deste pensamento, e sua psicologia, confundida com “Místicismo”, veja o que ele disse a respeito dos sonhos:
“Os sonhos não são nem criações deliberadas, nem arbitrárias; são fenômenos naturais, e nada mais daquilo que pretendem ser. Não enganam, não mentem, não distorcem ou mascaram... Estão invariavelmente procurando expressar algo que o Ego não conhece e que não compreende. Todo trabalho onírico é essencialmente subjetivo e o sonho é um teatro no qual o próprio sonhador é a cena, o ator, o ponto, o produtor, o autor, o público e o crítico”.
Os Sonhos trazem à tona informações importantes sobre nós mesmos, nossos anseios e desejos mais profundos, nossas alegrias, nossos medos, nossos traumas, nossas projeções,lembranças que (propositalmente) esquecemos, e que são causadoras de angústias, ansiedades, e doenças, eles nos dão uma possibilidade de auto-análise.
A linguagem dos sonhos são os Símbolos. O Símbolo é a expressão de algo desconhecido, e não deve ser definido (a palavra definir significa “dar fim”).
Vemos muitos livros de interpretação de sonhos definindo e matando as possibilidades de transformação do indivíduo, impedindo-o de estar reescrevendo sua história (ex: sonhar com isso, significa aquilo)
Ao analisarmos nossos sonhos, nosso intuito deve ser o de extrair deles a essência, um combustível impulsionador, lembrando que sonhar com morte, por exemplo, não significa que você ou alguém de sua família vai morrer, mas pode ser uma mensagem que traga a lembrança o fato de que morremos e renascemos a cada instante, como nos diz a música do Gil, “O Amor da gente é como um grão, tem que morrer pra germinar”.
Nunca leve um sonho ao pé da letra, lembre-se que sua mensagem é simbólica e individual, afinal você é um ser único, não existe outro igual a você no mundo. Agora te convido a escutar com mais atenção os seus sonhos, coloque um caderninho ao lado da cama, e quando algo do sonho mexer com você, anote ou desenhe, mesmo que a princípio você não entenda nada, nosso inconsciente é atemporal, aespacial, imaterial e plástico, em algum momento tudo fará sentido para você.
Muita Paz, Amor, Saúde e bons Sonhos.
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Por Dra Renata Bomfim
Escutar o que dizem os nossos sonhos é escutar a própria Alma. Uma noite sonhei que recebia uma chave das mãos de uma pessoa desconhecida, e esta pessoa me dizia: -Vê esta chave?- Com ela você pode abrir qualquer porta. Acordei, senti um misto de felicidade e de inquietação, era como se eu tivesse ganho um talismã.
Agora, só dependia de mim, eu podia abrir todas as portas, afinal, tinha a chave. Este sonho serviu como um impulso para que eu pusesse em prática alguns projetos, que a algum tempo estavam engavetados.
Em muitas civilizações e religiões, os sonhos são considerados via de ligação entre o mundo cotidiano e um outro mundo, ao qual nossa consciência não tem acesso. Tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, os sonhos desempenham funções muito importantes. No antigo Egito os intérpretes de sonhos ocupavam posições de destaque na corte e eram solicitados para interpretar os sonhos do Faraó; São José recebeu através de um sonho, a mensagem de que deveria fugir para o Egito com a virgem Maria e o menino Jesus, afim de que não fossem mortos pelo Rei Herodes; a Mãe de Buda teve um sonho que anunciava seu nascimento, e muitos outros registros de sonhos nos foram deixados, provando a importância do mesmo para o homem e a para sociedade.
Por que será que a sociedade moderna negligencia e até mesmo banaliza os sonhos? Na concepção Junguiana, os sonhos são uma representação simbólica do estado da Psique, e pensando a humanidade como um indivíduo, vemos como esta sociedade capitalista e de consumo, valoriza mais o ter que o ser, e negligencia os anseios da alma.
Muitas vezes a expressão de sentimentos como amor, solidariedade e afeto são confundidos como demonstração de fraqueza. C. G. Jung, pensador contemporâneo que desenvolveu uma teoria psicológica voltada para a busca da realização do indivíduo (individuação) foi vítima deste pensamento, e sua psicologia, confundida com “Místicismo”, veja o que ele disse a respeito dos sonhos:
“Os sonhos não são nem criações deliberadas, nem arbitrárias; são fenômenos naturais, e nada mais daquilo que pretendem ser. Não enganam, não mentem, não distorcem ou mascaram... Estão invariavelmente procurando expressar algo que o Ego não conhece e que não compreende. Todo trabalho onírico é essencialmente subjetivo e o sonho é um teatro no qual o próprio sonhador é a cena, o ator, o ponto, o produtor, o autor, o público e o crítico”.
Os Sonhos trazem à tona informações importantes sobre nós mesmos, nossos anseios e desejos mais profundos, nossas alegrias, nossos medos, nossos traumas, nossas projeções,lembranças que (propositalmente) esquecemos, e que são causadoras de angústias, ansiedades, e doenças, eles nos dão uma possibilidade de auto-análise.
A linguagem dos sonhos são os Símbolos. O Símbolo é a expressão de algo desconhecido, e não deve ser definido (a palavra definir significa “dar fim”).
Vemos muitos livros de interpretação de sonhos definindo e matando as possibilidades de transformação do indivíduo, impedindo-o de estar reescrevendo sua história (ex: sonhar com isso, significa aquilo)
Ao analisarmos nossos sonhos, nosso intuito deve ser o de extrair deles a essência, um combustível impulsionador, lembrando que sonhar com morte, por exemplo, não significa que você ou alguém de sua família vai morrer, mas pode ser uma mensagem que traga a lembrança o fato de que morremos e renascemos a cada instante, como nos diz a música do Gil, “O Amor da gente é como um grão, tem que morrer pra germinar”.
Nunca leve um sonho ao pé da letra, lembre-se que sua mensagem é simbólica e individual, afinal você é um ser único, não existe outro igual a você no mundo. Agora te convido a escutar com mais atenção os seus sonhos, coloque um caderninho ao lado da cama, e quando algo do sonho mexer com você, anote ou desenhe, mesmo que a princípio você não entenda nada, nosso inconsciente é atemporal, aespacial, imaterial e plástico, em algum momento tudo fará sentido para você.
Muita Paz, Amor, Saúde e bons Sonhos.
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5 comentários:
salve, renata, a que ainda tem coragem de sonhar acordada e acordar dormindo, coisa rara, arara a arar o ar: individuação: renascer, re-natus, renata.
beijos
de seu aluno,
luis
"Todo trabalho onírico é essencialmente subjetivo e o sonho é um teatro no qual o próprio sonhador é a cena, o ator, o ponto, o produtor, o autor, o público e o crítico" (RENATA, 2007).
Texto provocador esse que vc publicou. A alguns sonhadores vétero e neo-testamentários se deram as chaves para interpretar ou traduzir seus sonhos como suportes de informações precisas e vitais: José, o carpinteiro, e Pedro o pescador, por exemplo. A outros sonhadores, como o Faraó e Nabucodonosor, foram necessárias as leituras de intérpretes, como José, o Patriarca e Daniel, o sábio cativo da primeira diáspora judaico-benjamínica. O próprio Daniel, curtiu momentos difíceis para interpretar seus próprios sonhos.
Daí a questão: não é que banalizamos os sonhos. Além de os entorpecermos com essas maravilhas pós-modernas, não temos suguramente à disposição dicionários e intérpretes que nos leiam os signos oníricos. Se ocorrerem como informações, terão tempo de validade. Assim, com a perda a validade do informe, perecem-lhe também os valores referenciais de signos no tempo e no espaço de nossa finitude.
Obrigado pelo belo texto.
amigos, como cantou o poeta Beto Guedes "a lição nós sabemos de cor, só nos resta aprender". Engraçado que navando na net encontrei este artigo de 2002, as vezes esqueço das coisas que escrevo, e o pior, as vezes fico na dúvida, será que eu escrevi isso mesmo?.. ehehehe, mas foi bom re- lembrar desta ferramenta extraordinária de compreeensão de nossos estados plásticos e mutáveis de alma, os sonhos.
abraços
e obrigada pela maravilhosa visita.
re
Maravilhoso o blog. Com conteúdo, cor e magia da linguagem.
Eneida
OI Eneida, que honra sua visita!!!
Obrigada pelo carinho
beijos
rê
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