De uma pequena fresta
meu olhar ensaia o mundo
Fora desse lugar
momentaneamente
desse mundo de dentro
universo/diverso
só meu
aquarelado e fluido
quase evanescente
m"EU" jaz em segurança
Na tocaia, sempre PACIENTE,
espera, espreita e saliva
o desconhecido...
Posso sair dessa casa/ toca/ tumba
com asas e voar para longe,
ou seguir , corajosamente,
o destino de presa
me deixando ser comida inteira
e sem rancores
apenas, seguindo as leis imutáveis
da natureza.
Se for assim, que eu seja o melhor
banquete desse bicho/vida/ faminto de infinito
e perpetue em essência
minha existência
diblando a sua força e, sorrateiramente
me tornando parte de
sua carne e de seu sangue
e a partir de então
manobrando seus ossos
perturbando seus sentidos
será meu eu dissolvido a guiá-lo
em busca de novos eus
até que sejamos todos presas
infinitamente se perpetuando e
realizando na carne/ sangue e desejo de um terceiro.
Um comentário:
Das questões poéticas passando pelo pecado, meus olhos se fixaram de tocaia nesse lugar que gostei de conhecer.
Parabéns pelo que proporcionas.
Jacinta Dantas
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