18/02/2008

ciclos

E do limbo eu canto a canção do esquecimento.
Desse lugar plástico, sem dono, fora do tempo,
meu eu desabrocha em camadas e, sou muitos
homens e mulheres.
Meu ser está leve, e flutuo no fimamento passeando
por entre as estrelas, brilho com elas.
Cantando o esquecimento re- lembro que um dia,
ecoei no abismo, fluí com o rio, fui, talvez, uma fera,
uma planta, uma mulher, pedra bruta.
Trago dentro de mim, adormecidas, imagens, dores e delícias
de muitas existencias, transmutadas em sensações, pulsões.
Das feridas já não me lembro, dos nãos brotam hoje muitos sins.
E do limbo parto seguindo a tragetória que me foi reservada
desde que o sol lançou seu primeiro raio.
Alma liberta, rumo ao encontro de outras almas,
para cantarmos em coro o
germe de novas lembranças.

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