06/05/2008

poesia

Ela chegara nua
à porta do homem.
Despida das rendas
e dos adornos.
Ela era toda verdade.
Oferecia-se em cascata
e desdobrava-se em
promessas translúcidas que,
com uma boa dose de fé,
trariam respostas ao coração mais aflito.
Mas o homem não entendeu.
Pensou que aquele corpo de seda
servisse simplesmente para
satisfazer seus desejos atravessados.
O tempo passou e, nua, ela partiu
deixando para traz apenas o vazio
que ele só perceberia
se um dia acordasse do sono profundo.
Ela saiu da vida do homem para
nunca mais voltar e
lançou-se ao desconhecido
em busca de algum
entendimento.