Os sentidos estão despertos
É bomba- relógio essa pele que arrepia
e vibra sobre a carne
prestes a explodir
Dupla epiderme
Tecidos dourados
recobertos por pêlos-espinhos
estendem-se ao infinito
ligando mãos que não sossegam
que te batem,
esfregam e
incendeiam com gestos obcenos
Mãos que ao fim da noite
rezam profundos arrependimentos
Tocam fervorosas as chagas divinas
rogando pelo milagre do esquecimento
Narinas despertas de loba te farejam
teus segredos são violados
e a boca
essa gruta ávida
busca ser habitada pelo teu desejo
Linhagem divina-demoníaca
Sonhos famintos não aceitam sobejo
neles me delicio até às migalhas
lambendo os dedos maculados
Mandíbulas oníricas
se comprazem em te mastigar inteiro
Mas nada,
nada realiza esse bicho
herdeiro da falta ontológica
que ainda sente fome
No estômago da alma
um buraco negro suga
o amor, o mistério a fantasia
E a fome persiste
metamorfoseada
em busca ferrenha que
nenhuma resposta sacia.
4 comentários:
Olá Renata, belíssimo poema, de desejo, saudade... Simplesmente sublime!
Beijinhos de carinho,
Fernandinha
Olá Renata, tudo bem?
Menina que poesia linda, magnífica.
Aliás teu blog é encantador.
Obrigada pelas palavras gentis e visita, logo terei um desenho novo, estava a terminar alguns que não poderão ser postados pq são retratos e são pessoas anônimas que preferem não se expor, tenho que respeitar, mas estou preparando alguns com muito carinho para postar.
Beijos,
Cris
Olá Cris e Fernada, que alegria que receber a visita de vocês, pessoas de extrema sensibilidade.
O tapete vermelho estará sempre estendido quando quiserem voltar!beijos
renata
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