Acredito que de diferentes formas o ser humano busca, por meio da expressão pela arte, Deus , ou força primordial, ou sentido, ou nada que é tudo, enfim, busca explicar o inexplicável, busca tocar, ou mesmo, apenas roçar o numinoso.
Nas artes literárias a Hilda Hilst é um exemplo disso, entre tantos outros artistas encontramos Ernest Hemingway, prêmio Nobel e Pulitzer, que escreveu a oração;"Ó nada nosso que estais no nada, nada seja o vosso nome, nada a nós o vosso reino e seja nada a vossa vontade, assim no nada como no nada". Nas artes plásticas um homem construiu um manto para se encontrar com Deus, ele é Arthur Bispo do Rosário.
Bispo foi ex-fuzileiro naval e pugilista, um distúrbio psiquico levou-o a ser internado por 50 anos,
ele produziu no manicômio Colônia Juliano Moreira, em jacarépaguá, entre grades, fechaduras, camisas de força e a muralha do preconceito uma obra vasta, que se revelou contemporânea e despertou o interesse do mundo artistico. Bispo não se considerava artista, suas obras foram expostas postumamente. Seu magnífico manto foi feito para que ele se apresentasse bonito ao criador no dia do juizo final.
Tive a oportunidade de ver o manto mais de uma vez, é sempre a mesma emoção, e a constatação de que no alge do "controle" emocional e sapiencia, teremos que nos esforçar muito para nos apresentarmos frente ao criador com tanta beleza.
Abraços fraternos
renata
Um comentário:
Dá até uma revolta, um cara desses ficar preso... acusado de que? E por pessoas "estudadas", grande coisa, conseguiram o que com isso? publicar sua obra depois da morte?
Aposto que ainda por cima alguém ganhou "algum" com isso.
Deixando de lado essa revolta, Rê pena não ter mais fotos do trabalho de Bispo.
Abraços.
Postar um comentário