Seja bem-vindo(a). Este é um espaço pessoal onde, desde 2007, reúno poemas, ensaios e artigos de minha autoria, compartilhando também um pouco da minha trajetória como terapeuta junguiana e ativista ambiental. É um espaço aberto, para escritores(as) de várias partes do mundo.

22/08/2009

Florbela Espanca: Defesa da dissertação de mestrado de Renata Bomfim (UFES)

Olá amigos,
Compartilho com vocês a alegria de ter defendido a minha dissertação de mestrado (Vozes femininas: a polifonia arquetípica em Florbela Espanca) com êxito e alcançado o título de mestre. Foi uma tarde mágica, a de ontem (21/08), momentos que ficarão para sempre registrados na minha memória. Choveu muito às 15 horas, hora que iniciei a defesa, como disse a minha co-orientadora, Maria Lúcia Dal Farra (UFSE), "Foi o meu batismo". Foi a coroação de três anos de pesquisa, coletando material, escrevendo, analisando e nesse percurso glorioso, tive a alegria de contar com a ajuda de amigos e de desconhecidos, bem como, com o amor, o carinho e a paciência do Luiz, meu amado esposo, enfim... Eu esperava que desse tudo certo, mas minhas expectativas foram exponencialmente superadas. A apresentação fluiu, eu optei por apresentar cada capítulo da pesquisa individualmente, o público gostou e os professores disseram que, grande parte das perguntas que me fariam, foram respondidas durante a mesma. Assim, cumprindo o protocólo e, com a intenção de enriquecer o trabalho, eles me fizeram algumas sujestões e pediram que eu falasse um pouco mais sobre alguns tópicos.
A banca foi unânime e afirmou que não havia na minha pesquisa nenhuma contradição teórica e que o meu trabalho demonstrava um grande fôlego de pesquisa, eles também destacaram o arrojo da proposta e que fui corajosa ao reunir e dialogar teóricos densos e, até mesmo, contraditórios como BaKhtin, Carl Gustav Jung, Foucault, Fredric Jameson e Raymond Willians.
Quero fazer uma agradecimento especial à CAPES pela bolsa de estudos, OBRIGADA!
Me preparando para começar a defesa momento das perguntas
e das respostas...
Apresentação da pesquisa
Apresentação da banca da esquerda para a direita:
Valdelino Gonçalves dos Santos Filho (doutor em Comunicação e Semiótica- professor adjunto e Coordenador do curso de Artes Plásticas Universidade Federal do Espírito Santo. Dedica-se a pesquisa de temas como multimeios, grafite e semiótica)
Luis Eustáquio Soares (orientador- Poeta e Doutor em Literatura Comparada, Atualmente é Professor Adjunto III, da Universidade Federal do Espírito Santo - Departamento de Línguas e Letras. Dedica-se à pesquisa de temas como alteridade, representação, resistência, dominação, biopoder, biopolítica, experimentação, numa perspectiva, sempre em construção, de crítica à modernidade, mapeada transdisciplinarmente)
Deneval Siqueira de Azevedo Filho (Crítico literário, Doutor em Teoria e História Literária e Pós-doutor em Literatura Comparada e Estudos Culturais pelo Harpur College of Arts, State University of New York in Binghamton e em Letras e Culturas, no International College of Letters and Cultures, Hispanic Research Center, da Arizona State University. É membro da Academia Campista de Letras e coordenador do Grupo de Estudos Interdisciplinares de Transgressão /GEIT)

Jesus integrou a mesa como convidado de honra! Depois da nota (máxima) chegou a hora de comemorar.... YES!
Eu e Luis, meu amor e maior incentivador
bebemos mas não caímos e nem perdemos a pose!
Dedico este poema a todos que, de alguma forma, fizeram parte deste percurso e aos queridos Luis Eustáquio Soares (orientador) e Maria Lúcia Dal Farra (Co-orientadora -UFSE), que foram farois iluminando o meu caminho.

Uma canção sobre a terra que gira e sobre as palavras que estão nela. Julgavas que as palavras fossem aquelas? Aquelas linhas retas? Aquelas curvas, ângulos e pontos? Não, aquelas não são as palavras, as palavras substanciais estão no solo e no mar. Estão no ar, estão em ti. Pensavas que aquelas eram as palavras?aqueles sons deliciosos que saem da boca de teus amigos? Não, as palavras reais são mais deliciosas que as deles. Corpos humanos são palavras, miríades de palavras, nos melhores poemas o corpo ressurge, o da mulher, o do homem, reformado, feliz, todas as partes habilitadas, ativas, receptivas, sem demonstrar vergonha. (Walt Whitman- Uma canção sobre a terra que gira)

Agradeço ao amado Jesus Misericordioso por me proporcionar tantas oportunidades na vida, sei que muitas pessoas não tem acesso à comida, nem a um lar, quanto mais à educação, e isso aumenta o meu compromisso e a minha responsabilidade para com a trasmissão desse saber (pago com dinheiro público).
Resumo da Dissertação:
Esta pesquisa propõe reflexões acerca das vozes sociais e arquetípicas presentes nos livros de soneto Livro de Mágoas (1919), Livro de Sóror Saudade (1921), Charneca em Flor (1930) e Reliquiae (1931), da poeta portuguesa Florbela Espanca. Para tal utiliza-se como arcabouços teóricos básicos, as obras de Mikhail Bakhtin, especialmente os conceitos de dialogismo e polifonia, e de Carl Gustav Jung, os conceitos de arquétipos e inconsciente coletivo. A poética de Florbela Espanca é polifônica por abarcar uma multiplicidade de vozes sociais e seus respectivos discursos, ela é também arquetípica, pois reproduz experiências que extrapolam o âmbito pessoal, encontrando ressonância no coletivo de diferentes épocas. Dentre estas vozes arquetípicas femininas expressas na sua poesia, analisa-se as de Lilith, Eva e Maria, por abarcarem aspectos como a sensualidade, o erotismo, a aspiração sacerdotal e virginal, a dor, a angústia, o desejo, o sonho e a vaidade, temas que refletem certos desejos de fazer dialogar dicotomias, termos opostos que, em uma sociedade patriarcal não conseguem alcançar expressão plena. A dificuldade de realização profissional e pessoal da mulher numa sociedade tradicional e falocrata como a do primeiro quartel do século XX, no caso de Florbela é, possivelmente, a geradora da angústia que levou-a ao suicídio, destino interpretado como “tragédia moderna” aos moldes raymondianos. A dificuldade de enquadramento do feminino na ordem patriarcal do mundo, é poeticamente trabalhada por Florbela que responde com um texto marcado pela inquietação, pela busca e pela errância, e encontra na utopia de Fredric Jameson, um caminho de expressão, a partir da denúncia do paradigma exaurido da dualidade, demonstrado pelo desejo de infinito e de integração com a natureza. A critica literária Maria Lúcia Dal Farra é o aporte fundamental no que diz respeito à obra e a vida de Florbela Espanca, e outros autores auxiliarão na construção dessa pesquisa “mosaico” que, objetiva ser interdisciplinar.

10 comentários:

Andressa disse...

Maravilhosa defesa, amiga!
Eu estive lá e pude compartilhar de sua felicidade!
Amei o trabalho, a defesa, a festinha (rs)...TUDO!
Vc está de parabéns!
um beijo grande,
Andressa

Anônimo disse...

Tudo bem... você devia estar sob forte emoção, mas "protocólo", "sujestão", "Fredric" e "willians" merecem, cara Mestra em Letras, uma revisão urgente. Quanto à colocação de vírgulas, espalhadas aqui e ali, como se lançadas de uma nave em pane, melhor nem comentar...

Renata Bomfim disse...

Olá anônimo, obrigada por sua compreensão quanto ao meu estado emocional no dia da defesa do meu mestrado.
Não vou dizer que foi muita emoção, foi emoção na medida certa, emoção gostosa, tesuda!!!
Bem, mesmo de forma não muito delicada, você me alertou para gralhas horripilantes no texto,e apenas por isso já preciso te dizer OBRIGADA!!!! espero que tenhas visto que me desculpo por elas mesmo antes que aconteçam, é a emoção (novamente) esta, no calor da escrita. Geralmente escrevo a noite, meio cansadinha da labuta do dia de trabalho e os dedos não obedecem mais... Mas te agradeço esta consultoria gratuita, adoro criticas, se quiser continuar criticando meu blog eu agradeço muito, pois já vou diretinho onde preciso acertar incorreções. Bem, estou super cansada, são 23:40h da noite, se houver algum erro gramatical na minha resposta ao seu comentário, peço que continue surfando na compeensão, não tenho energia para relê-lo, depois acerto, ok?
Abraços
seja sempre bem vindo a este espaço
sinta-se em casa
De verdade, gostei de você!
abraçoamigo
Renata

Wellington Dias disse...

Entrei no seu blog por acaso - estava procurando informações sobre defesa de dissertação, cliquei no google e cheguei até aqui. Sou professor de matemática em uma universidade do interior de Minas. Gostei muito do visual e das informações. Chamou-me à atenção os comentários do 1° Anônimo: de mau gosto, rancoroso, invejoso. A Pessoa para se dar ao trabalho de escrever aquele texto não está de mal com você não - ele está de mal com a vida e, por certo, com ele mesmo. Parabéns. Achei show de bola a sua resposta. Ele(a) deve ter ficado com vergonha...
Prof. Wellington Dias

Renata Bomfim disse...

Olá Wellington,
que alegria reber a sua visita!!! Espero que volte outras vezes e se sinta bem a vontade para criticas, elogiar...eheheheh
Olha, Jesus é o meu exemplo, então a cada dia exercito deixar pra lá e aceitar as criticas sejam boas ou ruins, até nas ruins conseguirmos colher coisas boas...
Olha, se precisares de alguma dica sobre defesa e eu puder ajudar ficarei feliz! Agora estou ingressando no doutorado, as aulas começam dia 9 de agosto, nove meses depois da defesa, vem mais um filho aí... eheheh
abraçoamigo
Renata

Renata Bomfim disse...

Olá Wellington,
que alegria reber a sua visita!!! Espero que volte outras vezes e se sinta bem a vontade para criticas, elogiar...eheheheh
Olha, Jesus é o meu exemplo, então a cada dia exercito deixar pra lá e aceitar as criticas sejam boas ou ruins, até nas ruins conseguirmos colher coisas boas...
Olha, se precisares de alguma dica sobre defesa e eu puder ajudar ficarei feliz! Agora estou ingressando no doutorado, as aulas começam dia 9 de agosto, nove meses depois da defesa, vem mais um filho aí... eheheh
abraçoamigo
Renata

Anônimo disse...

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Ailton Nascimento disse...

OLÁ, RENATA, Ñ SOU POETA, NEM PROFESSOR DE LETRAS NEM TAMPOUCO DO MEIO LETERÁRIO. SOU SERVIDOR PÚBLICO DO MINST.DA SAÚDE. ESTOU TE ESCREVENDO PQ AMO POESIA. HÁ MAIS DE 10 ANOS COMPREI UMA EDIÇÃO DA MARTINS FONTES, FLORBELA ESPANCA, COM ESTUDO DA MARIA LÚCIA DAL FARRA.ONTEM RESOLVI DEBRUÇAR-ME NOVAMENTE SOBRE ESSA POETA Q TANTO ADMIRO. ALEM DE GOSTAR DE LITERATURA, LEIO MUITO SOBRE LITERATURA. POR ISSO ENTREI NO GOOGLE PRA VER O HAVIA SOBRE A FLORBELA. GOSTEI MUITO DO SEU BLOG, ACHO Q VOU APRENDER MUITO SOBRE A POETA COM VC. PARABÉNS PELA CONCLUSÃO DO MESTRADO.

AILTON NASCIMENTO, BELÉM DO PARÁ

Renata Bomfim disse...

Olá Ailton, obrigada pela visita, sinta-se em casa!!!
OLha, a Dal farra foi co-orientadora no meu mestrado, ela é maravilhosa e uma sumidade em Florbela ESpanca. Te aconselho a salvar a minha dissertação que está em PDF do ladinho do blog, você vai gostar de acompanhar as viagens que a poesia de Florbela torna posiivel, ela é demais! agora estou estudando sua obra no doutorado, vamos ver o que vai sair... ehehehe
Um forte abraço e um detalhe importante, poesia é vida , ninguém é dono da poesia, ninguém pode prendê-la, assim como a saude não é assunto só de médico, a poesia não das pessoas do campo das letras, então, meu amigo, vai fundoooooooooo, a poesia é nossa!!!
abraços
renata

Anônimo disse...

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