Você está aqui comigo,
mas aos poucos,
como uma vela brilhante,
se apaga...
Quanta luz você fez, chama perfumada!
Quanta luz vertida sobre mim em cascata
sob forma de amor.!
Temo não ter mais fluidos
quando você se for,
apenas poemas encharcados.
Esta é a nossa despedida!
Amar é se esvair, eu acho,
É se esgotar devagarzinho...
me sinto reduzida.
Uma dor lancinante, querida,
parte daqui de dentro e se lança
do meu peito, raios errantes.
O que restará de mim depois de tudo isso?
Matéria seca?
Oh! Deus, por que comigo?
Por que com ela ?
Por que agora?
Porque assim, dessa forma?
Por quê? Por quê? Por quê?
Por que perdemos um amor
e precisamos agüentar, firmes, fortes,
quando a estrutura é frágil e ameaça ruir?
Estou olhando para você,
com doçura e atenção,
arrancando de dentro tudo o que é luz
para te ofertar com alegria,
em agradecimento
pelo tempo que você me dedicou,
pelos sorrisos que fez brotar no meu jardim.
Mesmo em meio à dor
eu te acolho nos meus braços
e canto: “fica, fica, fica...”
Mas o meu poder vai, somente, até aí:
cantar, cantar, cantar...
sou poeta.
Mas ponho no tempo ainda não cantado,
esperanças e novas letras, banho os versos
não criados com utopia e crio um não-canto:
“Vai em Paz, amor”.
renatabomfim
4 comentários:
Lindo poema!!! Tão fofa ela... Quanto amor.
Beijinhos.
Este poema realmente pertence a Fernando Pessoa?
gostava de ter uma resposta urgente
Olá, amigo, este poema fui eu que escrevi, não é de Pessoa.
Abraços fraternais
Renata Bomfim
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