11/09/2010

O canto da harpia

Cansei de ser sereia.
Cortei os cabelos,
As unhas cresceram.
No lugar das escamas,
indecentes e fortes plumas,
em tons de branco e cinza.
No alto da cabeça,
a crista erotizada,
eriça ao menor ruído.
Abro imensas asas,
Solto um grito.
Os olhos, de repente,
enxergam além.
Cansei de afogar marinheiros,
de cantar para a morte
dos despenhadeiros
e das rochas frias.
Assim como um bebê
saído do ventre,
saúdo a vida.
Mergulho fundo
no azul salpicado de lilases
do fim do dia e,
renasço de manhãzinha,
embriagada pelo amarelo
Ouro
desse universo
selvagemente novo.

renatabomfim

4 comentários:

André L. Evangelista disse...

Achei que as sereias habitassem somente o meu imaginário.... Mas aqui no Letra e Fel elas não só existem como passam por uma extraordinária mutação!

Adorei!

rs

besos

Renata Bomfim disse...

Olá Querido André, que alegria receber a sua visita!!! olha, a sereia se tranforma mas não deixa de ser um monstro, a harpya é um demônio grego com corpo de ave e cabeça de mulher. Acho que o eu lírico está condenado à danação ou a esquisitice... eheheheh
abraços eco-fraterno e literário
renata

John disse...

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