Marcada para viver:
pelos chão por onde andei.
pelas palavras que recebi
por outras que doei.
Estou marcada!
Sulcos.
Erosões feitas pelo tempo
que rui e flui pelo corpo.
Dor e prazer se entrelaçam.
As mãos que apertei
mesmo por convenção
me marcaram.
Algumas se apagaram
com as lágrimas, feito fonte:
sonhos, fantasias, mágoas.
Detalhes próprios do humano
que se desfizeram como as nuvens
ao sabor da realidade.
Se te marquei?
Fui tua bliblia e
tua revista pornográfica.
Meu avesso não é mais novidade
invento novos segredos.
A minha frente e o meu verso
clamam pelo escândalo.
Marcas e mais marcas:
quedas, suturas, rasgos
que nunca cicatrizarão!
Pelos dias que restam, tateio.
Nas tuas mãos busco linhas de fuga
O teu amor, arcaico e abissal,
promete soluções profundas
para o meu drama,
existir.
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