24/06/2011

campo comum

"O que  está abaixo é como aquilo que está acima, e o que está acima é semelhante a aquilo que está abaixo, para realizar os prodígios da coisa única." (Tábua de Esmeralda) 

Nada nos é alheio, amigo,
Dentro de mim e de ti há
um amor irrestrito
o ódio dos assassinos
os atos dos santo
a covardia dos bandidos.
a poeira da primeira estrela e
resquícios das águas:
XXXX do grande dilúvio
XXXX do mar da Galiléia
XXXX do rio Benares
XXXX do Tietê
XXXX do mar japonês
imantado pela radioatividade.
Um mundo de caos iludido
por imagens edênicas
nos convidam para viagens
ilusórias e paradisíacas.
Há no âmago do nosso ser
XXXX a videira
XXXX vinho e pão
XXXX a ceia inteira e santa
XXXX o ódio
XXXX o perdão
Tudo isso compartilhamos
mas, leitor, há dentro de mim
uma angústia que desconheces:
o assombro de estar viva
contemplando a beleza bruta
e há o desejo incontido de
desabrochar qual rosa mística
no coração do Cristo.


renatabomfim

2 comentários:

José Carlos Camapum Barroso disse...

Maravilha! Ler um poema dessa envergadura, na virada da noite de sexta para sábado, é bom demais. Parabéns!

Anaximandro Amorim disse...

Inspiradíssimo, como os do seu "Arcano 19", que estou tendo o prazer de ler!