Sou toda dissonância
Mas busco harmonia
equilíbrio, beleza, cor.
Fertilizada pela ansiedade
Sou cão lambendo as feridas
gato no telhado alheio
pássaro cantando na solidão
da árvore citadina
Busco o natural
nos escombros e resquicios
do animal que sou
Vivo o risco
seguindo um traço sinuoso
(e fatídico)
que guia meus pés viciados.
Transito por campos incertos
seguindo um traço sinuoso
(e fatídico)
que guia meus pés viciados.
Transito por campos incertos
transo agonias e suplícios
opto pelo impreciso
transitório e duvidoso
A duras penas e
em meio a tinta ácida
ele nasce
brota do meu ventre acetinado:
um filho com olhos de luz
E a musa-parteira sem dentes
orgulhosa e vingativa
Com um sorriso desgraçado
põe nos meus braços
este ente:
a poesia.
a poesia.
(renatabomfim)
Um comentário:
palavras que se transformam em imagens...
e imagens que nos transportam de volta as palavras!
saudações poetisa!
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