04/09/2013

Elipses

Em memória dos poetas mortos, em especial dos meus "Santos", Florbela Espanca e Rubén Darío. 

Amar para além
do saber
e de todas as teorias...
eu te amo antes e depois
do trabalho,
dos passeios e viagens,
da fila no banco,
da ida ao supermercado
e à feira orgânica na 
Praia do Canto.
Te amo durante o cochilo
e acordada,
depois da exaustão e
do curto-circuito.
Amo te esquecendo, 
te relembro num susto.
Talvez a Cabala explique
essa embriaguez de luz astral,
essa congestão.
-Eros, mosquitinho (en)cantador,
         gato com asas,
         lindeza que apavora,
Suas flechas incendeiam a prosa,
mas, na minha poesia, produzem
ELIPSES.

Lisboa, 04-09-2013