A minha língua
Aponta direções opostas.
Sangra querendo
Explicar o mundo
Ser o dizer do mudo,
do bicho,
da planta,
A minha língua quer tudo!
Ânsia?
Ao reencontrar na poesia
O elo perdido
Quer religar com firmeza
Tudo o que se rompeu
Até mesmo eu sou tramada.
Quanta utopia,
Que loucura santa:
Desembaraçar os fios do passado
Lançando sobre o futuro uma rede
De esperança e,
Sobre o presente, luzes.
Eu sou toda língua e olhos.
Queria tanto ter olhos inaugurais,
Ser a mulher que canta e dança,
Esquecer que Orfeu desceu aos infernos;
Que Circe ficou só, sem o seu Ulisses;
Que Dante nunca tocará Beatriz;
Que vamos todos morrer!
Ah! se não houvesse injustiça...
Eu poderia ser feliz como o animal que
Extrai da vida o melhor.
Vamos escutar, no silêncio, a melodia essencial?
Cada espaço estaria prenhe de possibilidades.
Ah! se eu pudesse exorcizar a saudade
Legitimar a alegria...
Conquistar contentamento nas coisas simples
Mas não posso quase nada!
Apenas construir castelos com palavras,
fazer torres, bosques, dragões, estradas...
Fantasiar, brincar com os contos de fadas.
Se as palavras são a minha única posse,
Farei com elas o que ninguém mais pode:
Milagres.
Prometo: farei de tudo para que a morte
Não nos assombre!
Não busque a felicidade.
Sejamos alegres neste instante,
Antes que as luzes se apaguem,
Antes que o dia amanheça, e o som
Dos nossos sonhos se calem.
Sejamos felizes (por acidente) agora!
Ostras gerando pérolas espetaculares
Experimentando as delícias da dor,
Gozando, fóbicos, de medo.
Não seria isso
AMOR
Sangra querendo
Explicar o mundo
Ser o dizer do mudo,
do bicho,
da planta,
A minha língua quer tudo!
Ânsia?
Ao reencontrar na poesia
O elo perdido
Quer religar com firmeza
Tudo o que se rompeu
Até mesmo eu sou tramada.
Quanta utopia,
Que loucura santa:
Desembaraçar os fios do passado
Lançando sobre o futuro uma rede
De esperança e,
Sobre o presente, luzes.
Eu sou toda língua e olhos.
Queria tanto ter olhos inaugurais,
Ser a mulher que canta e dança,
Esquecer que Orfeu desceu aos infernos;
Que Circe ficou só, sem o seu Ulisses;
Que Dante nunca tocará Beatriz;
Que vamos todos morrer!
Ah! se não houvesse injustiça...
Eu poderia ser feliz como o animal que
Extrai da vida o melhor.
Vamos escutar, no silêncio, a melodia essencial?
Cada espaço estaria prenhe de possibilidades.
Ah! se eu pudesse exorcizar a saudade
Legitimar a alegria...
Conquistar contentamento nas coisas simples
Mas não posso quase nada!
Apenas construir castelos com palavras,
fazer torres, bosques, dragões, estradas...
Fantasiar, brincar com os contos de fadas.
Se as palavras são a minha única posse,
Farei com elas o que ninguém mais pode:
Milagres.
Prometo: farei de tudo para que a morte
Não nos assombre!
Não busque a felicidade.
Sejamos alegres neste instante,
Antes que as luzes se apaguem,
Antes que o dia amanheça, e o som
Dos nossos sonhos se calem.
Sejamos felizes (por acidente) agora!
Ostras gerando pérolas espetaculares
Experimentando as delícias da dor,
Gozando, fóbicos, de medo.
Não seria isso
AMOR
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