04/07/2016

UM SOPRO “NO MOINHO”: ANÁLISE DO CONTO DE EÇA DE QUEIRÓS (RENATA ROCHA VIEIRA DE MELLO)



O naturalismo é a forma científica que toma a arte, como a república é a forma política que toma a democracia, como o positivismo é a forma experimental que toma a filosofia. (Eça de Queirós)


O Realismo foi um movimento de ideias que marcou a segunda metade do século XIX, tendo início em Portugal a partir da “Questão Coimbrã”, em 1865. Na Europa em geral, o cenário era de desenvolvimento científico e tecnológico, com máquinas a vapor, a crescente industrialização e, junto com ela, o surgimento do proletariado. Na literatura, o idealismo dava lugar ao cientificismo realista, que combatia ferozmente os ideais românticos (e burgueses) que imperavam até então. Eça de Queirós (1845-1900) explicou didaticamente o choque de movimentos em seu artigo intitulado “Idealismo e Realismo” (1879). Supondo que o leitor daquele artigo escolhesse dois romancistas – um idealista e outro realista – para retratarem uma menina vizinha chamada Virgília, Eça expõe como sucederiam as práticas de cada artista:

O idealista não quer ver nem ouvir; não quer saber mais detalhes. Toma imediatamente a sua boa pena de Toledo, recorda durante um momento os teus autores e, num relance, cria-te a menina Virgínia deste modo: na figura, a graça de Margarida; no coração, a paixão grandiosa de Julieta; nos movimentos, a languidez de qualquer odalisca (a escolha); na mente, a prudência de Salomão, e, nos lágios, a eloquência de Santo Agostinho... [...] É agora o escritor naturalista que vai pintar. Este homem começa por fazer uma coisa extraordinária: Vai vê-la!... (Obras, s.d., III vol., p. 913-916)

E buscando contemplar temas e situações espelhadas na vida concreta de seus contemporâneos por meio, sobretudo, do cientificismo, e oferecendo-lhes lições de vida – ao invés de repetir “padrões ultrapassados” –, Eça de Queirós publica, em 1892, o conto “No moinho”. A partir do contexto da obra e da característica do gênero, analisar-se-á esse conto, contido na coletânea póstuma Contos (1902), não sem antes haver um apanhado geral de informações sobre o aclamado autor. “No Moinho” é um texto que pertence ao gênero literário “conto”. Segundo Massaud Moisés o conto é um gênero que não tem sua origem definida, mas, o termo indica “enumerar”, “contar”, sendo compreendido na Idade Média como possuidor do sentido de “enumerar acontecimentos”. O conto ganhou prestígio literário, sobretudo a partir de Edgar Allan Poe (1809-1849) e, em Portugal, o gênero se firmou enquanto forma literária no Realismo, período em que distanciou-se do tom oral característico do “caso” folclórico ou da história para fins moralizantes tradicionalmente medievais. Em linhas gerais, algumas características desse gênero textual podem ser apontadas, lembrando que tais aspectos podem ser modificados dependendo da obra. Tratam-se de narrativas lineares e curtas em extensão e em tempo, em que os acontecimentos todos “marcham” para um só desfecho; a linguagem é mais “direta”, sem muitos “rebuscamentos”; os personagens são poucos, e todos se envolvem em e estão ligados a um evento principal, que ocorre, por sua vez, em espaços limitados e cujo conflito é um só.
José Maria Eça de Queirós nasceu em Póvoa de Varzim, Portugal, em 25 de novembro de 1845. Formou-se em Direito em 1866, mas dedicou-se à carreira de jornalismo. Além disso, foi diplomata, exercendo a carreira de cônsul em Havana, New Castle, Bristol e Paris, onde faleceu em 1900. Ainda estudante, acompanhou a "Questão Coimbrã" (1865-1866), embate entre os adeptos ao movimento Realista, recém-formado em Portugal, e os românticos reacionários. As inquietações sociais da época surgiram por parte de uma nova classe, a do proletariado – formado a partir da industrialização –, como uma reação à exploração sócio-econômica, e fizeram com que a literatura romântica, muito aclamada pela burguesia, ficasse esgotada se tornasse inapropriada para os novos valores. Dessa forma, a denúncia e o combate social, o retrato de mazelas da sociedade – sobretudo por meio do cientificismo –, a recusa de idealizações da realidade, o anticlericalismo, a postura antiburguesa e antimonarquista foram pontos duramente defendidos pelos realistas na Questão Coimbrã, em um ataque frontal aos românticos. Foi esse cenário turbulento que influenciou boa parcela da produção de Eça de Queirós que, enquanto colaborador de jornais e revistas da época, escreveria futuramente seus famosos contos, dentre eles “No Moinho”.

OS CONTOS (1902)
Coletânea composta por 13 narrativas, “Contos” foi uma obra póstuma, publicada em 1902, que reuniu contos do autor publicados anteriormente em jornais – como O Atlântico e Gazeta de Notícias – e em revistas – como a Revista Moderna. As narrativas da coletânea põem em evidência aspectos do pensamento realista e naturalista, mas também aspectos divergentes a esse movimento. Por essa razão, Elenir Aguilera de Barros, em “Conto Realista” divide-as em dois grupos:

os interessados pela temática do século XIX (“Singularidades de uma rapariga loura”, “No moinho”, “Um poeta lírico”, “Civilização”, “José Matias”) e os que aproveitam temas do passado, extraídos da tradição medieval e cristã (“O tesouro”, “Frei Genebro”, “A aia”, “O defunto”, “O suave milagre”, “Outro amável milagre”) ou clássico (“A perfeição”) ou, ainda mais distantes, dos primórdios dos tempos (“Adão e Eva no Paraíso”) (BARROS, 1986, p. 22).

Barros (1986) faz algumas considerações acerca da variação do teor realista nas obras. Em “Singularidades de uma rapariga loura” e “No moinho”, a tendência realista da época é bastante aflorada. Denunciam-se os vícios da burguesia, condena-se a prática de idealização da realidade em detrimento de uma postura racional e ponderada, assumindo o escritor uma postura moralista e crítica sobre o modo romântico de pensar, modo esse que, segundo os autores, seria altamente degenerativo para a sociedade. Já “Um poeta lírico”, “Civilização” e “José Matias” apontam para temáticas mais diversas e uma postura mais filosófica do autor sobre questões da vida, como a busca de uma essência humana, a atenuação de imperfeições, passando, inclusive, pela aurea mediocritas em “Civilização”. A partir disso, o místico toma conta: entram “O suave milagre” e “Outro suave milagre”, e a realidade se mistura à fantasia.Nos contos, os aspectos realista e filosófico não se excluem. O que ocorre é um continuum de tendências, ora realistas, ora fantasiosas, mas sempre mescladas entre si.
Publicado pela primeira vez em 15 de junho de 1892 no jornal O Atlântico e, postumamente, na coletânea Contos (1902), “No Moinho” consta como uma das grandes manifestações do realismo em contos. Nele, Eça de Queirós põe em prática várias das tendências desse movimento literário. A obra conta parte da vida de D. Maria da Piedade, uma dona de casa vista por sua vila como “uma senhora-modelo” que por muito tempo se dedicou à sua doente família como uma santa. O marido, João Coutinho, um homem bastante doente, vivia constantemente rabugento, sombrio, e passava seus dias enclausurado em casa. Os filhos, ao invés de sãos e robustos, eram também doentes, e todos demandavam de Maria da Piedade cuidados constantes.
Maria da Piedade lidava com toda essa situação de forma bastante resignada. Mesmo havendo momentos tristes e de fadiga, bastava alguém chamá-la novamente para que ela disfarçasse as lágrimas e fosse, com um sorriso e expressão serenos, ter com os familiares enfermos. Até que Adrião, um romancista célebre e primo de João Coutinho, “amado das fidalgas, impetuoso e brilhante”, viajou de Lisboa à vila para vender uma fazenda próxima dali. Adrião alterou, assim, a rotina da casa – e, sobretudo de Maria da Piedade. Os dois começaram a passar bastante tempo juntos até que Adrião, após a venda da fazenda, fez uma visita ao moinho acompanhado de Maria, e lá exclamou idealizações sobre uma mudança sua para o campo e sobre como seria uma nova vida na vila. Em seu ápice de confabulações, Adrião beijou a mulher. Após um sentimento de culpa – e, no fundo, uma alegria por sua “generosidade” –, Adrião decidiu não mais mexer com aquela situação e partiu de volta para a cidade. Mas, após aquele ponto, Maria da Piedade começou a ter em si uma onda de transformações que a fizeram deixar de ser uma “fada” para ser contaminada por idealizações, romanticismos, paixões. Passou a ter desejos amorosos e, depois, sexuais, carnais, tornando-se adúltera ao se envolver com o praticante da botica. No conto, a intenção moralizante realista é evidente ao expor o destino cruel daqueles que se deixam levar pela visão romântica de mundo, pela idealização exacerbada.
A narrativa é feita em terceira pessoa, sendo o narrador onisciente, que entra no e descreve o psicológico dos personagens. Além disso, descreve psicologicamente a vila quando trata da visão dos habitantes em relação a Maria da Piedade. Isso ocorre sobretudo no início e no final, momentos em que há a descrição de Maria da Piedade do ponto de vista externo, como se a perspectiva narrativa fosse dos habitantes da região. No início, sobre Maria da Piedade, o narrador afirma que “a vila tinha quase orgulho na sua beleza delicada e tocante; era uma loura, de perfil fino, a pele ebúrnea, e os olhos escuros de um tom de violeta, a que as pestanas longas escureciam mais o brilho sombrio e doce.” (QUEIRÓS, 2013, p. 55). Além disso, o narrador “entra” no psicológico de Maria da Piedade e o de Adrião. O discurso do narrador é intercalado pelo pensamento desses personagens. Como exemplo desse fenômeno, teríamos:

Maria da Piedade olhava-o assombrada: aquele herói, aquele fascinador por quem choravam mulheres, aquele poeta que os jornais glorificavam, era um sujeito extremamente simples — muito menos complicado, menos espetaculoso que o filho do recebedor! Nem formoso era: e com o seu chapéu desabado sobre uma face cheia e barbuda, a quinzena de flanela caindo à larga num corpo robusto e pequeno, os seus sapatos enormes, parecia-lhe a ela um dos caçadores de aldeia que às vezes encontrava, quando de mês a mês ia visitar as fazendas do outro lado do rio. (QUEIRÓS, 2013, p. 60).

No trecho, percepções e pensamentos da própria personagem em relação a Adrião se misturam com o discurso do narrador. Esse efeito é intensificado com a sucessividade da marcação dos dois pontos (“:”), que parecem indicar um fluxo de pensamentos e/ou um pensamento de dentro de outro pensamento da personagem. A narrativa ocorre em uma região campestre, com fazendas ao redor, mais especificamente em uma vila de aspectos interioranos e provincianos. A visão dos habitantes acerca da personagem principal é a todo tempo descrita de forma que remete ao costume próprio de locais do interior, em que grande parte da comunidade se conhece. A casa de Maria da Piedade, local bastante descrito, é caracterizada como portadora de um “ar de hospital”, sempre ligada à tristeza, à morte:

A casa, interiormente, parecia lúgubre. Andava-se em pontas dos pés, porque o senhor, na excitação nervosa que lhe davam as insónias, irritava-se com o menor rumor; havia sobre as cómodas alguma garrafada da botica, alguma malga com papas de linhaça; as mesmas flores com que ela, no seu arranjo e no seu gosto de frescura, ornava as mesas, depressa murchavam naquele ar abafado de febre, nunca renovado por causa das correntes de ar; e era uma tristeza ver sempre algum dos pequenos ou de emplastro sobre a orelha, ou a um canto do canapé, embrulhado em cobertores com uma amarelidão de hospital. (QUEIRÓS, 2013, p. 55-56).

O ponto-chave (e título) da história é o moinho contido na vila, já que é o local onde ocorre o beijo de Adrião em Maria da Piedade e, portanto, o ponto de partida para suas transformações. Cheio de vida e contrastando fortemente com a casa de Maria da Piedade, o local:

Era um recanto de natureza, digno de Corot, [...], com a frescura da verdura, a sombra recolhida das grandes árvores, e toda a sorte de murmúrios de água corrente, fugindo, reluzindo entre os musgos e as pedras, levando e espalhando no ar o frio da folhagem, da relva, por onde corriam cantando. O moinho era de um alto pitoresco, com a sua velha edificação de pedra secular, a sua roda enorme, quase podre, coberta de ervas, imóvel sobre a gelada limpidez da água escura. (QUEIRÓS, 2013, p. 64).

O termo “moinho” é definido, segundo o Dicionário Michaelis de Língua Portuguesa, como “engenho ou máquina de moer grãos, ou de triturar determinadas substâncias” (2016). O nome do conto nos remete, então, a esse engenho que, a partir da força do ar ou da água, por exemplo, produz energia para fragmentar, triturar materiais. Foi o que aconteceu com Maria da Piedade, um anjo em que, a partir do “sopro para o fazer remontar ao céu natural, aos cimos puros da sentimentalidade…” (QUEIRÓS, 2013, p. 64), sopro esse  fornecido pela força e da virilidade de Adrião, produziu-se uma energia incontrolável que triturou e destruiu o que havia anteriormente - a resignação, a paciência, a aceitação da enfermeira perante a sua realidade.
Em relação ao tempo, a narrativa, em grande parte, é feita no pretérito imperfeito do modo indicativo, sobretudo nas descrições sobre como era a vida de Maria da Piedade antes da e durante a visita de Adrião – como em “D. Maria da Piedade era considerada em toda a vila como uma ‘senhora-modelo’.” (QUEIRÓS, 2013, p. 55) -, e o presente do indicativo aparece no final, quando há a descrição da “atual” situação da personagem principal:

E agora deixa a casa numa desordem, os filhos sujos e ramelosos, em farrapos, sem comer até altas horas, o marido a gemer abandonado na sua alcova, toda a trapagem dos emplastros por cima das cadeiras, tudo num desamparo torpe — para andar atrás do homem, um maganão odioso e sebento, de cara balofa e gordalhufa, luneta preta com grossa fita passada atrás da orelha e bonezinho de seda posto à catita. Vem de noite às entrevistas de chinelo de ourelo, cheira a suor; e pede-lhe dinheiro emprestado para sustentar uma Joana, criatura obesa, a quem chamam na vila «a Bola de Unto». (QUEIRÓS, 2013, p. 71).

Dessa forma, no conto, há uma narrativa de algo no passado para descrever o que motivou e como se deu o destino da Maria da Piedade, atualmente desleixada para com a casa e seus familiares. Conforme aponta Amina Di Munno:“Eça retrata, uma vez mais, um tipo de mulher: ‘era uma loura, de perfil fino, a pele ebúrnea e os olhos escuros de um tom violeta, a que as pestanas longas escureciam mais o brilho sombrio e doce” (MUNNO apud QUEIRÓS, 2015, p. 55). Trata-se de Maria da Piedade, personagem principal do conto, de características comuns a outras personagens de Eça. Muito dedicada à condição de enfermeira do marido paralítico e dos filhos, a personagem fazia jus a seu nome.
Mesmo que algumas senhoras vila afirmassem que Maria da Piedade era beata, a função de enfermeira a dispensava das obrigações religiosas e as superava, já que "A sua casa ocupava-a muito para se deixar invadir pelas preocupações do Céu; naquele dever de boa mãe, cumprido com amor, encontrava uma satisfação suficiente à sua sensibilidade; não necessitava adorar santos ou enternecer-se com Jesus. (QUEIRÓS, 2013, p. 55). A “fraca vítima das circunstâncias” – trecho bastante naturalista por retratar a influência do meio no indivíduo – passou, conforme exposto, por sucessivas transformações. E estas vão sendo descritas por meio da habilidade ímpar do autor. Podem-se destacar, no percurso da personagem na narrativa, três estágios máximos de transformação. Primeiro, ela era fada, resignada aos serviços fornecidos a João Coutinho e aos filhos. Conforme citado, Maria da Piedade era mais que beata: era enfermeira em tempo integral. O beijo de Adrião fez surgir na personagem um sentimento até então desconhecido por ela, e que se intensifica quando o homem parte da vila. Houve, então, um choque de sentimentos e o amor por Adrião aflorou e dominou todos os outros. A personagem passou então a ter desejos “de mulher”, sexuais, começou a ler todas as obras de Adrião (que, segundo ela, deveria ser seu marido), sobretudo a intitulada “Madalena”. Esse o meio de “aliviar” seus sentimentos. E “os seus deveres, agora que não punha neles toda a sua alma, eram-lhe pesados como fardos injustos” (QUEIRÓS, 2013, p. 68). A leitura tornou-se cada vez mais ávida e generalizada, de romances românticos de heróis e heroínas; ela “acreditava nos amantes que escalam os balcões, entre o canto dos rouxinóis: e queria ser amada assim, possuída num mistério de noite romântica…” (QUEIRÓS, 2013, p. 69). Em uma reação em cadeia, a idealização de Maria da Piedade em relação a Adriano se intensificou, e “o seu amor desprendeu-se pouco a pouco da imagem de Adrião e alargou-se, estendeu-se a um ser vago que era feito de tudo o que a encantara nos heróis de novela; era um ente — meio príncipe e meio facínora, que tinha, sobretudo, a força.” (QUEIRÓS, 2013, p. 70).
A idealização da realidade fez Maria da Piedade entrar, então, no terceiro estágio, em que “a santa tornava-se Vênus”, com excitações mórbidas, desejo erótico não mais de mulher, mas de animal, de fêmea. E o escândalo da vila foi proporcional: Maria da Piedade deixa de cuidar da casa e se torna adúltera, satisfazendo-se com o praticante da botica, que invariavelmente vai à sua casa suado e pedindo dinheiro para “sustentar uma Joana, criatura obesa, a quem chamam na vila de ‘a Bola de Unto’” (QUEIRÓS, 2013, p. 68). Esse foi o cruel fim de Maria da Pieadade. O autor realista, então, parece nos fazer, em uma possível “moral da história”, um alerta sobre o destino dos idealizadores e “românticos incorrigíveis”: a infalível degeneração.


REFERÊNCIAS
BARROS, Elenir Aguilera de. Conto realista português. São Paulo: Global. 1986.
DICIONÁRIO Michaelis. 2016. Disponível em:
. Acesso em 14 de jun. de 2016.
MOISÉS, Massaud. A criação literária. 11. ed. São Paulo: Cultrix, s/d.
MUNNO, Anna di. Eça de Queirós e a narrativa breve: uma leitura do conto “No moinho”. In: MINÉ, Elza. CANIATO, Benilde Justo (org.). Encontro Internacional de Queirosianos. 3., São Paulo, 1995.
QUEIRÓS, Eça de. No Moinho. In:________. Contos. Disponível em: . Acesso em: 14 jun. 2016.

QUEIROZ, Eça. Obras. Porto: Lello & Irmão Editores, [19--].

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