Amigos, a Revista DiVersos- poesia e tradução, publicada no Porto, Portugal, completou em 20 anos. Quero parabenizar o esforço e a dedicação do seu editor, José Carlos Costa marques, da editora Sempre em pé, por essa conquista!
Conheci o editor José Carlos por intermédio do amigo Pedro Sevylla de Juana (poeta e tradutor) que enviou para a revista alguns poemas meus traduzidos para o castelhano. Quero desejar a DiVersos muitos outros anos de vida. Abraços dessa poeta brasileira.RB.
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Está em circulação, desde julho de 2016,
o n.º 24 da série DiVersos - Poesia e Tradução de
Poesia.
Eis o sumário desse n.º 24:
Vinte anos de poesia e tradução de poesia na DiVersos são assinalados
neste número e sê-lo-ão no próximo. Pela primeira vez
inserem-se traduções de poesia dinamarquesa. O poeta traduzido é Benny Andersen
e o tradutor para português é o polaco Marcin Wlodek, que tem como segunda
pátria a Noruega e se especializou em estudos portugueses. Faz-nos lembrar
Alessandro Zocca, italiano que vive em Moscovo e traduziu poetas russos para
português incluídos em números nossos anteriores, para além de poemas seus em
português também na DiVersos publicados.
As outras línguas
presentes neste número foram já antes várias vezes traduzidas aqui: Christos
Kyrkindanos, do grego moderno, por Rosa Salvado Mesquita; Efraín Huerta,
mexicano, traduzido do castelhano por Francisco José Craveiro de Carvalho,
matemático, poeta e tradutor, que pela primeira vez colabora com a Diversos, e
logo com traduções de três poetas. Além de Huerta, e agora a partir do inglês,
devemos-lhe traduções dos norte-americanos Robert Creeley, poeta grande na
esteira de Ezra Pound e de William Carlos William, e de Michael Kelleher, que
foi próximo de Creeley e mantém intensa atividade literária e cultural. Graças
à recomendação amiga de Luís Quintais, pudemos assim beneficiar da generosa
cooperação de F. J. Craveiro de Carvalho.
Do castelhano estão
ainda presentes o colombiano Harold Alvarado Tenorio, traduzido por João
Rasteiro, pela primeira vez presente na DiVersos, não só como tradutor mas
também como poeta; e Pablo Luis Ávila, espanhol de Granada, amigo de Portugal,
que ensinou longos anos em Turim, adiante traduzido por António Fournier, que o
verte igualmente do italiano, língua em que Ávila escreveu também poesia.
Sob responsabilidade do
editor, foram transcritos para português poemas de Xosé Lois García, poeta
galego radicado na Catalunha, especialista de literatura africana de expressão
portuguesa, sobretudo de Angola, a quem agradecemos a gentileza e paciência com
que atendeu ao nosso convite e a cooperação na concretização dele.
Há publicações em
Portugal que inserem poesia de autores castelhanos e galegos sem a verter para
português. É uma decisão compreensível, e que terá até preferência por parte de
alguns autores galegos. No número anterior, aliás, incluímos poemas de Alfredo
Ferreiro, cuja opção é mesmo a de adotar expressamente a norma linguística de
âmbito lusófono. Desde que, no número 21, decidimos tentar deliberadamente
aproximarmo-nos mais da poesia galega, paradoxalmente mal conhecida entre nós e
até aí pouco representada nas nossas páginas, optámos, o que nos parece
igualmente legítimo, por passar ao português os originais escritos em galego,
mesmo quando as diferenças são meramente ortográficas (como acontece adiante
com o poema «Ollares») ou eventualmente fonéticas. Não porque pensemos que os
leitores da DiVersos precisem dessa operação para os compreender! Tal como
aliás não precisam em relação ao castelhano. Mas, simplesmente, porque
consideramos que esse exercício pode ser linguisticamente e poeticamente
interessante e mesmo enriquecedor.
Se a versão a partir de
línguas mais ou menos afastadas da nossa tem interesse indubitável, interesse
pode ter também fazê-la de línguas muito próximas. Galego, castelhano,
português não são mais próximas entre si que o dinamarquês, o norueguês e o
sueco, e a versão recíproca entre estas últimas é prática normal. O exercício
põe problemas e desafios que julgamos úteis, não só para uma melhor compreensão dos originais como até da nossa própria
língua.
Nos autores de poemas
originais em português, neste número, destacamos duas miniantologias mais
extensas. De Eduardo White, poeta moçambicano recentemente falecido, é traçada
uma panorâmica que evidencia uma poesia digna de ocupar lugar importante no
universo multicultural e multinacional da nossa língua. Numa futura que se
deseja próxima antologia global da poesia de expressão portuguesa terá decerto
o apropriado destaque. De Eduarda Chiote, de que inserimos no n.º 20 o longo
poema Fiat Lux!, apresentamos uma
escolha, necessariamente breve, que percorre apesar disso o arco da
generalidade da sua poesia. Dos restantes poetas portugueses, António Cândido
Franco, Jorge Vilhena Mesquita, Rui Tinoco e Teresa Ferro tinham já sido
publicados antes na DiVersos. Gisela Rosa, Inez Paes, João Rasteiro e Rute
Noiva, uns, com obra feita, outros a iniciá-la, como é o caso desta última, vêm
alargar o naipe. De outros países de língua portuguesa, refira-se a são-tomense
Goretti Pina e dois jovens poetas do Brasil, Ana Elisa Ribeiro e Stefanni
Marion, o que mais uma vez foi possível graças a Elisa Andrade Buzzo, amiga
firme da DiVersos.
20 ANOS DE DIVERSOS - POESIA E TRADUÇÃO
Esta série DiVersos -
Poesia e Tradução iniciou-se em 1996 como uma publicação muito simples de
poucas páginas. Proposta por Manuel Resende a três colegas numa instituição
europeia onde trabalhavam, Carlos Leite, Jorge Vilhena Mesquita e José Carlos
Marques, teve desde o início a ajuda muito próxima de um outro, José Lima, que
ainda hoje a acompanha. O grafismo da capa do primeiro número, igualmente muito
simples, deveu-se a Vasco Rosa. Ainda hoje se conserva, embora com alguma
derivação circunstancial no tipo de letra usado, e, uma vez por outra, o
acréscimo de uma vinheta ou de uma legenda suplementar. Mantendo-se simples e
discreta ao longo de duas décadas, a publicação foi gradualmente crescendo em
número de páginas, não devido a algum êxito comercial ou mesmo literário que
nunca teve, mas a um lento alargamento de colaboradores, poetas e tradutores,
que, na maior parte dos casos chegaram até nós, e continuam a chegar, de forma
espontânea. Este número é o maior de sempre, chegando a superar as 200 páginas,
por um lado devido ao afluxo de colaborações, solicitadas ou espontâneas, e por
outro lado para lhe imprimir uma intenção comemorativa, que se manterá no
número 25 que esperamos editar igualmente neste vigésimo aniversário da sua
existência. Não sabemos se poderemos manter esse número de páginas, seja por
motivos de colaboração suficiente, seja por motivos de custos. Se chegamos até
aqui foi apenas porque optamos por uma fórmula sóbria e encontramos maneira de
a realizar com baixos custos e uma pequena tiragem. Se o leitor aprecia a
DiVersos na sua sobriedade, poderá querer apoiá-la, mantendo ou renovando a sua
assinatura, tornando-se assinante ou oferecendo uma assinatura a um amigo, ou
por qualquer outra forma a seu gosto.
Pelas edições publicadas,
24 apenas em 20 anos, é fácil ver que a intenção inicial que nos levou a
subintitular a série «revista semestral de poesia e tradução», subtítulo mais
tarde abandonado, não se concretizou. Curiosamente, após uma interrupção longa
entre 2009 e 2012, conseguimos finalmente alcançar grosso modo uma regularidade
de dois números em média por ano... Esperamos mantê-la assim pelos anos de
longevidade que nos restarem.
O editor
J. C. Costa Marques, Editor
Rua Camilo Castelo Branco, 70-5.2
4425-037 Águas Santas
www.sempreempe.pt
contacto@sempreempe.pt
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