A escritora Aline Dias nasceu no
sul do Espírito Santo, em Cachoeiro de Itapamirim, no ano de 1988. Graduada em
Jornalismo pela UFES, a cachoeirense escreve desde os seus 14 anos de idade,
mas seu primeiro livro foi publicado em 2012, aos 24 anos, com o nome de Vermelho. A autora descreve este como
sendo uma novela erótica. Além de Vermelho (2012), Aline também é autora de
outros livros, como: Além das pernas
(2015) e A única coisa que fere é manhã
pós-amor (2017).
Sua
obra é classificada, segundo a análise das fases da escrita feminina de Elaine
Showalter (A literacture of their own:
British women novelist from Bronte to Lessing, 1985), como sendo fêmea ou mulher, isto é, a última fase da escrita da literatura de autoria
feminina, marcada como sendo uma fase de autodescuberta, já rompida com os
padrões impostos pela sociedade.
A obra A
única coisa que fere é manhã pós-amor (2017) é uma reunião dos escritos da
autora depois de um período no estado da Bahia. Trata-se de uma compilação de
diversas crônicas, marcadas pela visão feminina sobre o amor. Em uma união de
prosa e poesia, Aline capta a essência das relações amorosas, colocando como
algo substitutivo, porém marcante, como no trecho tirado de Espuma: “Troquei o nome de um amor por
outro. Troquei o nome do amor pulsante pelo nome do amor velho, finito.”.
Apesar desta colocação, ela acredita no amor, e é fiel ao que sente, como
mostra em Sempre fiz carnaval.
Mesmo sendo classificada na fase fêmea, a
autora mantém traços feministas, como em Anel
de vidro: “Ninguém me mata, meu bem.[...] Eu não tenho medo, não.”. Em sua
crônica Bucho, Aline se coloca como
observadora da interação de um casal de bêbados. A mulher havia sido agredida,
e ao perceber que seu marido está passando mal com a embreaguez, ela zomba e ri
do marido. Ela se promete que “nunca mais eu apanho” e chama o marido ébrio
para tomar banho de mar em Jardim Camburi, “Banho de mar em Jardim Camburi e
você vai afogar”. No final da crônica, o homem se afoga e pede ajuda a mulher,
que vendo o homem estender a mão pedindo ajuda e se afogar, ri da situação.
Outro aspecto marcante é a forte
presença dos elementos da natureza, tendo inclusive uma crônica separada por 4
elementos (fogo, vento, água e terra), mas sendo o elemento da água mais
utilizado.
Referências:
DIAS, Aline. A única coisa que fere
é manhã pós-amor: 1ª. Ed. Vitória, ES: Cousa, 2017
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