01/01/2018

Aline Dias (por Enrico Costa Rocha)


A escritora Aline Dias nasceu no sul do Espírito Santo, em Cachoeiro de Itapamirim, no ano de 1988. Graduada em Jornalismo pela UFES, a cachoeirense escreve desde os seus 14 anos de idade, mas seu primeiro livro foi publicado em 2012, aos 24 anos, com o nome de Vermelho. A autora descreve este como sendo uma novela erótica. Além de Vermelho (2012), Aline também é autora de outros livros, como: Além das pernas (2015) e A única coisa que fere é manhã pós-amor (2017).
            Sua obra é classificada, segundo a análise das fases da escrita feminina de Elaine Showalter (A literacture of their own: British women novelist from Bronte to Lessing, 1985), como sendo fêmea ou mulher, isto é, a última fase da escrita da literatura de autoria feminina, marcada como sendo uma fase de autodescuberta, já rompida com os padrões impostos pela sociedade.
 A obra A única coisa que fere é manhã pós-amor (2017) é uma reunião dos escritos da autora depois de um período no estado da Bahia. Trata-se de uma compilação de diversas crônicas, marcadas pela visão feminina sobre o amor. Em uma união de prosa e poesia, Aline capta a essência das relações amorosas, colocando como algo substitutivo, porém marcante, como no trecho tirado de Espuma: “Troquei o nome de um amor por outro. Troquei o nome do amor pulsante pelo nome do amor velho, finito.”. Apesar desta colocação, ela acredita no amor, e é fiel ao que sente, como mostra em Sempre fiz carnaval.
 Mesmo sendo classificada na fase fêmea, a autora mantém traços feministas, como em Anel de vidro: “Ninguém me mata, meu bem.[...] Eu não tenho medo, não.”. Em sua crônica Bucho, Aline se coloca como observadora da interação de um casal de bêbados. A mulher havia sido agredida, e ao perceber que seu marido está passando mal com a embreaguez, ela zomba e ri do marido. Ela se promete que “nunca mais eu apanho” e chama o marido ébrio para tomar banho de mar em Jardim Camburi, “Banho de mar em Jardim Camburi e você vai afogar”. No final da crônica, o homem se afoga e pede ajuda a mulher, que vendo o homem estender a mão pedindo ajuda e se afogar, ri da situação.
Outro aspecto marcante é a forte presença dos elementos da natureza, tendo inclusive uma crônica separada por 4 elementos (fogo, vento, água e terra), mas sendo o elemento da água mais utilizado.

 Referências:

DIAS, Aline. A única coisa que fere é manhã pós-amor: 1ª. Ed. Vitória, ES: Cousa, 2017


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