Minha
terra, meu amor,
Quantas
saudades de ti, senti,
Lá
em Madri.
Era
verão, 2013, e eu andava sem rumo,
Embriagada
pela ilusofonia.
Fui
atrás do Rubén Darío, o bardo beberrão e sensual,
Dei
um rolezinho com a Florbela, em Évora.
Eu,
uma poetisa capixaba, anônima como os pombos
Da Puerta
del Sol.
Nessa época,
escrevi um poeminha apaixonado,
Tão sincero, para
ti, meu Brasilzinho,
A saudade doía. Nele,
cantei tuas belezas
Reconheci ser
parte de ti e, tu, o meu sangue e carne.
Fiquei chocada, um
dia, em Madri,
Fiquei
horrorizada, indignada, muito puta da vida.
Isso me lembra que
um homem me abordou, em uma feira de livros
Em Portugal,
queria pagar pelos meus montes, prados e matas.
Lembrei o sujeito
que não estávamos em 1500.
Ironicamente, eu
acabara de comprar um livro de freira:
Cartas portuguesas
e de ler as Novas Cartas Portuguesas.
Voltei para ti,
pátria e, vejam só, um tempinho depois, logo, logo,
Eis que ascende ao
Planalto Adolfinho e seu secto bizarro.
Ah! terrinha
querida,
Foste sequestrada
por uma quadrilha
Perversa,
sanguinária,
Malditos incendiadores
do futuro.
Agora, o meu corpo
de mulher luta para não se reduzido
A cinza, pó e nada
e a tupiniquim que me habita
Grita, luta e
exige justiça.
A Mata e os
animais, que amo mais que a mim mesma,
Estão sendo
dizimados.
A morte se
instalou no teu seio como um câncer.
Pátria armada,
salve, salve!
Não, não espero
que me salvem.
Ensaio movimentos
plurais e sinuosos de sobrevivência.
Pátria estuprada,
aviltada.
Terra de
desamparados, marginalizados e oprimidos.
Brazil.
RB- Vix, 11-08-2019
3 comentários:
Estou apaixonada pelo poema!
Tudo Para o Seu Casamento Árabe, São Paulo - SP
Excelente,muito bem feito!
Utilizado em Banheiro Planejado, São Paulo - SP
No sabes cuánto ha cambiado Madrid...
y Europa. Lloro por España, por Europa, por Brasil, mi segunda pátria.
Lloro por el género humano. Y por los animales y las plantas.
Lloro por las piedras quemadas.
Lloro por el fuego hasta apagarlo.
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