"A vida é esse cacho de
lilás... Mais nada.
O resto é perfume..." (Florbela
Espanca)
Não escrevo para
o hoje.
As palavras são
casulos,
introitos.
Mistérios do
dentro:
cores indecifráveis,
indecifráveis
sentidos,
borboletas
virtuais que
podem ser,
podem não ser,
carecem de...,
Tudo sabem.
Não satisfazer:
DESESTABILIZAR,
eis o projeto
poético-
-patético-
frágil, frágil...
Não responder!
eis...
Receba o silêncio,
aceite o silêncio:
CASULO.
Acúmulo de
subjetividades
sem espaço para
expressão.
CASULO-SILÊNCIO.
Não escrevo para o
hoje
planto,
silenciosa, árvores.
Cada poema escrito
no susto,
estranhamento,
solidão, loucura,
utopias que se
estendem e derramam.
Revolta!
POEMA-CASULO-SILÊNCIO.
A Mata Atlântica é
o projeto
final:
poema-tatu
poema-palmito
Juçara,
poema-flor da
Acácia
Poema-macaco
poema-trinca-ferro,
poema-xaxim,
Não escrevo para o
hoje.
O afeto- memória
salvará vestígios
desses versos.
Os casulos
romperão
longe dos meus
olhos.
Outras gerações
conhecerão
o poema que
escrevi
mas que nunca cheguei
a conhecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário