11/01/2021

Hakini mudra (poema Renata Bomfim)


O gesto é espontâneo,
as mãos se aproximam, 
As pontas dos dedos 
buscam conexão, comunhão.
Dentro, o vazio.

O corpo aspira,
inspira, transpira,
transborda!
A carne VICEJA, anseia,
Deseja.
O sangue vivaz
acelera o percurso 
no ritmo da respiração.

A estrutura e tudo o que ela possui
de concreto e etéreo
transformam-se em laboratório.
Os sistemas buscam conhecer-se
até os mais inflexíveis.
Cada cavidade é caverna
de sombras a ser iluminada.

Estou dentro da mãe TERRA.
ela  me alimenta,
estou segura, confortável e em paz.
As mãos acompanham o compasso
como se quisesse tocar o intangível,
elevam-se...
Reconheço que sou herdeira
de utopias.

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