Há mar em Vitória e em Lisboa
Há também um coração divido a palpitar,o meu.
A matéria do mar de Vitória é o sonho
Nas suas águas nadam sereias sedutoras
As ondas quebram macias e espumosas
Há cardumes em abundância
Os homens se alimentam de beleza.
Não há mais matança, a pesca foi abolida
Há liberdade e as águas fervilham celebrando a vida.
No mar de Vitória os barcos navegam até perderem o juízo,
Os marinheiros são fiéis as suas mulheres.
Ouve-se cantos guerreiros que vinham
dos barcos negreiros, vozes que o tempo não sufocou.
Em Lisboa o mar é o da saudade,
Lindo como nunca se viu
Nele há garças milagrosas
O seu verde é espesso e sonolento
A sua praia branca é, também, cor de rosa.
Na sua orla caminhou Sophia de Mello Breyner.
Pessoa, Florbela e Pascoaes navegaram nas suas águas.
Desenhei o mar de Lisboa e ainda o estou colorindo.
Reivindico a sua posse, sendo meu, ninguém mais pescará
Sardinhas, tubarões, e as baleias poderão cantar livres dos arpões.
Esse mar de saudade jamais será dividido ou explorado,
Ele integra os domínios do meu desejo, é sagrado.
O mar de Lisboa, amigo leitor, é um presente para você,
Ame-o como eu o amo.
O mar de Vitória é um futuro, é possibilidade,
Busque conhecê-lo, faça dele o seu sonho também.
Eu canto da Ilha todas essas verdades.
2 comentários:
É amiga, o mar de Lisboa nos invoca essa saudade desses tempos longinquos que parecem estar marcados em na nossa alma... Belíssimo texto!
viva, irrequieta renata. fico feliz
que esteja alegre pela visita à portugal e especialmente conhecido a terra de florbela espanca.
feliz ano novo pra vc e pra todos nós desatados de nós.
b
l
Postar um comentário